Quando cansares, não desista.
Mesmo que queira fazê-lo, não o faça.
Por mim.
Não entrega os pontos.
É irônico que eu venha implorar-te isso, sei bem.
Peço-te perdão.
Sei que o castelo que construí fez-se frágil demais, princesa.
Contudo, acredite,
Nunca foi minha intenção vê-lo desmoronar sob tua cabeça,
Causar-te dor.
As estruturas eu mesmo armei, com todo carinho,
Mas não bastou.
Não foi o suficiente para proteger-te.
Obrigou-se a abandonar o vestido,
Sujar as mãos.
Nunca quis ver-te ali,
Sofrendo, penando, chorando.
Se tu ainda fosses tão pequena,
Como quando te peguei no colo pela primeira vez,
Tirar-te-ia dali,
Diria que logo o mar acalma e tudo fica bem.
Minhas palavras nada valem agora,
Perderam todo seu encanto e potencial.
Eu sei, culpa minha,
Menti demais, o que me prejudicou
Apesar das boas intenções.
Mas te acalma, princesinha,
E resiste.
Que se suportares isso a vida te ensina
Que, pra sorrir,
Não depende do sol,
De castelos,
De vestidos,
De príncipes,
Basta saber usar o vento a teu favor.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
sábado, 24 de dezembro de 2011
Retrospectiva
Apesar de estranho, este se fez um ano de valor indiscutível.
Atrevo-me a tentar, sem detalhes, explicar...
No princípio podiam ver-me ao chão, beirando abismo.
Fosse o mais singelo sonho que eu houvesse tido, ele fez questão de arrancar,
Como quem dissesse: “Daqui pra frente tudo muda.”
E eu, bem... Eu não aceitei.
Vi-me sem muito do qual gostava, não sabia lidar com tais fatos.
Veio a revolta,
o desespero.
Aprendi a magoar e permitir que me magoassem profundamente.
Quando veio o maior baque já era metade,
Junho pra ser exata, e eu considerava fim.
Foi o momento em que a vida jogou-me diante de mim mesma.
Exigiu força, coragem,
Exigiu ação.
Eu tinha que ir, tinha que agir.
Não sabia como, muito menos pra onde ou o que fazer.
Nesse momento, veio apoio e eu reaprendi a confiar.
Reaprendi a aceitar ajuda
E a ver tudo sob outro ângulo,
Sob o ângulo mais inesperado.
E assim, não tão simples quanto as palavras fazem parecer,
Admirei as diferenças e criei vínculos afetivos inusitados.
Daquele ato, grandes mudanças.
Bastou a audácia para que eu visse novamente
aqueles dois velhos sorrisos que haviam desaparecido.
Fazendo por mim, acabei fazendo pelos outros, por eles.
Os momentos de fúria agora estavam mil vezes mais controlados
Já os de carinho vinham à tona, sem que o orgulho pudesse os vetar.
Houve até instantes em que me senti plena,
Esses instantes se fizeram graças a determinado reencontro.
Prêmio pelas dificuldades enfrentadas, acho eu.
O mais belo prêmio.
Eu já havia sorrido com lágrimas nos olhos,
Chegara a hora de chorar com um sorriso na alma,
E assim o fiz.
Não disse “adeus”, mas “até logo”,
Da forma correta dessa vez, acreditando, confiando,
e assim se fez.
Ele ia e voltava.
Aprendi a confiar no tempo,
No destino.
Poderia sim ter tudo sido tão mais simples,
Poderia o ano ter anulado perdas, dores, frustrações.
Poderia pular distâncias, trazer certezas,
Vir com dias mais amenos, mais inverno, menos verão.
Contudo, foi neste e em mais nenhum outro que eu caí da árvore.
O tombo dói, contudo, é o preço que deve ser pago para se amadurecer.
E de outra forma, mais sutil, não que não fosse acontecer,
Mas poderia vir a demorar um tempo tão mais extenso
Que seria quase que um pecado passar por tudo que há de vir
Correndo o risco de ainda não saber dar o valor merecido.
Sendo assim,
Obrigada 2011, por ter sido comigo tão cruel
E apressado muito do meu aprendizado.
A ti dedico as alegrias do meu 2012.
Atrevo-me a tentar, sem detalhes, explicar...
No princípio podiam ver-me ao chão, beirando abismo.
Fosse o mais singelo sonho que eu houvesse tido, ele fez questão de arrancar,
Como quem dissesse: “Daqui pra frente tudo muda.”
E eu, bem... Eu não aceitei.
Vi-me sem muito do qual gostava, não sabia lidar com tais fatos.
Veio a revolta,
o desespero.
Aprendi a magoar e permitir que me magoassem profundamente.
Quando veio o maior baque já era metade,
Junho pra ser exata, e eu considerava fim.
Foi o momento em que a vida jogou-me diante de mim mesma.
Exigiu força, coragem,
Exigiu ação.
Eu tinha que ir, tinha que agir.
Não sabia como, muito menos pra onde ou o que fazer.
Nesse momento, veio apoio e eu reaprendi a confiar.
Reaprendi a aceitar ajuda
E a ver tudo sob outro ângulo,
Sob o ângulo mais inesperado.
E assim, não tão simples quanto as palavras fazem parecer,
Admirei as diferenças e criei vínculos afetivos inusitados.
Daquele ato, grandes mudanças.
Bastou a audácia para que eu visse novamente
aqueles dois velhos sorrisos que haviam desaparecido.
Fazendo por mim, acabei fazendo pelos outros, por eles.
Os momentos de fúria agora estavam mil vezes mais controlados
Já os de carinho vinham à tona, sem que o orgulho pudesse os vetar.
Houve até instantes em que me senti plena,
Esses instantes se fizeram graças a determinado reencontro.
Prêmio pelas dificuldades enfrentadas, acho eu.
O mais belo prêmio.
Eu já havia sorrido com lágrimas nos olhos,
Chegara a hora de chorar com um sorriso na alma,
E assim o fiz.
Não disse “adeus”, mas “até logo”,
Da forma correta dessa vez, acreditando, confiando,
e assim se fez.
Ele ia e voltava.
Aprendi a confiar no tempo,
No destino.
Poderia sim ter tudo sido tão mais simples,
Poderia o ano ter anulado perdas, dores, frustrações.
Poderia pular distâncias, trazer certezas,
Vir com dias mais amenos, mais inverno, menos verão.
Contudo, foi neste e em mais nenhum outro que eu caí da árvore.
O tombo dói, contudo, é o preço que deve ser pago para se amadurecer.
E de outra forma, mais sutil, não que não fosse acontecer,
Mas poderia vir a demorar um tempo tão mais extenso
Que seria quase que um pecado passar por tudo que há de vir
Correndo o risco de ainda não saber dar o valor merecido.
Sendo assim,
Obrigada 2011, por ter sido comigo tão cruel
E apressado muito do meu aprendizado.
A ti dedico as alegrias do meu 2012.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Pelo ano que vem
Que haja em mim coragem suficiente,
Ciência de que agora um ciclo se fecha
E de que cabe a mim permitir o surgimento de um novo,
diferente e inusitado.
Que eu saiba abandonar e não me atreva a olhar para trás.
Que todos os nós que vem atando meus passos se desatem
E eu possa, além de ser livre, desfrutar de minha liberdade.
Que eu saiba carregar lembranças sem desejar voltar,
Chorar sem me deprimir,
Sorrir exageradamente sem enlouquecer.
Que o longe fique perto,
Independentemente de seus quilômetros.
Que pessoas de bem permaneçam a minha volta,
Mas que eu também saiba lidar com a solidão.
E o escuro, que este não me apavore!
Que eu o aproveite para sonhar, me deixar levar...
E que eu saiba ser paciente
Contudo, não demasiadamente,
Que eu não permita que abusem, maltratem,
Nem de mim, nem do meu peito.
Que eu siga sabendo amar
Mas aprenda também a me amar.
Que eu siga sabendo perdoar
E aprenda a me perdoar.
E mudar!
Que eu faça valer,
Que eu faça por mim,
Que eu não desista.
E não tema, não empaque na metade mais uma vez.
Que eu tenha força,
Valorize, mereça.
E agradeça pelo ar que enche meus pulmões nos próximos 365 dias a fio.
Ciência de que agora um ciclo se fecha
E de que cabe a mim permitir o surgimento de um novo,
diferente e inusitado.
Que eu saiba abandonar e não me atreva a olhar para trás.
Que todos os nós que vem atando meus passos se desatem
E eu possa, além de ser livre, desfrutar de minha liberdade.
Que eu saiba carregar lembranças sem desejar voltar,
Chorar sem me deprimir,
Sorrir exageradamente sem enlouquecer.
Que o longe fique perto,
Independentemente de seus quilômetros.
Que pessoas de bem permaneçam a minha volta,
Mas que eu também saiba lidar com a solidão.
E o escuro, que este não me apavore!
Que eu o aproveite para sonhar, me deixar levar...
E que eu saiba ser paciente
Contudo, não demasiadamente,
Que eu não permita que abusem, maltratem,
Nem de mim, nem do meu peito.
Que eu siga sabendo amar
Mas aprenda também a me amar.
Que eu siga sabendo perdoar
E aprenda a me perdoar.
E mudar!
Que eu faça valer,
Que eu faça por mim,
Que eu não desista.
E não tema, não empaque na metade mais uma vez.
Que eu tenha força,
Valorize, mereça.
E agradeça pelo ar que enche meus pulmões nos próximos 365 dias a fio.
sábado, 19 de novembro de 2011
Ainda é cedo
Tua presença soa um pouco falsa,
Forçada.
Teus olhos nada dizem,
Vagam.
E há vagas por aqui,
Para que ocupem teu lugar.
Dei a ti o espaço mais nobre,
Lado esquerdo,
Vista completa,
Mas, se renegas,
Logo vem um,
Alguém,
Qualquer,
E toma.
Que este sorria com a vista,
Não tema,
Não corra,
Que este sorria ao me ver.
E tu, que tiveste tanto,
Que tiveste tudo,
Não trema,
Não morra,
Pois, se já é tarde,
Tu foste quem apressou as horas,
Quem deu as costas
E pôs-se a andar.
Mas, caso antes disso,
Antes dos fatos,
Dos atos,
Puderes ter consciência
De que se fores
Não volta,
Por mais que queiras,
Persista, insista,
Lembra-te:
“Ainda é cedo”
E reaviva teu olhar.
Forçada.
Teus olhos nada dizem,
Vagam.
E há vagas por aqui,
Para que ocupem teu lugar.
Dei a ti o espaço mais nobre,
Lado esquerdo,
Vista completa,
Mas, se renegas,
Logo vem um,
Alguém,
Qualquer,
E toma.
Que este sorria com a vista,
Não tema,
Não corra,
Que este sorria ao me ver.
E tu, que tiveste tanto,
Que tiveste tudo,
Não trema,
Não morra,
Pois, se já é tarde,
Tu foste quem apressou as horas,
Quem deu as costas
E pôs-se a andar.
Mas, caso antes disso,
Antes dos fatos,
Dos atos,
Puderes ter consciência
De que se fores
Não volta,
Por mais que queiras,
Persista, insista,
Lembra-te:
“Ainda é cedo”
E reaviva teu olhar.
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Que, quando vê...
Esconde tua dor,
Que nela eles encontram beleza.
Estanca teus cortes,
Segura teus urros,
Nega teus temores.
Finge!
Engana a ti mesma,
Disfarça,
Acredita.
E se chover
Não te molha,
Te encharca.
Exagera!
Não calcula,
Não mede,
Vai e acrescenta,
Sem provar.
E se ficar ruim
Joga fora.
Recomeça!
Ainda é cedo,
Ainda há a noite,
E o amanhã,
E a noite do amanhã,
Não te desespera.
Respira!
E te acalma,
Te sustenta,
Te equilibra,
Que, quando vê,
Já passou.
E já estás pronta
Para encarar uma nova turbulência,
Mais uma vez.
Que nela eles encontram beleza.
Estanca teus cortes,
Segura teus urros,
Nega teus temores.
Finge!
Engana a ti mesma,
Disfarça,
Acredita.
E se chover
Não te molha,
Te encharca.
Exagera!
Não calcula,
Não mede,
Vai e acrescenta,
Sem provar.
E se ficar ruim
Joga fora.
Recomeça!
Ainda é cedo,
Ainda há a noite,
E o amanhã,
E a noite do amanhã,
Não te desespera.
Respira!
E te acalma,
Te sustenta,
Te equilibra,
Que, quando vê,
Já passou.
E já estás pronta
Para encarar uma nova turbulência,
Mais uma vez.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Meu mais doce adeus
Eu tenho que ir.
Peço-te perdão, mas preciso sair daqui.
Preciso ver o sol, sentir o vento ou então atirar-me nos meus lençóis.
Não, aqui não é a mesma coisa.
Não posso me demorar mais cinco, três ou um dia sequer, não insista.
Tu me consomes.
E eu preciso ir antes de criar raízes e a locomoção tornar-se impossível.
Preciso dar-te as costas antes que eu não saiba mais te virar a face.
Não me leva a mal, mas preciso apagar o que aconteceu até aqui.
Vai, esquece aquele sanduba, o sorvete, os beliscões e todo o resto.
Por favor, me deixa esquecer!
A entrega deveria ser recíproca, tu falhaste, deu-te menos.
Ou então eu que exagerei, me apressei.
Eu vou, antes que seja tarde, antes que escureça.
Atravesso a porta antes que tu decidas me pedir para fazê-lo.
Não faz isso, não tenta ler meus olhos.
Eles dizem apenas que eu não estou querendo tomar tal decisão.
Escolhas são assim, meu amor, difíceis,
E esta eu fiz pelo meu bem.
Se eu volto? Fazemos assim... Se tiveres saudade, me procura.
Vais descobrir em um segundo se volto ou não.
Não é nada semelhante a orgulho não, meu querido,
Trata-se da minha última tentativa de preservar teu afeto por mim,
Antes que eu o veja morrer por completo.
Sendo assim,
Espero que sinta minha falta hoje à noite,
Amanhã pela manhã
E em todos os momentos em que eu permanecer ausente.
Peço-te perdão, mas preciso sair daqui.
Preciso ver o sol, sentir o vento ou então atirar-me nos meus lençóis.
Não, aqui não é a mesma coisa.
Não posso me demorar mais cinco, três ou um dia sequer, não insista.
Tu me consomes.
E eu preciso ir antes de criar raízes e a locomoção tornar-se impossível.
Preciso dar-te as costas antes que eu não saiba mais te virar a face.
Não me leva a mal, mas preciso apagar o que aconteceu até aqui.
Vai, esquece aquele sanduba, o sorvete, os beliscões e todo o resto.
Por favor, me deixa esquecer!
A entrega deveria ser recíproca, tu falhaste, deu-te menos.
Ou então eu que exagerei, me apressei.
Eu vou, antes que seja tarde, antes que escureça.
Atravesso a porta antes que tu decidas me pedir para fazê-lo.
Não faz isso, não tenta ler meus olhos.
Eles dizem apenas que eu não estou querendo tomar tal decisão.
Escolhas são assim, meu amor, difíceis,
E esta eu fiz pelo meu bem.
Se eu volto? Fazemos assim... Se tiveres saudade, me procura.
Vais descobrir em um segundo se volto ou não.
Não é nada semelhante a orgulho não, meu querido,
Trata-se da minha última tentativa de preservar teu afeto por mim,
Antes que eu o veja morrer por completo.
Sendo assim,
Espero que sinta minha falta hoje à noite,
Amanhã pela manhã
E em todos os momentos em que eu permanecer ausente.
Generalizando
É tudo uma questão de tempo. Absolutamente tudo.
Tempo para que tenhamos certezas,
Para que venhamos a criar dúvidas.
Tempo para nos adaptarmos,
Ou para nos cansarmos da monotonia e jogarmos tudo pro ar.
Tempo para que tenhamos certezas,
Para que venhamos a criar dúvidas.
Tempo para nos adaptarmos,
Ou para nos cansarmos da monotonia e jogarmos tudo pro ar.
terça-feira, 8 de novembro de 2011
Agora, não me vem com esse papo de “eu não tive escolha” ou “quando vi já estava envolvida”.
Tiveste tempo o suficiente para decidir se apenas molhavas os pés ou mergulhavas de cabeça. Pôde refletir o suficiente quanto ao risco que corrias da piscina esvaziar-se e teu corpo vir a se chocar com o fundo de maneira brutal.
Optou pelo mergulho mesmo sabendo, melhor do que qualquer um, os possíveis hematomas e cicatrizes que este causaria. Então, caso doa, não reclames.
E se conseguires nadar, não te gabe. Alerto-te que ainda corres o risco do afogamento caso te esqueças de, vez que outra, tomar um ar.
Por isso, é de extrema importância que continues a lembrar-te de ti e não valorize apenas a água que te envolve. Ela te encanta, contudo, não te mantém.
Tiveste tempo o suficiente para decidir se apenas molhavas os pés ou mergulhavas de cabeça. Pôde refletir o suficiente quanto ao risco que corrias da piscina esvaziar-se e teu corpo vir a se chocar com o fundo de maneira brutal.
Optou pelo mergulho mesmo sabendo, melhor do que qualquer um, os possíveis hematomas e cicatrizes que este causaria. Então, caso doa, não reclames.
E se conseguires nadar, não te gabe. Alerto-te que ainda corres o risco do afogamento caso te esqueças de, vez que outra, tomar um ar.
Por isso, é de extrema importância que continues a lembrar-te de ti e não valorize apenas a água que te envolve. Ela te encanta, contudo, não te mantém.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Caso hoje eu fuja de mim, peço-te que compreenda.
Tudo tem ficado denso demais, complexo demais, difícil demais.
Preciso de sossego.
Caso eu me afaste de ti em uma rua qualquer, saibas que o problema não se encontra em ti, tampouco em mim, está no clima, na vida.
Eu tive tempo pra sonhar e não o desperdicei.
Chamaram-me de tola, louca, ingênua. Juro, nunca liguei.
Mas agora o tempo escorre por entre meus dedos. Ele se esvaiu.
A realidade é tão mais cruel.
Seria hipocrisia pedir-te pra ficar.
Seria bobagem adiar e adiar e adiar sofrimento que sabemos que, mesmo que tarde, virá.
Sendo assim, junto forças, sei lá eu de onde – tu adivinhaste certa noite que eu teria força – e te peço: Vá!
Não fique um segundo a mais, não confesse mais um segredo sequer , não pronuncie belas ou picantes palavras.
Vá enquanto ainda há a possibilidade de esquecermos o caminho que fizemos até aqui. Enquanto as lembranças ainda são doces e o ciúme saudável.
Se tu te demoras um pouco mais não sorriremos ao recordar e teremos ódio do som que nos embalava.
É tudo tão diferente, aqui e aí.
Guardemos então apenas o amor e levemos a certeza de que, se assim se fez, culpadas foram as circunstâncias e não a falta de querer.
Tudo tem ficado denso demais, complexo demais, difícil demais.
Preciso de sossego.
Caso eu me afaste de ti em uma rua qualquer, saibas que o problema não se encontra em ti, tampouco em mim, está no clima, na vida.
Eu tive tempo pra sonhar e não o desperdicei.
Chamaram-me de tola, louca, ingênua. Juro, nunca liguei.
Mas agora o tempo escorre por entre meus dedos. Ele se esvaiu.
A realidade é tão mais cruel.
Seria hipocrisia pedir-te pra ficar.
Seria bobagem adiar e adiar e adiar sofrimento que sabemos que, mesmo que tarde, virá.
Sendo assim, junto forças, sei lá eu de onde – tu adivinhaste certa noite que eu teria força – e te peço: Vá!
Não fique um segundo a mais, não confesse mais um segredo sequer , não pronuncie belas ou picantes palavras.
Vá enquanto ainda há a possibilidade de esquecermos o caminho que fizemos até aqui. Enquanto as lembranças ainda são doces e o ciúme saudável.
Se tu te demoras um pouco mais não sorriremos ao recordar e teremos ódio do som que nos embalava.
É tudo tão diferente, aqui e aí.
Guardemos então apenas o amor e levemos a certeza de que, se assim se fez, culpadas foram as circunstâncias e não a falta de querer.
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
O outro lado
Descubro outro eu.
Um eu que finge, forja, arma.
Um eu nada inofensivo.
Que ataca, pra que não precise se defender
E usa tudo de que dispõe:
dentes, lágrimas, pele.
E tu vens, chega quieto,
Pensas me manter sob teu controle,
Que podes te arriscar a ir e vir a hora que bem pretendes.
Contudo, esse meu eu é esperto,
Detecta tudo aquilo que vem de ti,
Calcula tuas pretensões
E age.
Age de forma que muitos não compreenderiam,
Pois sorri quando tu esperas que chore
E chora quando tu aguardas um sorriso.
O eu de que falo é indecifrável,
Faz e fala coisas inesperadas.
Joga e se mantém dono do jogo,
Não admite por um segundo sequer a derrota.
Por vezes o vi manipulador,
Acariciando faces que mais tarde viria a estapear,
Consolando prantos que ele mesmo provocou.
Esse meu eu é medonho,
Confuso e perigoso de lidar.
Não que seja falso,
Mas disfarça,
Não conta aos quatro ventos suas intenções.
E nada faz que não seja intencional.
Sejam tropeções ou gestos,
Tudo, absolutamente tudo, foi complexamente planejado.
Esse eu de que falo, apesar de possuir lá seus sentimentos,
Os deixa tão bem guardados que estes parecem inexistentes.
Esse eu de que falo, ao contrário do eu que mais se mostra,
Não se faz pura e exclusivamente de bem,
Não conhece a inocência, muito menos o perdão.
Esse eu de que falo é a razão.
Toda a razão que o “eu sentimento” esqueceu de carregar.
Um eu que finge, forja, arma.
Um eu nada inofensivo.
Que ataca, pra que não precise se defender
E usa tudo de que dispõe:
dentes, lágrimas, pele.
E tu vens, chega quieto,
Pensas me manter sob teu controle,
Que podes te arriscar a ir e vir a hora que bem pretendes.
Contudo, esse meu eu é esperto,
Detecta tudo aquilo que vem de ti,
Calcula tuas pretensões
E age.
Age de forma que muitos não compreenderiam,
Pois sorri quando tu esperas que chore
E chora quando tu aguardas um sorriso.
O eu de que falo é indecifrável,
Faz e fala coisas inesperadas.
Joga e se mantém dono do jogo,
Não admite por um segundo sequer a derrota.
Por vezes o vi manipulador,
Acariciando faces que mais tarde viria a estapear,
Consolando prantos que ele mesmo provocou.
Esse meu eu é medonho,
Confuso e perigoso de lidar.
Não que seja falso,
Mas disfarça,
Não conta aos quatro ventos suas intenções.
E nada faz que não seja intencional.
Sejam tropeções ou gestos,
Tudo, absolutamente tudo, foi complexamente planejado.
Esse eu de que falo, apesar de possuir lá seus sentimentos,
Os deixa tão bem guardados que estes parecem inexistentes.
Esse eu de que falo, ao contrário do eu que mais se mostra,
Não se faz pura e exclusivamente de bem,
Não conhece a inocência, muito menos o perdão.
Esse eu de que falo é a razão.
Toda a razão que o “eu sentimento” esqueceu de carregar.
terça-feira, 18 de outubro de 2011
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
sábado, 1 de outubro de 2011
Eles e as cores
O vermelho a envolve, é visível, se não a todos, a boa parte das pessoas.
Não falo do vermelho brutal, de sangue, ódio ou fúria, mas do vermelho da paixão.
Ela vinha num cinza incessante. Era fumaça e neblina.
Não mais.
Respira, vive paixão.
Não sei se deveria dizer paixão, amor talvez seja mais correto.
Dali, deles, sai bem mais que desejo.
Vejo cumplicidade e um pouco de azul.
O azul me diz que não é apenas carnal.
O azul me mostra que há pureza, brilho nos olhos.
É uma mistura tão bela... Ah! Queria eu que todos, sem exceção, pudessem ver!
Eles flutuam nesse misto de cores que acaba os unindo apesar dos caminhos distantes que suas vidas levam.
Apavora-me todo esse poder das cores e o encanto que estas provocam neles.
Apavora-me o encanto que um causa no outro.
Admito que há tempos não via algo sequer similar a isso.
Há tanto entrosamento que um encontro provoca em ambos as mesmas sensações: pernas bambas, mãos trêmulas e o desejo de jamais sair do local onde se encontram, seja lá qual for.
E o até logo, jamais tido como adeus pouco importando quão grande será o espaço de tempo que se fará entre o mais recente e o próximo “olá”, causa em ambos a mesma dor, deixa em ambos o mesmo peso da saudade, que carregam diariamente junto com as cores.
Passam então a olhar para o azul e lembrar-se dos olhos e de todo carinho, para o vermelho recordando o corpo e todo ardor que a proximidade provoca.
É intensidade demais para que eu ou quem quer que seja venha a narrar.
E essa história não termina aqui, nem em lugar algum.
Na verdade, essa história não termina.
Não falo do vermelho brutal, de sangue, ódio ou fúria, mas do vermelho da paixão.
Ela vinha num cinza incessante. Era fumaça e neblina.
Não mais.
Respira, vive paixão.
Não sei se deveria dizer paixão, amor talvez seja mais correto.
Dali, deles, sai bem mais que desejo.
Vejo cumplicidade e um pouco de azul.
O azul me diz que não é apenas carnal.
O azul me mostra que há pureza, brilho nos olhos.
É uma mistura tão bela... Ah! Queria eu que todos, sem exceção, pudessem ver!
Eles flutuam nesse misto de cores que acaba os unindo apesar dos caminhos distantes que suas vidas levam.
Apavora-me todo esse poder das cores e o encanto que estas provocam neles.
Apavora-me o encanto que um causa no outro.
Admito que há tempos não via algo sequer similar a isso.
Há tanto entrosamento que um encontro provoca em ambos as mesmas sensações: pernas bambas, mãos trêmulas e o desejo de jamais sair do local onde se encontram, seja lá qual for.
E o até logo, jamais tido como adeus pouco importando quão grande será o espaço de tempo que se fará entre o mais recente e o próximo “olá”, causa em ambos a mesma dor, deixa em ambos o mesmo peso da saudade, que carregam diariamente junto com as cores.
Passam então a olhar para o azul e lembrar-se dos olhos e de todo carinho, para o vermelho recordando o corpo e todo ardor que a proximidade provoca.
É intensidade demais para que eu ou quem quer que seja venha a narrar.
E essa história não termina aqui, nem em lugar algum.
Na verdade, essa história não termina.
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Reorganizar.
Tu precisas, antes de tudo, reorganizar as coisas, pôr tudo no seu devido lugar, sejam planos, sonhos ou sentimentos.
Aproveita o sol, abre a porta e a janela, deixa que o vento forme uma correnteza. É preciso arejar, mudar os ares.
E abandona o passado. Perde a mania de olhar para trás. Se o que passou foi belo o que está se passando também pode ser, basta olhar sob um novo ângulo.
Não te faz de fraca, tu nunca fostes. Não é certo que forjes fragilidade para driblar a solidão.
Retoma teu sorriso. O põe na face novamente, que nunca vi em ti algo tão belo quanto teu sorriso.
Os primeiros passos são sempre os mais difíceis, soltar-se do que te traz estabilidade e segurança provoca quedas, não vou mentir. Contudo, não conheço ninguém que tenha aprendido a caminhar sem antes ter tocado o chão com os joelhos. A queda é inevitável, assim como o erro. Consequentemente, a persistência se torna indispensável. O jeito é levantar, sacudir a poeira e seguir. Acho que posso te dizer que o segredo é esse: seguir. Seguir ‘mesmo que’, ‘apesar de’, querendo aquilo, não podendo isso, sofrendo por aquele outro, ou seja lá o que. E as lágrimas irão sim te acompanhar.
No princípio, ao sentir a face molhada, tu sentirás tristeza. Mas vai, enfrenta. Não é porque te sentes triste que não pode ouvir o som dos pássaros.
Depois de um tempo, isso se estiver mesmo disposta a seguir, tu não lembrarás pelo que choravas e então sentirás um vazio. Tu te sentirás deslocada, perdida. E as lágrimas serão de desespero. Te digo que essa é a parte mais difícil. Mostra que estás pronta tanto para avançar quanto para voltar. É o momento em que a corda mais balança, em que tu desejarás com toda a força te agarrar em algo, alguém.
Mas não é hora, não é momento.
Periga cair e levar contigo o que quer que tenha te trazido amparo. Nesse momento não retoma as lembranças, as apague. Concentra-te no caminho, e vai.
Por fim, conquistará a almejada felicidade. Não porque encontrou ou reencontrou alguém, mas porque tu te mantivestes firme apesar das quedas, dos vacilos, e das oscilações ao decorrer do caminho.
Conquistarás a felicidade porque irás perceber que fostes capazes de realizar, sozinha, algo que todos duvidavam. Fostes capazes de chegar ao teu equilíbrio. Daqui pra frente, não digo que não vá mais haver turbulências, também não há forma de fazer da vida eternas férias, mas tu jamais esquecerás que tens a capacidade de enfrentar qualquer tempestade, pouco importando sua intensidade. E que, para isso, não depende de ninguém além da tua própria força e coragem.
Então, ouça o que eu te digo. Começa reorganizando as coisas, e depois segue. É tudo que tu precisas saber agora.
Aproveita o sol, abre a porta e a janela, deixa que o vento forme uma correnteza. É preciso arejar, mudar os ares.
E abandona o passado. Perde a mania de olhar para trás. Se o que passou foi belo o que está se passando também pode ser, basta olhar sob um novo ângulo.
Não te faz de fraca, tu nunca fostes. Não é certo que forjes fragilidade para driblar a solidão.
Retoma teu sorriso. O põe na face novamente, que nunca vi em ti algo tão belo quanto teu sorriso.
Os primeiros passos são sempre os mais difíceis, soltar-se do que te traz estabilidade e segurança provoca quedas, não vou mentir. Contudo, não conheço ninguém que tenha aprendido a caminhar sem antes ter tocado o chão com os joelhos. A queda é inevitável, assim como o erro. Consequentemente, a persistência se torna indispensável. O jeito é levantar, sacudir a poeira e seguir. Acho que posso te dizer que o segredo é esse: seguir. Seguir ‘mesmo que’, ‘apesar de’, querendo aquilo, não podendo isso, sofrendo por aquele outro, ou seja lá o que. E as lágrimas irão sim te acompanhar.
No princípio, ao sentir a face molhada, tu sentirás tristeza. Mas vai, enfrenta. Não é porque te sentes triste que não pode ouvir o som dos pássaros.
Depois de um tempo, isso se estiver mesmo disposta a seguir, tu não lembrarás pelo que choravas e então sentirás um vazio. Tu te sentirás deslocada, perdida. E as lágrimas serão de desespero. Te digo que essa é a parte mais difícil. Mostra que estás pronta tanto para avançar quanto para voltar. É o momento em que a corda mais balança, em que tu desejarás com toda a força te agarrar em algo, alguém.
Mas não é hora, não é momento.
Periga cair e levar contigo o que quer que tenha te trazido amparo. Nesse momento não retoma as lembranças, as apague. Concentra-te no caminho, e vai.
Por fim, conquistará a almejada felicidade. Não porque encontrou ou reencontrou alguém, mas porque tu te mantivestes firme apesar das quedas, dos vacilos, e das oscilações ao decorrer do caminho.
Conquistarás a felicidade porque irás perceber que fostes capazes de realizar, sozinha, algo que todos duvidavam. Fostes capazes de chegar ao teu equilíbrio. Daqui pra frente, não digo que não vá mais haver turbulências, também não há forma de fazer da vida eternas férias, mas tu jamais esquecerás que tens a capacidade de enfrentar qualquer tempestade, pouco importando sua intensidade. E que, para isso, não depende de ninguém além da tua própria força e coragem.
Então, ouça o que eu te digo. Começa reorganizando as coisas, e depois segue. É tudo que tu precisas saber agora.
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Leva
Neblina baixa, clima denso.
Fim de mês, mais um fim de mês.
Montes de problemas, ausência de soluções.
Saudade.
Tanta saudade.
Sorriso perdido, mente perdida.
Velho amor desperdiçado, agora vê.
Falta. Falta algo.
Vem a brisa. Brisa não, vento.
E o vento leva, derruba, destrói.
Não há chance, nem volta.
Foi.
Reconstrução.
Atira-se, tenta.
Desiste.
Sozinha não, sozinha não dá.
Procura pelos olhos.
Olhos azuis, olhos profundos.
Procura por garrafas.
Garrafas nas mãos, garrafas quebradas por fúria.
Não há nada.
Lembra de tanto.
Sente ódio, carinho, compaixão e desprezo!
Sente tanto. Sente tudo.
Tanto por ter deixado tudo ir.
Sente tanto por não ter contido o vento.
Já é tarde.
Gosto de sal, vem dos olhos.
Não dos azuis, mas dos seus olhos.
Volta ano.
Volta, amor.
Já é tarde.
Não há tempo.
Fecha os olhos, pra que sequem.
Leva vento. Leva-me vento.
Pra lá, pra longe.
Mas pra perto dos olhos. Daqueles olhos azuis.
Fim de mês, mais um fim de mês.
Montes de problemas, ausência de soluções.
Saudade.
Tanta saudade.
Sorriso perdido, mente perdida.
Velho amor desperdiçado, agora vê.
Falta. Falta algo.
Vem a brisa. Brisa não, vento.
E o vento leva, derruba, destrói.
Não há chance, nem volta.
Foi.
Reconstrução.
Atira-se, tenta.
Desiste.
Sozinha não, sozinha não dá.
Procura pelos olhos.
Olhos azuis, olhos profundos.
Procura por garrafas.
Garrafas nas mãos, garrafas quebradas por fúria.
Não há nada.
Lembra de tanto.
Sente ódio, carinho, compaixão e desprezo!
Sente tanto. Sente tudo.
Tanto por ter deixado tudo ir.
Sente tanto por não ter contido o vento.
Já é tarde.
Gosto de sal, vem dos olhos.
Não dos azuis, mas dos seus olhos.
Volta ano.
Volta, amor.
Já é tarde.
Não há tempo.
Fecha os olhos, pra que sequem.
Leva vento. Leva-me vento.
Pra lá, pra longe.
Mas pra perto dos olhos. Daqueles olhos azuis.
sábado, 27 de agosto de 2011
O encontro não foi planejado, nunca era
Havia algumas centenas de pessoas e eles.
Mais uma vez, eles.
Não poderiam, não deveriam, mas do acaso saiam faíscas.
Evitaram o quanto puderam.
Evitaram o ‘olá’, as ligações, o contato, até mesmo que os olhares se cruzassem.
Evitaram o quanto puderam, mas em determinado ponto não quiseram mais fazê-lo.
Iniciaram uma conversa. Uma inocente conversa.
Em meio à conversa os corpos gritavam, os sinais falavam mais do que as vozes. O desejo pesava.
Muita gente, muito barulho.
Saíram.
Reiniciaram a conversa em um novo lugar.
Assim é mais fácil, menos luz, menos gente, mais calor.
Não poderia, não deveriam, mas queriam tanto.
Nada ali era relacionado ao amor.
Na verdade ele disse que a odiava. Ela sorriu e pediu que ele repetisse. A frase não soava com fúria, era sussurrada. Era sussurrada quantas vezes ela pedisse que fosse. Ela pediu tantas vezes quanto quis ouvir, para gravar bem.
E no mais, ele não mentiu. Mentiu apenas quando ela pediu que ele o fizesse, não antes nem depois.
Ele era um tanto quanto obediente, porém o que fazia sem que ela pedisse também a agradava.
Ele sabia agradar.
E ela dizia que o odiava. E ele sorria todas as vezes em que ela dizia.
Ele pediu que ela não fizesse mais aquilo, ela disse que faria, ele hesitou e concordou.
Não havia algo que ele desejasse mais do que aqueles momentos, a presença dela em meio ao clima de aventura.
“Não me ofereça mais cafés, não me ofereça mais carinhos.” – Era o que ele dizia, sem convicção alguma.
“Da próxima trago cervejas.” – Agora sim, convicção, certeza.
Um tanto quanto desesperado ele sorria, assentia e esperava.
Apenas esperava, pois nunca sabiam quando seria “a próxima”.
Não marcavam.
Até porque não poderiam, não deveriam. Mas se o acaso queria tanto...
“Oh that boy's a slag, the best you ever had. ♪ ”
Mais uma vez, eles.
Não poderiam, não deveriam, mas do acaso saiam faíscas.
Evitaram o quanto puderam.
Evitaram o ‘olá’, as ligações, o contato, até mesmo que os olhares se cruzassem.
Evitaram o quanto puderam, mas em determinado ponto não quiseram mais fazê-lo.
Iniciaram uma conversa. Uma inocente conversa.
Em meio à conversa os corpos gritavam, os sinais falavam mais do que as vozes. O desejo pesava.
Muita gente, muito barulho.
Saíram.
Reiniciaram a conversa em um novo lugar.
Assim é mais fácil, menos luz, menos gente, mais calor.
Não poderia, não deveriam, mas queriam tanto.
Nada ali era relacionado ao amor.
Na verdade ele disse que a odiava. Ela sorriu e pediu que ele repetisse. A frase não soava com fúria, era sussurrada. Era sussurrada quantas vezes ela pedisse que fosse. Ela pediu tantas vezes quanto quis ouvir, para gravar bem.
E no mais, ele não mentiu. Mentiu apenas quando ela pediu que ele o fizesse, não antes nem depois.
Ele era um tanto quanto obediente, porém o que fazia sem que ela pedisse também a agradava.
Ele sabia agradar.
E ela dizia que o odiava. E ele sorria todas as vezes em que ela dizia.
Ele pediu que ela não fizesse mais aquilo, ela disse que faria, ele hesitou e concordou.
Não havia algo que ele desejasse mais do que aqueles momentos, a presença dela em meio ao clima de aventura.
“Não me ofereça mais cafés, não me ofereça mais carinhos.” – Era o que ele dizia, sem convicção alguma.
“Da próxima trago cervejas.” – Agora sim, convicção, certeza.
Um tanto quanto desesperado ele sorria, assentia e esperava.
Apenas esperava, pois nunca sabiam quando seria “a próxima”.
Não marcavam.
Até porque não poderiam, não deveriam. Mas se o acaso queria tanto...
“Oh that boy's a slag, the best you ever had. ♪ ”
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Pra quem nunca vai ler.
Não é carência nem solidão, hoje tive a prova de que se trata mesmo de saudade.
Eu vinha sorrindo, por nada e por tudo. Fazia sol e a brisa agradava.
Eu via sinais de um belo dia, foi então que escureceu.
Tuas lembranças arruinaram tudo.
É saudade, da pior que pode haver.
Te desejei por perto, para conversar, sorrir, brincar. Não para brigar. Brigas eu evitaria.
Lembro que no começo eu disse que evitaria. No começo eu tinha certeza que te amava. Agora tenho tal certeza novamente.
Aliás, tenho tantas certezas.
E tive tantas dúvidas. Dúvidas em momentos inadequados, indesejados. Fosse hoje... Hoje eu me ajoelharia aos teus pés, me privaria de tanta coisa, e pouco me importaria com o resto. Mas me preocuparia. Contigo, com mais nada, com mais ninguém.
Temeria. Temeria te perder, e mais nada, temeria por mais ninguém.
Como as coisas mudam. O jogo vira. Tudo se vai.
Mas espero que tu venhas. Uma hora terá de vir.
Não faço ideia de qual será a minha, a tua reação quando nos encontrarmos por aqui.
E se eu disser que eu quero ir embora, largar tudo, deixar a minha pra viver a tua, a nossa vida?
Se eu disser que a cada instante teu nome rodeia minha mente e que mesmo distante sigo teus passos, calculo teus atos?
Se eu disser que já não sou eu longe de ti, que perdi toda minha essência, toda minha vivacidade, toda a minha alegria?
Se eu disser, se eu te disser, que te amo desde o instante que te vi, em frente ao bar, com a lata na mão, com o amigo ao lado, com o sorriso no rosto, nos dias tranquilos ou presa no trânsito, mudaria algo?
Ainda há tempo para mudar algo?
Seria capaz de retomar, de refazer?
Eu espero. Espero ansiosamente que tu venhas.
Espero porque... Porque eu “te conheço!”
Te conheço e confio em ti, acredito em ti, acredito em nós.
E ainda não deixei tudo para trás.
Eu vinha sorrindo, por nada e por tudo. Fazia sol e a brisa agradava.
Eu via sinais de um belo dia, foi então que escureceu.
Tuas lembranças arruinaram tudo.
É saudade, da pior que pode haver.
Te desejei por perto, para conversar, sorrir, brincar. Não para brigar. Brigas eu evitaria.
Lembro que no começo eu disse que evitaria. No começo eu tinha certeza que te amava. Agora tenho tal certeza novamente.
Aliás, tenho tantas certezas.
E tive tantas dúvidas. Dúvidas em momentos inadequados, indesejados. Fosse hoje... Hoje eu me ajoelharia aos teus pés, me privaria de tanta coisa, e pouco me importaria com o resto. Mas me preocuparia. Contigo, com mais nada, com mais ninguém.
Temeria. Temeria te perder, e mais nada, temeria por mais ninguém.
Como as coisas mudam. O jogo vira. Tudo se vai.
Mas espero que tu venhas. Uma hora terá de vir.
Não faço ideia de qual será a minha, a tua reação quando nos encontrarmos por aqui.
E se eu disser que eu quero ir embora, largar tudo, deixar a minha pra viver a tua, a nossa vida?
Se eu disser que a cada instante teu nome rodeia minha mente e que mesmo distante sigo teus passos, calculo teus atos?
Se eu disser que já não sou eu longe de ti, que perdi toda minha essência, toda minha vivacidade, toda a minha alegria?
Se eu disser, se eu te disser, que te amo desde o instante que te vi, em frente ao bar, com a lata na mão, com o amigo ao lado, com o sorriso no rosto, nos dias tranquilos ou presa no trânsito, mudaria algo?
Ainda há tempo para mudar algo?
Seria capaz de retomar, de refazer?
Eu espero. Espero ansiosamente que tu venhas.
Espero porque... Porque eu “te conheço!”
Te conheço e confio em ti, acredito em ti, acredito em nós.
E ainda não deixei tudo para trás.
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Quantos perdões se devem dar? (21/06/11)
Havia se passado tanto tempo. Do passado não trazia boas lembranças.
Ele a machucara demais, a apunhalara pelas costas não uma, nem duas, mas diversas vezes.
Aquela era apenas mais uma vez que ele a acusava. Acusações inescrupulosas, vindas sabe-se lá de onde. Ela preferia pensar que não vinha do peito. Racionalmente talvez ele planejasse tudo, mas ela mantinha em si a certeza de que ele a amava.
Ele havia a gerado e agora, postados um em cada lado daquela mesa estranha, observados por tantos, ela percebia pela primeira vez que nada sabiam um sobre o outro. Talvez o nome, a cidade por onde andavam e só.
Quantas noites os olhos dela marejados procuraram a primeira estrela do céu. Disseram que se pode fazer pedidos. E ela pediu. Pediu por ele. Tantas, quantas vezes! Pediu que ele se interessasse, se arrependesse, fosse o que nunca foi.
A verdade, nunca antes assumida, é que ela sentia falta.
Ao vê-lo nada mais queria do que carinho, aconchego. Apesar do tempo que havia se passado ela nada mais era do que uma menina. Meninas esquecem, relevam.
Incrível, tanta mágoa não foi capaz de acabar com sua capacidade de perdoar.
E ele, poderia mudar?
Ela estaria disposta a arriscar, mais uma vez.
Ele a machucara demais, a apunhalara pelas costas não uma, nem duas, mas diversas vezes.
Aquela era apenas mais uma vez que ele a acusava. Acusações inescrupulosas, vindas sabe-se lá de onde. Ela preferia pensar que não vinha do peito. Racionalmente talvez ele planejasse tudo, mas ela mantinha em si a certeza de que ele a amava.
Ele havia a gerado e agora, postados um em cada lado daquela mesa estranha, observados por tantos, ela percebia pela primeira vez que nada sabiam um sobre o outro. Talvez o nome, a cidade por onde andavam e só.
Quantas noites os olhos dela marejados procuraram a primeira estrela do céu. Disseram que se pode fazer pedidos. E ela pediu. Pediu por ele. Tantas, quantas vezes! Pediu que ele se interessasse, se arrependesse, fosse o que nunca foi.
A verdade, nunca antes assumida, é que ela sentia falta.
Ao vê-lo nada mais queria do que carinho, aconchego. Apesar do tempo que havia se passado ela nada mais era do que uma menina. Meninas esquecem, relevam.
Incrível, tanta mágoa não foi capaz de acabar com sua capacidade de perdoar.
E ele, poderia mudar?
Ela estaria disposta a arriscar, mais uma vez.
Seda (20/06/11)
Senti tanta saudade.
De lugares, pessoas, da vida que levava um tempo atrás.
Acredito que senti saudade até de coisas que não vivi.
Havia tantos incentivos, estímulos.
Até mesmo discussões me impulsionavam.
A canção me diz que “saudade é felicidade futura, abafada”.
Não cabe a mim saber do futuro, mas no presente sei que dói, corrói e maltrata.
Saudade é falta. E falta alguma me faz bem.
Me falta a amizade, o aconchego, a companhia.
Me faltam as carícias, os sabores, os aromas.
Me faltam os sons, as vozes, as palavras.
É, me faltam as palavras.
E a saudade vem, de forma tão intensa que eu não lembrava ser capaz.
De lugares, pessoas, da vida que levava um tempo atrás.
Acredito que senti saudade até de coisas que não vivi.
Havia tantos incentivos, estímulos.
Até mesmo discussões me impulsionavam.
A canção me diz que “saudade é felicidade futura, abafada”.
Não cabe a mim saber do futuro, mas no presente sei que dói, corrói e maltrata.
Saudade é falta. E falta alguma me faz bem.
Me falta a amizade, o aconchego, a companhia.
Me faltam as carícias, os sabores, os aromas.
Me faltam os sons, as vozes, as palavras.
É, me faltam as palavras.
E a saudade vem, de forma tão intensa que eu não lembrava ser capaz.
Faltava algo, a peça chave (16/06/11)
Ao olhar parecia completo, mas sabia-se que faltava a peça principal do quebra-cabeça.
Sentia-se a ausência do doce ou do tempero, da pureza ou do pecado.
Mantinha-se muito comum, indiferente.
Havia cautela para que não transparecesse vulgaridade ou santidade, um equilíbrio que incomodava.
Não era hora de medidas, mas de excesso.
Que abusasse então, fosse disso ou daquilo, mas abusasse.
Era preciso destaque. Era preciso lembranças.
Não podia cair no esquecimento. Não podia apagar.
E faltava tão pouco para que a luz não pudesse mais ser vista...
Seus atos e passos já eram extremamente calculáveis. Não havia por vir, apenas uma sequência de repetições: os mesmos gestos, mesmas falas, mesmas reações.
Não havia surpresas.
Mas, por dentro, havia tanta inquietação.
Como, quando e onde tudo se perdeu?
Sentia-se a ausência do doce ou do tempero, da pureza ou do pecado.
Mantinha-se muito comum, indiferente.
Havia cautela para que não transparecesse vulgaridade ou santidade, um equilíbrio que incomodava.
Não era hora de medidas, mas de excesso.
Que abusasse então, fosse disso ou daquilo, mas abusasse.
Era preciso destaque. Era preciso lembranças.
Não podia cair no esquecimento. Não podia apagar.
E faltava tão pouco para que a luz não pudesse mais ser vista...
Seus atos e passos já eram extremamente calculáveis. Não havia por vir, apenas uma sequência de repetições: os mesmos gestos, mesmas falas, mesmas reações.
Não havia surpresas.
Mas, por dentro, havia tanta inquietação.
Como, quando e onde tudo se perdeu?
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Datas (12/06/11)
São sempre as datas reavivando lembranças e pessoas que já partiram, remoendo dores, reaparecendo com arrependimentos. E são sempre as mesmas questionações: quais seriam as consequências se seus atos houvessem sido outros? Estaria só?
Seria tempo de comemoração, não para todos, mas para eles. Relevariam o que no outro causa irritação e sorririam.
Sorririam fizesse sol ou chuva, houvesse trânsito ou não, se ou locais estivessem lotados ou vazios.
Sorririam.
Sorririam pelo simples fato de o dia de hoje ser mais um marco em suas vidas, mais uma página de sua história. Página esta que não seria virada, mas conservada, com cuidado e zelo jamais antes visto. Ficaria ali, exposta. Eles permaneceriam. Permaneceriam apaixonados após cada discussão ou resbalão, após cada música, cada lágrima, cada abraço. Permaneceriam igualmente apaixonados e encantariam fosse qualquer um.
Transbordariam amor, pelos olhos, pelas palavras e pelos atos.
Seria.
Seria uma data de comemoração e poderiam eles ter escrito belas linhas, mas não o fizeram.
Antes do tempo, ela tomou a decisão. Decisão errada. Adeus.
E essa noite, que seria de sorrisos, ela chorou, como há tempos não fazia.
Pudesse voltar... ela não sabe se voltaria.
Seria tempo de comemoração, não para todos, mas para eles. Relevariam o que no outro causa irritação e sorririam.
Sorririam fizesse sol ou chuva, houvesse trânsito ou não, se ou locais estivessem lotados ou vazios.
Sorririam.
Sorririam pelo simples fato de o dia de hoje ser mais um marco em suas vidas, mais uma página de sua história. Página esta que não seria virada, mas conservada, com cuidado e zelo jamais antes visto. Ficaria ali, exposta. Eles permaneceriam. Permaneceriam apaixonados após cada discussão ou resbalão, após cada música, cada lágrima, cada abraço. Permaneceriam igualmente apaixonados e encantariam fosse qualquer um.
Transbordariam amor, pelos olhos, pelas palavras e pelos atos.
Seria.
Seria uma data de comemoração e poderiam eles ter escrito belas linhas, mas não o fizeram.
Antes do tempo, ela tomou a decisão. Decisão errada. Adeus.
E essa noite, que seria de sorrisos, ela chorou, como há tempos não fazia.
Pudesse voltar... ela não sabe se voltaria.
Ainda é tudo tão estranho (09/06/11)
Tantas mudanças, tão pouco tempo.
Afinal, como é que se adquire uma vida estável?
Só quero as mesmas pessoas, os mesmos lugares, os velhos sabores.
Não me olhe com espanto, não espero milagres, apenas continuidade.
Cansa-me refazer, recomeçar.
Diariamente partem, somem, abandonam, e lá vou eu, mais uma vez, decorar trejeitos, habituar-me a manias, aprender o que agrada.
Sinceramente? Fico exausta!
E sei sempre, desde o princípio, que faço muito por algo temporário. Algo não, alguém. Logo ouço novamente: “sinto muito, mas já vou.” Pois que vá! Estou cansada demais para implorar que fique, para chorar ou expor meus argumentos, mesmo sabendo que estes são bons e relevantes.
Poxa... Eu queria algo fácil uma vez só. Nada de exigências, tão simples quanto poderia ser.
Então, me vê logo o constante e acaba com o provisório de uma vez, ok?
Depois disso, prometo não pedir mais nada.
Afinal, como é que se adquire uma vida estável?
Só quero as mesmas pessoas, os mesmos lugares, os velhos sabores.
Não me olhe com espanto, não espero milagres, apenas continuidade.
Cansa-me refazer, recomeçar.
Diariamente partem, somem, abandonam, e lá vou eu, mais uma vez, decorar trejeitos, habituar-me a manias, aprender o que agrada.
Sinceramente? Fico exausta!
E sei sempre, desde o princípio, que faço muito por algo temporário. Algo não, alguém. Logo ouço novamente: “sinto muito, mas já vou.” Pois que vá! Estou cansada demais para implorar que fique, para chorar ou expor meus argumentos, mesmo sabendo que estes são bons e relevantes.
Poxa... Eu queria algo fácil uma vez só. Nada de exigências, tão simples quanto poderia ser.
Então, me vê logo o constante e acaba com o provisório de uma vez, ok?
Depois disso, prometo não pedir mais nada.
Interrompendo o inverno (08/06/11)
Me vem em uma tarde fria de Junho e aquece. Retoma o peito, refaz velhos planos. Traz consigo poucas e intensas palavras que me levam o sono, me trazem desordem.
Pouco tempo que tanto tempo foi incapaz de apagar, mas por quê?
Não soube responder, eu não me atreveria tentar.
As canções... Se por breves momentos ofuscadas agora mostram-se tão claras, leves, sinceras.
Oscilação.
Deve-se ou não ousar novamente, perder-se e sonhar em meio a tal tormento?
A única certeza é a de que certezas vacilam, por vezes erram sua previsão. Então as abandono, e sigo.
Sigo minha vida, tão longe e ligada a tua que mal podemos imaginar. Mal podemos imaginar o por vir, mas aguardamos. Contudo a espera logo verá seu prazo final.
Não sabemos mais.
Não sabemos guardar saudade, reprimir desejo, contentar-nos com lembranças.
Corremos. Não pelos mesmos caminhos, mas em mesma direção. A direção alheia. O reencontro.
“-Tão bom te ver enfim, mais uma vez.”
Pouco tempo que tanto tempo foi incapaz de apagar, mas por quê?
Não soube responder, eu não me atreveria tentar.
As canções... Se por breves momentos ofuscadas agora mostram-se tão claras, leves, sinceras.
Oscilação.
Deve-se ou não ousar novamente, perder-se e sonhar em meio a tal tormento?
A única certeza é a de que certezas vacilam, por vezes erram sua previsão. Então as abandono, e sigo.
Sigo minha vida, tão longe e ligada a tua que mal podemos imaginar. Mal podemos imaginar o por vir, mas aguardamos. Contudo a espera logo verá seu prazo final.
Não sabemos mais.
Não sabemos guardar saudade, reprimir desejo, contentar-nos com lembranças.
Corremos. Não pelos mesmos caminhos, mas em mesma direção. A direção alheia. O reencontro.
“-Tão bom te ver enfim, mais uma vez.”
Quando trata-se de ti... (26/05/11)
Contentava-me com tão pouco. Sempre evitando excessos. O suficiente para suprir bastava. Meia dúzia de palavras, uma tarde na presença.
Já não suporto.
Um aceno e um sorriso não me alegram. Busco mais, preciso de mais. Presença constante, meu nome em tua mente.
Já não suporto a ideia do fim.
Talvez eu tenha fantasiado, criado tal situação, mas te encontrei sem graça. Teus olhos não suportaram o peso dos meus. Ignorou completamente. Ignorou as lembranças e todo o resto. Acredito que por fraqueza me fez não existir. Porém pude ouvir. Ouvi tua voz rouca, feroz. Havia mais fúria do que de hábito.
Preocupei-me.
Saberia ela cuidar de ti? Dividir toda a dor? Fazer-te esquecer?
Preferi pensar que não. Alguma hora voltará a si. Então eu poderei contar sem escrúpulos que um “olá” quando está só não me basta. Que um abraço não desfaz saudade. Que quero tanto, com tanta força, de ti.
Porque já não me contento em ouvir o som do lado de fora, de forma impessoal.
E eu contentava-me com tão pouco. Mas tratando-se de ti não desejo fragmentos, parcelas. Quero inteiro, quero mais, quero tudo!
Já não suporto.
Um aceno e um sorriso não me alegram. Busco mais, preciso de mais. Presença constante, meu nome em tua mente.
Já não suporto a ideia do fim.
Talvez eu tenha fantasiado, criado tal situação, mas te encontrei sem graça. Teus olhos não suportaram o peso dos meus. Ignorou completamente. Ignorou as lembranças e todo o resto. Acredito que por fraqueza me fez não existir. Porém pude ouvir. Ouvi tua voz rouca, feroz. Havia mais fúria do que de hábito.
Preocupei-me.
Saberia ela cuidar de ti? Dividir toda a dor? Fazer-te esquecer?
Preferi pensar que não. Alguma hora voltará a si. Então eu poderei contar sem escrúpulos que um “olá” quando está só não me basta. Que um abraço não desfaz saudade. Que quero tanto, com tanta força, de ti.
Porque já não me contento em ouvir o som do lado de fora, de forma impessoal.
E eu contentava-me com tão pouco. Mas tratando-se de ti não desejo fragmentos, parcelas. Quero inteiro, quero mais, quero tudo!
sábado, 6 de agosto de 2011
O prenúncio do adeus (23/05/11)
A cada manhã o clima tem se tornado mais pesado. Eu sinto no silêncio, vejo nos olhares.
Tudo tem me empurrado, mas não tenho sequer lugar para desabar, não encontro palavras para desabafar.
Talvez muitos desejariam fugir, porém tudo que desejo é ficar. Mas é tarde demais. Tarde demais para um recomeço, para reaprender a conviver.
Posso me ver partir.
Levo comigo nada mais do que o peito encharcado e uma canção para cada momento.
Sempre repugnei hipocrisia por isso a verdade deve ser dita, caso eu pudesse voltar eu cometeria os mesmo erros, os mesmos pecados, que me levariam exatamente ao local e situação que me encontro.
Mente cheia, mãos vazias. E o recomeço ser fará longe daqui, em um novo lugar.
Não levo comigo felicidade, nem sabor de vitória. Da luta que travamos somos ambas derrotadas, fracas. Não soubemos superar diferenças nem empecilhos, por vezes nem do respeito pudemos lembrar. Mas, de forma irônica, conquistamos o amor alheio. Amor incondicional. Amor que não depende de presença ou carinho, mas do existir.
Afinal, ama-se “apesar de”, e não “por causa de”.
E, te amando refaço minha vida, longe da tua.
Tudo tem me empurrado, mas não tenho sequer lugar para desabar, não encontro palavras para desabafar.
Talvez muitos desejariam fugir, porém tudo que desejo é ficar. Mas é tarde demais. Tarde demais para um recomeço, para reaprender a conviver.
Posso me ver partir.
Levo comigo nada mais do que o peito encharcado e uma canção para cada momento.
Sempre repugnei hipocrisia por isso a verdade deve ser dita, caso eu pudesse voltar eu cometeria os mesmo erros, os mesmos pecados, que me levariam exatamente ao local e situação que me encontro.
Mente cheia, mãos vazias. E o recomeço ser fará longe daqui, em um novo lugar.
Não levo comigo felicidade, nem sabor de vitória. Da luta que travamos somos ambas derrotadas, fracas. Não soubemos superar diferenças nem empecilhos, por vezes nem do respeito pudemos lembrar. Mas, de forma irônica, conquistamos o amor alheio. Amor incondicional. Amor que não depende de presença ou carinho, mas do existir.
Afinal, ama-se “apesar de”, e não “por causa de”.
E, te amando refaço minha vida, longe da tua.
Expectativa ou sonho? (23/05/11)
Cometo, mais uma vez, o maior dos erros. Mas quem de nós não se atreve a criar expectativas? E quem de nós tem controle sob tais criações?
Fosse tempos atrás eu trataria tais expectativas por sonhos. Seriam sonhos falhos, assim que gerados. Antes uma nova frustração do que um novo sonho perdido. E foram tantos!
Me considero hoje, antes de tudo, um ser errôneo. Desprovido de certezas, de noções. Não tenho medo da falha. Temo todo o resto, menos a falha.
Já troquei tantas vezes o certo pelo duvidoso, o caminho estável pela emoção da surpresa, que hoje não escolho, simplesmente atiro-me e vou.
Contudo expectativas me perseguem. Eu tento, mas livrar-me delas tem se tornado a cada dia mais complicado. Consequentemente, tudo a minha volta deixou de ser fácil, simples.
Pode ser que a presença constante da falta tenha dificultado as coisas. Falta afeto, calor, animação. E volto à elas, às expectativas, que se mostram em abundância, que com frequência transformam-se em frustrações. Não lembro o que é dar certo.
Saudade.
Saudade dos tempos fáceis. Das pessoas, dos lugares, de ter coragem para admitir que não se tratam de expectativas, mas de sonhos que ainda existem dentro de mim.
Fosse tempos atrás eu trataria tais expectativas por sonhos. Seriam sonhos falhos, assim que gerados. Antes uma nova frustração do que um novo sonho perdido. E foram tantos!
Me considero hoje, antes de tudo, um ser errôneo. Desprovido de certezas, de noções. Não tenho medo da falha. Temo todo o resto, menos a falha.
Já troquei tantas vezes o certo pelo duvidoso, o caminho estável pela emoção da surpresa, que hoje não escolho, simplesmente atiro-me e vou.
Contudo expectativas me perseguem. Eu tento, mas livrar-me delas tem se tornado a cada dia mais complicado. Consequentemente, tudo a minha volta deixou de ser fácil, simples.
Pode ser que a presença constante da falta tenha dificultado as coisas. Falta afeto, calor, animação. E volto à elas, às expectativas, que se mostram em abundância, que com frequência transformam-se em frustrações. Não lembro o que é dar certo.
Saudade.
Saudade dos tempos fáceis. Das pessoas, dos lugares, de ter coragem para admitir que não se tratam de expectativas, mas de sonhos que ainda existem dentro de mim.
Banida (22/05/11)
A cada dia tem se tornado mais difícil. Perdi o fluxo e as palavras me expulsaram de seu mundo. Contudo, tenho tanto a dizer que não me dou ao capricho de calar.
Então que venham desordenadas, indecifráveis e desconexas, mas que registrem meus momentos.
É assim que deve ser, é assim que eu preciso que seja.
Então que venham desordenadas, indecifráveis e desconexas, mas que registrem meus momentos.
É assim que deve ser, é assim que eu preciso que seja.
Acordei e me disseram que não havia mais o que temer (22/05/11)
Pediram que eu considerasse a presença do sol.
Aos poucos tomei coragem, dirigi-me à janela de meu passado e abri uma fresta. Era preciso encarar tudo novamente. Era preciso superar para enfim seguir.
O problema é que talvez eu tenha aberto a fresta em lugar indevido. Vi tanto que tive e não voltarei a ter. Vi a parte que me prende não os passos, mas o peito.
A fartura era tanta. Transbordavam alegrias, companhias, sonhos. Eu não pude ver em que ponto tudo aquilo foi perdido, mas hoje sinto a falta. Não que não houvesse algo que não faltasse naquela época. Faltava sobriedade, angústias e incertezas. Mas afinal, que falta isso faz?
Resolvi então fechá-la. Fechá-la e focar no sol que hoje me prestigia com a sua visita. Mas apesar do calor que os raios transmitem me sinto fria. Tão fria quanto minhas mãos.
Eu não queria fechar a janela, mas adentrá-la. Retomar tudo aquilo que ficou para trás. Sentir o sangue pulsar novamente, aquecer-me. Trazer à tona toda e qualquer discussão, tocar e ser tocada, amar e ser amada. E ser lembrada. Principalmente lembrada.
O temor voltou.
Não havia meios, tudo já se foi. Todos já se foram. Até mesmo aqueles que contaram-me da presença do sol já haviam partido.
Percebi que não temo o futuro, temo que o presente torne-se demasiadamente rápido passado. E isso tem acontecido tanto de uns tempos pra cá!
Aos poucos tomei coragem, dirigi-me à janela de meu passado e abri uma fresta. Era preciso encarar tudo novamente. Era preciso superar para enfim seguir.
O problema é que talvez eu tenha aberto a fresta em lugar indevido. Vi tanto que tive e não voltarei a ter. Vi a parte que me prende não os passos, mas o peito.
A fartura era tanta. Transbordavam alegrias, companhias, sonhos. Eu não pude ver em que ponto tudo aquilo foi perdido, mas hoje sinto a falta. Não que não houvesse algo que não faltasse naquela época. Faltava sobriedade, angústias e incertezas. Mas afinal, que falta isso faz?
Resolvi então fechá-la. Fechá-la e focar no sol que hoje me prestigia com a sua visita. Mas apesar do calor que os raios transmitem me sinto fria. Tão fria quanto minhas mãos.
Eu não queria fechar a janela, mas adentrá-la. Retomar tudo aquilo que ficou para trás. Sentir o sangue pulsar novamente, aquecer-me. Trazer à tona toda e qualquer discussão, tocar e ser tocada, amar e ser amada. E ser lembrada. Principalmente lembrada.
O temor voltou.
Não havia meios, tudo já se foi. Todos já se foram. Até mesmo aqueles que contaram-me da presença do sol já haviam partido.
Percebi que não temo o futuro, temo que o presente torne-se demasiadamente rápido passado. E isso tem acontecido tanto de uns tempos pra cá!
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Reagindo ao dia
Acontece que em dias como esses, onde o céu encontra-se mais cinza e o clima pesa, quem mais sofre não somos nós, que vemos tudo pelo pior ângulo possível, mas quem se encontra a nossa volta, que acaba sustentado todo o peso de nossa revolta, recebendo todo mal-trato oriundo de nossas tristezas.
Não deveria, mas é exatamente dessa forma que os acontecimentos se procedem.
Precisávamos apenas de um carinho, de aconchego, mas basta a primeira tentativa alheia de aproximação para que voem esmurros para todas as direções. A agressão, por mais que não seja física, é capaz de causar ferimentos de profundidade absurdas, por vezes incuráveis.
Caso restem forças para que permaneçam ao seu lado, talvez tu te tornes fraco ao tentar olhar nos olhos daquele que tentou te acalmar enquanto tu esbravejavas todo o ódio, toda a ira.
Mas não há jeito, em algumas vezes as reações provocadas pelo ódio podem ser consideradas tão humanas quanto o amor. Se não naturais, da natureza. Incontroláveis, indecifráveis, imutáveis.
Vejo quão ridiculamente mesquinhos somos. Achamo-nos espertos, donos de si e do mundo e permanecemos incapazes de controlar nossos próprios atos e nossa própria voz.
Eu só queria ter dito que te amo ao telefone, antes de gritar.
Não deveria, mas é exatamente dessa forma que os acontecimentos se procedem.
Precisávamos apenas de um carinho, de aconchego, mas basta a primeira tentativa alheia de aproximação para que voem esmurros para todas as direções. A agressão, por mais que não seja física, é capaz de causar ferimentos de profundidade absurdas, por vezes incuráveis.
Caso restem forças para que permaneçam ao seu lado, talvez tu te tornes fraco ao tentar olhar nos olhos daquele que tentou te acalmar enquanto tu esbravejavas todo o ódio, toda a ira.
Mas não há jeito, em algumas vezes as reações provocadas pelo ódio podem ser consideradas tão humanas quanto o amor. Se não naturais, da natureza. Incontroláveis, indecifráveis, imutáveis.
Vejo quão ridiculamente mesquinhos somos. Achamo-nos espertos, donos de si e do mundo e permanecemos incapazes de controlar nossos próprios atos e nossa própria voz.
Eu só queria ter dito que te amo ao telefone, antes de gritar.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Bob Mar (11/05/11)
De certa forma, ele era meu único vínculo com aquele lugar.
Eu bem sabia que não permaneceria ali na sua ausência bem como ele não suportaria a minha. Por isso encontrávamos ali, não sei se fortes, mas firmes. E enquanto sua fragilidade se mostrava a cada dia mais, eu seguia disfarçando. Era um belo de um disfarce, capaz de enganar muitos, todos, menos a ele.
Fitava-me nos olhos e desvendava minha alma.
Se não compreendia minhas palavras, conhecia-me como ninguém. Chegava perto, deitava ao lado, e eu tinha certeza: “ele sabe das minhas fraquezas.”
Tenho certeza de que em algumas noites o vi chorar. Ele chorava por mim, pela minha dor, fosse ela física ou emocional. Em segredo chorávamos juntos.
Foi o único que encontrei cujo pranto era tão silencioso quanto o meu.
Foi o único que encontrei que não julgou, não culpou e soube perdoar sempre.
Por vezes ignorei sua presença, não lhe dirigi a palavra, lhe neguei afeto. Ele perdoou. Sempre.
Nunca o chamei de amor, hoje sei que ele daria sentido a tal palavra. Nunca o negou, nunca o poupou. Tenho a certeza de que ele sabia amar.
Se disse que o vi chorar posso também dizer que o vi sorrir. Muitas, tantas vezes! Todo despertar da manhã ou chegar da noite. Eu abria a porta e lá estava o seu sorriso. Tinha o sorriso mais sincero de que tenho notícias. Se minha dor era sua lágrima, meu existir era seu sorriso. Me via e sorria.
Não encontrarei outro assim.
Não pretendo procurar.
Queria que apenas um dia pudéssemos ter um diálogo.
Queria calar um pouco para ouvi-lo, mesmo que não tivesse nada a dizer.
Queria estancar toda sua dor, arrancá-la, bani-la.
Queria vê-lo correndo uma última vez, sorrindo em sua melhor forma.
Nessas horas se percebe o desperdício. Desperdício de tempo, de momentos. Tudo era tão simples. Era não, poderia ter sido. O desperdício foi tão simples.
Eu queria vê-lo novamente. Tomá-lo nos braços. Pedir perdão.
Seria novamente um desperdício. Ele estaria sorrindo, me fitando os olhos e através deles me contando sobre o amor que por mim sente.
Ele compreenderia tudo, não as palavras, mas todo o resto. Sempre o fez dessa forma, e faria mais uma vez.
Ele sabia que era hora de eu partir, por isso decidiu ir antes, me pediu para ir antes.
Fomos quatro uma vez. Eu e ele éramos como um. Um fosse, o outro ia. Fomos juntos, não para o mesmo lugar, mas fomos. Dos quatro restaram dois. Eles refazem os mesmos caminhos que fizemos todos os dias, na nossa ausência. Marcamos suas vidas e, mesmo na nossa ausência, eles sentem nossa presença. Dois dos quatro permanecem ali, já os outros dois, eu e ele, sabíamos que era hora de partir. E fomos.
Espero que haja um belo canil no céu.
"Afinei os meus ouvidos pra escutar suas chamadas
Sinais do corpo eu sei ler nas nossas conversas demoradas
Mas há dias em que nada faz sentido
E os sinais que me ligam ao mundo se desligam.." ♪
ps: Para o melhor cachorro que eu já tive ou possa vir a ter. Aguentou firme os piores momentos ao meu lado hein Bóbinho! ;)
Eu bem sabia que não permaneceria ali na sua ausência bem como ele não suportaria a minha. Por isso encontrávamos ali, não sei se fortes, mas firmes. E enquanto sua fragilidade se mostrava a cada dia mais, eu seguia disfarçando. Era um belo de um disfarce, capaz de enganar muitos, todos, menos a ele.
Fitava-me nos olhos e desvendava minha alma.
Se não compreendia minhas palavras, conhecia-me como ninguém. Chegava perto, deitava ao lado, e eu tinha certeza: “ele sabe das minhas fraquezas.”
Tenho certeza de que em algumas noites o vi chorar. Ele chorava por mim, pela minha dor, fosse ela física ou emocional. Em segredo chorávamos juntos.
Foi o único que encontrei cujo pranto era tão silencioso quanto o meu.
Foi o único que encontrei que não julgou, não culpou e soube perdoar sempre.
Por vezes ignorei sua presença, não lhe dirigi a palavra, lhe neguei afeto. Ele perdoou. Sempre.
Nunca o chamei de amor, hoje sei que ele daria sentido a tal palavra. Nunca o negou, nunca o poupou. Tenho a certeza de que ele sabia amar.
Se disse que o vi chorar posso também dizer que o vi sorrir. Muitas, tantas vezes! Todo despertar da manhã ou chegar da noite. Eu abria a porta e lá estava o seu sorriso. Tinha o sorriso mais sincero de que tenho notícias. Se minha dor era sua lágrima, meu existir era seu sorriso. Me via e sorria.
Não encontrarei outro assim.
Não pretendo procurar.
Queria que apenas um dia pudéssemos ter um diálogo.
Queria calar um pouco para ouvi-lo, mesmo que não tivesse nada a dizer.
Queria estancar toda sua dor, arrancá-la, bani-la.
Queria vê-lo correndo uma última vez, sorrindo em sua melhor forma.
Nessas horas se percebe o desperdício. Desperdício de tempo, de momentos. Tudo era tão simples. Era não, poderia ter sido. O desperdício foi tão simples.
Eu queria vê-lo novamente. Tomá-lo nos braços. Pedir perdão.
Seria novamente um desperdício. Ele estaria sorrindo, me fitando os olhos e através deles me contando sobre o amor que por mim sente.
Ele compreenderia tudo, não as palavras, mas todo o resto. Sempre o fez dessa forma, e faria mais uma vez.
Ele sabia que era hora de eu partir, por isso decidiu ir antes, me pediu para ir antes.
Fomos quatro uma vez. Eu e ele éramos como um. Um fosse, o outro ia. Fomos juntos, não para o mesmo lugar, mas fomos. Dos quatro restaram dois. Eles refazem os mesmos caminhos que fizemos todos os dias, na nossa ausência. Marcamos suas vidas e, mesmo na nossa ausência, eles sentem nossa presença. Dois dos quatro permanecem ali, já os outros dois, eu e ele, sabíamos que era hora de partir. E fomos.
Espero que haja um belo canil no céu.
"Afinei os meus ouvidos pra escutar suas chamadas
Sinais do corpo eu sei ler nas nossas conversas demoradas
Mas há dias em que nada faz sentido
E os sinais que me ligam ao mundo se desligam.." ♪
ps: Para o melhor cachorro que eu já tive ou possa vir a ter. Aguentou firme os piores momentos ao meu lado hein Bóbinho! ;)
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Pele, vísceras e voz (10/05/11)
Dessa vez não há pressa. Antes houve, à tarde. Mas não agora, momento em que a lua se faz dona do céu.
A pressa foi banida, foi junto com o sonho que transformei em pele, vísceras e voz. Sonho que me tocou o corpo, a alma. Sonho que disse adeus sem pestanejar, sem que eu percebesse ou permitisse. Mas foi
E foi sem olhar para trás, foi ficando, foi apenas ausentando-se, mas permanecendo aqui.
O toque antes digno de desejo aos poucos se tornou rotineiro, comum.
Eu fui me esvaindo, me apagando, desaprendendo a sorrir. Fui deixando, abandonando.
Abandonei pessoas e lugares. Me abandonei em algum lugar, não reencontrei. Não procurei. Eu não quis. Não sozinha. Caso houvesse o sonho – leia-se “O” e não “UM” – procuraria e, certamente, encontraria. Sim, casou houvesse o sonho eu me encontraria. Meu riso ecoaria e eu retomaria o meu lugar.
O velho lugar.
Aquele lugar ao lado do bar, pertencente a mim e ao meu sonho.
Lembrando: falo do meu sonho de pele, vísceras e voz. Quanta voz!
Ali, ao lado do bar, os drinks na mão. Drinks negros, pela noite que vem. Negros. Seus cabelos, que mais tarde serão presos.
São os drinks, ou o suor. São as vísceras. Ou a pele. Sim, a pele.
Não é mais a lua que dá o tom claro à noite. É a pele, minha pele. “a pele branca...” O som, a voz.
Depois a voz desperta. Amanhã, mais tarde.
Agora eu sonho. Mais um pouco.
Estico o tempo ao máximo. Não há mais tempo. Nem pressa. Nem nada.
Tudo porque não há mais sonho de pele, vísceras e voz. Principalmente voz.
A pressa foi banida, foi junto com o sonho que transformei em pele, vísceras e voz. Sonho que me tocou o corpo, a alma. Sonho que disse adeus sem pestanejar, sem que eu percebesse ou permitisse. Mas foi
E foi sem olhar para trás, foi ficando, foi apenas ausentando-se, mas permanecendo aqui.
O toque antes digno de desejo aos poucos se tornou rotineiro, comum.
Eu fui me esvaindo, me apagando, desaprendendo a sorrir. Fui deixando, abandonando.
Abandonei pessoas e lugares. Me abandonei em algum lugar, não reencontrei. Não procurei. Eu não quis. Não sozinha. Caso houvesse o sonho – leia-se “O” e não “UM” – procuraria e, certamente, encontraria. Sim, casou houvesse o sonho eu me encontraria. Meu riso ecoaria e eu retomaria o meu lugar.
O velho lugar.
Aquele lugar ao lado do bar, pertencente a mim e ao meu sonho.
Lembrando: falo do meu sonho de pele, vísceras e voz. Quanta voz!
Ali, ao lado do bar, os drinks na mão. Drinks negros, pela noite que vem. Negros. Seus cabelos, que mais tarde serão presos.
São os drinks, ou o suor. São as vísceras. Ou a pele. Sim, a pele.
Não é mais a lua que dá o tom claro à noite. É a pele, minha pele. “a pele branca...” O som, a voz.
Depois a voz desperta. Amanhã, mais tarde.
Agora eu sonho. Mais um pouco.
Estico o tempo ao máximo. Não há mais tempo. Nem pressa. Nem nada.
Tudo porque não há mais sonho de pele, vísceras e voz. Principalmente voz.
Tão perto, tão longe (06/05/11)
Acho injusto falar “dela” quando, na verdade, falo de mim. Por esse motivo há folhas e mais folhas amassadas no canto do quarto.
Me pergunto quanto tempo mais vou precisar para adquirir toda coragem necessária para admitir e partir.
Toda vez que me toca, e não falo de toques promíscuos, mas comuns, vejo que já é passada a hora.
Eu quero mais, quero de volta.
E não me basta conversas rotineiras, almoços rápidos e lembranças que aparecem por brechas que surgem.
Se é pra ficar que seja intenso, como foi no princípio. Que hajam brigas que me enlouqueçam, mas nunca tanto quanto as noites, reclamações excessivas, sendo a maioria em relação a distância e que eu possa ver nos gestos, em todo e qualquer, o carinho que me guia, me mantém.
Mas se não for, que me permita partir. Que não relembre o que se passou e que esqueça os meus gostos, que não sorria do outro lado da rua e que não liguem meu nome ao teu.
Que esqueça, apague.
Que eu esqueça, apague.
Eu não queria mais.
Queria nunca ter tido.
“Eu sei que eu não posso mais viver essa vida de beira de abismo, tão perto do seu lado, tão longe do seu carinho, querendo você cada vez mais, cada vez mais... sozinho.”
Me pergunto quanto tempo mais vou precisar para adquirir toda coragem necessária para admitir e partir.
Toda vez que me toca, e não falo de toques promíscuos, mas comuns, vejo que já é passada a hora.
Eu quero mais, quero de volta.
E não me basta conversas rotineiras, almoços rápidos e lembranças que aparecem por brechas que surgem.
Se é pra ficar que seja intenso, como foi no princípio. Que hajam brigas que me enlouqueçam, mas nunca tanto quanto as noites, reclamações excessivas, sendo a maioria em relação a distância e que eu possa ver nos gestos, em todo e qualquer, o carinho que me guia, me mantém.
Mas se não for, que me permita partir. Que não relembre o que se passou e que esqueça os meus gostos, que não sorria do outro lado da rua e que não liguem meu nome ao teu.
Que esqueça, apague.
Que eu esqueça, apague.
Eu não queria mais.
Queria nunca ter tido.
“Eu sei que eu não posso mais viver essa vida de beira de abismo, tão perto do seu lado, tão longe do seu carinho, querendo você cada vez mais, cada vez mais... sozinho.”
Quando o que se tem não sacia (06/05/11)
Não basta o toque, a presença. Tudo isso agora faz-se pouco, ela precisa de mais. Há a necessidade de saber se rodeia seus sentimentos, se os toca mesmo que de leve.
Aos poucos ela decide afastar-se e isso dói. É como arrancar um pedaço de si, deixar para trás a parte mais doce da vida. É necessário.
E ao partir (ou enquanto tenta) não deixa de imaginar a presença dele em sua nova vida.
Não é agora tão menina, talvez ele saiba, talvez não.
Pode mostrar tanto, ensinar tanto a ele.
Contar sobre amor, sobre esperança.
Relembrar todo dia o que soube desde o começo, o que ele foi para ela desde o princípio.
Toda vez que ela pretende ir é assim, as lembranças vêm e ela desiste.
Só o queria aqui, agora, sempre.
Aos poucos ela decide afastar-se e isso dói. É como arrancar um pedaço de si, deixar para trás a parte mais doce da vida. É necessário.
E ao partir (ou enquanto tenta) não deixa de imaginar a presença dele em sua nova vida.
Não é agora tão menina, talvez ele saiba, talvez não.
Pode mostrar tanto, ensinar tanto a ele.
Contar sobre amor, sobre esperança.
Relembrar todo dia o que soube desde o começo, o que ele foi para ela desde o princípio.
Toda vez que ela pretende ir é assim, as lembranças vêm e ela desiste.
Só o queria aqui, agora, sempre.
Sobre alguém (04/05/11)
Ele voltou. E veio com força inigualável.
Eu bem queria saber explicar, entender se é saudade ou solidão, mas não sei.
A velha banda voltou a tocar, trazendo imagens familiares. É o som que lhe agrada.
Tenho vontade de pedir que fique, que vá. Eu realmente não sei.
Se eu lhe contasse tudo haveria a possibilidade de melhorar, um desabafo sempre cai bem, mas a verdade é que provavelmente tudo pioraria. Possibilidades são pequenas demais, busco certezas.
E saber que as desperdicei...
Eu queria adormecer em braços alheios, mas não qualquer braço, hoje eu queria aqueles braços.
Parece que o ouço dizer para não jogar tudo fora, que a reconstrução não se faz na hora que me convém.
Revivo o “até logo” que desde sempre eu soube que seria um adeus.
Só queria me perder na imensidão daqueles olhos azuis novamente. Uma vez só, que fosse.
Eu bem queria saber explicar, entender se é saudade ou solidão, mas não sei.
A velha banda voltou a tocar, trazendo imagens familiares. É o som que lhe agrada.
Tenho vontade de pedir que fique, que vá. Eu realmente não sei.
Se eu lhe contasse tudo haveria a possibilidade de melhorar, um desabafo sempre cai bem, mas a verdade é que provavelmente tudo pioraria. Possibilidades são pequenas demais, busco certezas.
E saber que as desperdicei...
Eu queria adormecer em braços alheios, mas não qualquer braço, hoje eu queria aqueles braços.
Parece que o ouço dizer para não jogar tudo fora, que a reconstrução não se faz na hora que me convém.
Revivo o “até logo” que desde sempre eu soube que seria um adeus.
Só queria me perder na imensidão daqueles olhos azuis novamente. Uma vez só, que fosse.
02/05/11
Me encanta e apavora a capacidade que tenho de eternizar pessoas.
Basta um olhar, uma confidência, por mais breve ou tola que seja, para que mente e coração trabalhem juntos com o único intuito de não deixar cair no esquecimento.
Quis tanto que me vissem dessa forma. Que meu nome remetesse a um sorriso e que lembranças fossem incontáveis.
Quis não ser eu por alguns instantes. Que os papéis se invertessem para que minhas manias e sonhos fossem relembrados por aquele com quem os compartilhei.
Mas, talvez, se o jogo fosse oposto, eu seria o canalha.
Doce canalha que habita os pensamentos de outrem, lhe tira o sono, a razão e, por vezes, a alegria. Tudo tão disfarçadamente ciente. O problema é que eu não saberia disfarçar. Então deixaria de ser doce para tornar-me simplesmente canalha. Talvez lhe dissesse que sua presença não me agrada, mas que seu corpo me é útil. Lhe arrancaria a esperança, diria que foi o que foi e fim. E só diria se me perguntasse, caso não o fizesse, esqueceria.
Não, eu não saberia ser doce. Saberia apenas ser canalha. Pode ser que por isso tudo seja assim.
Eu me encanto, ele esquece.
Eternizo no peito meu doce canalha.
Basta um olhar, uma confidência, por mais breve ou tola que seja, para que mente e coração trabalhem juntos com o único intuito de não deixar cair no esquecimento.
Quis tanto que me vissem dessa forma. Que meu nome remetesse a um sorriso e que lembranças fossem incontáveis.
Quis não ser eu por alguns instantes. Que os papéis se invertessem para que minhas manias e sonhos fossem relembrados por aquele com quem os compartilhei.
Mas, talvez, se o jogo fosse oposto, eu seria o canalha.
Doce canalha que habita os pensamentos de outrem, lhe tira o sono, a razão e, por vezes, a alegria. Tudo tão disfarçadamente ciente. O problema é que eu não saberia disfarçar. Então deixaria de ser doce para tornar-me simplesmente canalha. Talvez lhe dissesse que sua presença não me agrada, mas que seu corpo me é útil. Lhe arrancaria a esperança, diria que foi o que foi e fim. E só diria se me perguntasse, caso não o fizesse, esqueceria.
Não, eu não saberia ser doce. Saberia apenas ser canalha. Pode ser que por isso tudo seja assim.
Eu me encanto, ele esquece.
Eternizo no peito meu doce canalha.
terça-feira, 26 de julho de 2011
Não é 1° de abril, sendo assim, tudo perde a graça (23/04/11)
Você encontra-se ali, pronta para sair, só então percebe que não há companhia. O erro não foi dos outros, mas seu. Observei em silêncio enquanto você afastava um por um. Justificava com acontecimentos do passado, dizendo que não suportaria o abandono novamente e, ao invés de ver partir, partiu.
Pergunto agora: qual foi a diferença?
Encontra-se no ponto exato em que encontrava-se tempos atrás. Seu quarto, seu espelho e a companhia do seu reflexo, que lhe causa repugna.
Lembra-se de quando costumava arriscar-se e o riso vinha espontâneo e não por obrigação?
Veja bem, não foi minha intenção provocar suas lágrimas. Quis apenas lembrar-te quem realmente és.
Não que eu não lhe compreenda. Sei bem do que encontrou pelo caminho, das dores que vieram no teu percurso, mas não aceito tua derrota.
Era lembrada, sabe? Falavam de ti como falam da luz. Não posso admitir que isso se perca. Então eu peço, na verdade imploro: corre atrás do que há aí dentro. Acredito que possa te encontrar, mesmo em meio a tanto desespero.
Pergunto agora: qual foi a diferença?
Encontra-se no ponto exato em que encontrava-se tempos atrás. Seu quarto, seu espelho e a companhia do seu reflexo, que lhe causa repugna.
Lembra-se de quando costumava arriscar-se e o riso vinha espontâneo e não por obrigação?
Veja bem, não foi minha intenção provocar suas lágrimas. Quis apenas lembrar-te quem realmente és.
Não que eu não lhe compreenda. Sei bem do que encontrou pelo caminho, das dores que vieram no teu percurso, mas não aceito tua derrota.
Era lembrada, sabe? Falavam de ti como falam da luz. Não posso admitir que isso se perca. Então eu peço, na verdade imploro: corre atrás do que há aí dentro. Acredito que possa te encontrar, mesmo em meio a tanto desespero.
Liberdade, ou a falta dela (28/03/11)
Ela resolveu, por breves momentos, simplesmente observar.
Os faróis foram vistos sob novos e mais belos nuances, agora inalcançáveis e relembrou as diversas vezes em que havia se imaginado só diante de uma estrada chuvosa que a levaria sabe-se lá até onde, mas que por fim seria exatamente o local que gostaria de estar.
Estes breves momentos pelos quais passou a fez repensar diversos fatores, entre eles a liberdade.
Sim, a liberdade! Não havia imaginado que seria ela um privilégio e não uma escolha, que esta viria a quem quisesse e não quem quisesse iria até ela.
Percebeu então que as dependências químicas eram grão de areia comparado ao que a vida lhe reservaria.
Seu direito de ir e vir, de certa forma, vetados.
Seu livre arbítrio, em parte, censurado.
E com tão pouca idade sentiu o gosto amargo da nostalgia.
Ousando desentranhar seus pensamentos e reflexões momentâneas (ou não), digo que ela se arrependeu de ter descoberto o problema no início. Também pudera, caso houvesse esperado que tudo explodisse, como acredito que teria acontecido, talvez ainda pudesse desfrutar de alegrias a ela antes pertencentes.
Dessa forma, um copo seria apenas um copo, uma noite mal dormida apenas uma noite mal dormida e não encontraria beleza alguma nas luzes dos faróis.
Os faróis foram vistos sob novos e mais belos nuances, agora inalcançáveis e relembrou as diversas vezes em que havia se imaginado só diante de uma estrada chuvosa que a levaria sabe-se lá até onde, mas que por fim seria exatamente o local que gostaria de estar.
Estes breves momentos pelos quais passou a fez repensar diversos fatores, entre eles a liberdade.
Sim, a liberdade! Não havia imaginado que seria ela um privilégio e não uma escolha, que esta viria a quem quisesse e não quem quisesse iria até ela.
Percebeu então que as dependências químicas eram grão de areia comparado ao que a vida lhe reservaria.
Seu direito de ir e vir, de certa forma, vetados.
Seu livre arbítrio, em parte, censurado.
E com tão pouca idade sentiu o gosto amargo da nostalgia.
Ousando desentranhar seus pensamentos e reflexões momentâneas (ou não), digo que ela se arrependeu de ter descoberto o problema no início. Também pudera, caso houvesse esperado que tudo explodisse, como acredito que teria acontecido, talvez ainda pudesse desfrutar de alegrias a ela antes pertencentes.
Dessa forma, um copo seria apenas um copo, uma noite mal dormida apenas uma noite mal dormida e não encontraria beleza alguma nas luzes dos faróis.
Covardia (21/02/11)
Não estou aqui falando de nenhum garoto, de nenhum menino com idéias infantis e desconexas, falo de homem feito que ao vê-la observa cada minúcia, cada mísero movimento, e deixa envolver-se...
E ela que adora todos os seus anos vividos e experiência adquirida traça linhas coloridas de planos mirabolantes para vê-lo cada vez mais próximo, enciumado e apaixonado.
São nada mais do que um homem e uma menina, sem qualquer tipo de relacionamento mas envolvidos em uma teia invisível de sentimentos não-declarados aparentemente indestrutível, ao menos eles a enxergam dessa forma.
São nada mais do que dois covardes que calam perante dificuldades e não permitem que o acaso torne seu casa algo tão maior, e poderia ser.
E ela que adora todos os seus anos vividos e experiência adquirida traça linhas coloridas de planos mirabolantes para vê-lo cada vez mais próximo, enciumado e apaixonado.
São nada mais do que um homem e uma menina, sem qualquer tipo de relacionamento mas envolvidos em uma teia invisível de sentimentos não-declarados aparentemente indestrutível, ao menos eles a enxergam dessa forma.
São nada mais do que dois covardes que calam perante dificuldades e não permitem que o acaso torne seu casa algo tão maior, e poderia ser.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Hoje eu lembrei. E quão errado é lembrar? (10/02/11)
De certa forma, ao citar teu nome e falar sobre acontecimentos, acabo revivendo sentimento que me fazia adormecer sorrindo.
Não nego que me vem o anseio do teu abraço e o desejo de dizer-te que terminei a leitura do livro de páginas azuis. Azuis da cor dos teus olhos, que me fitavam com um carinho que não encontrei em mais nenhum olhar.
Por onde andam teus passos agora? E teu peito?
Me questiono quais são as tuas questionações, certezas e incertezas. Me questiono se guarda lembranças, CD’s, e-mails.
Seriam oito meses. Seriam outros ou os mesmos lugares, velhas ou novas discussões, grandes ou pequenos empecilhos. Mas seria tudo tão nosso, tão perfeito em sua imperfeição.
Acredito que pela primeira vez eu vá usar a palavra “arrependimento”. E não a uso com o intuito de reverter situação alguma. Uso apenas para deixar claro que agora, no tal do “tarde demais”, sei bem que és tudo aquilo que eu nunca deveria ter deixado partir.
Não nego que me vem o anseio do teu abraço e o desejo de dizer-te que terminei a leitura do livro de páginas azuis. Azuis da cor dos teus olhos, que me fitavam com um carinho que não encontrei em mais nenhum olhar.
Por onde andam teus passos agora? E teu peito?
Me questiono quais são as tuas questionações, certezas e incertezas. Me questiono se guarda lembranças, CD’s, e-mails.
Seriam oito meses. Seriam outros ou os mesmos lugares, velhas ou novas discussões, grandes ou pequenos empecilhos. Mas seria tudo tão nosso, tão perfeito em sua imperfeição.
Acredito que pela primeira vez eu vá usar a palavra “arrependimento”. E não a uso com o intuito de reverter situação alguma. Uso apenas para deixar claro que agora, no tal do “tarde demais”, sei bem que és tudo aquilo que eu nunca deveria ter deixado partir.
Revelar (06/02/11)
É tudo tão estranho quanto poderia ser. Teria mais de mil motivos para chorar, gritar, espernear e fazer birra feito criança ao perder o brinquedinho de que mais gostava, mas ela simplesmente sorri.
Por mais que tente expressar raiva e cumprir promessa feita de que jamais voltaria a dedicar a ele todo seu afeto vê-se tão apaixonada que acaba impossibilitada de fazê-lo.
Na verdade mal pode esperar para que seus passos façam o trajeto até o local de costume para que, esquecendo os empecilhos surgidos, possa observá-lo novamente em tarefas cotidianas, interromper-lhe a par e despertar-lhe desejo.
E seja em um almoço ou em mais uma daquelas jantas de que tanto gosta e que ocasionalmente se repetem virá a oportunidade. Arregaçará as mangas, jogará as cartas sob a mesa e revelará cada um de seus truques.
Já é hora de contar-lhe sobre o amor.
Por mais que tente expressar raiva e cumprir promessa feita de que jamais voltaria a dedicar a ele todo seu afeto vê-se tão apaixonada que acaba impossibilitada de fazê-lo.
Na verdade mal pode esperar para que seus passos façam o trajeto até o local de costume para que, esquecendo os empecilhos surgidos, possa observá-lo novamente em tarefas cotidianas, interromper-lhe a par e despertar-lhe desejo.
E seja em um almoço ou em mais uma daquelas jantas de que tanto gosta e que ocasionalmente se repetem virá a oportunidade. Arregaçará as mangas, jogará as cartas sob a mesa e revelará cada um de seus truques.
Já é hora de contar-lhe sobre o amor.
02/02/11
Depois do que viu deveria desistir ou ao menos zangar-se, mas não há nada capaz de fazê-la reconhecer nele defeitos capazes de desfazer todo o encanto existente.
Enquanto a razão lhe mostra coisas que seriam óbvias até a uma criança o coração suplica que insista, que conquiste.
Fosse meses atrás talvez houvesse tempo para que eu a aconselhasse, porém agora a vejo tão entregue e apaixonada que não encontro meios de fazê-la frear, mesmo sabendo que encontra-se em rota de colisão.
Talvez quando tudo estiver destruído novamente, corpo, alma, coração, ela saiba recomeçar com calma, diminuir a velocidade e parar quando necessário.
Mas antes disso, enquanto nada acontece, enquanto ela ainda mede as palavras que dirá a ele, me permito torcer.
Torcer por ela, por ele, por eles.
E não me espantaria se os visse juntos mais uma vez.
Enquanto a razão lhe mostra coisas que seriam óbvias até a uma criança o coração suplica que insista, que conquiste.
Fosse meses atrás talvez houvesse tempo para que eu a aconselhasse, porém agora a vejo tão entregue e apaixonada que não encontro meios de fazê-la frear, mesmo sabendo que encontra-se em rota de colisão.
Talvez quando tudo estiver destruído novamente, corpo, alma, coração, ela saiba recomeçar com calma, diminuir a velocidade e parar quando necessário.
Mas antes disso, enquanto nada acontece, enquanto ela ainda mede as palavras que dirá a ele, me permito torcer.
Torcer por ela, por ele, por eles.
E não me espantaria se os visse juntos mais uma vez.
Sorte (20/01/11)
Ela havia crescido um bocado nos últimos anos. Não falo de corpo, mas de espírito.
Cada tombo acabou sendo tão ou mais importante do que as vitórias, trazendo consigo amadurecimento difícil de obter.
E agora a menina sente-se fora do lugar, depara-se com a necessidade de partir. Porém sabe que a partir do momento em que puser seus pés no mundo este irá perder a pouca beleza que lhe resta, que as coisas tendem a piorar.
Contudo, ela sempre foi assim. Nunca deu o devido valor ao comodismo, de nada valeria coisa alguma se não tivesse conquistado com seu próprio esforço. E sabemos, eu e ela, que não demora para que ela se vá.
Engraçado, muitos poderiam dizer que ela é realista demais, materialista ao extremo, mas ao contrário, quem desvenda sua essência sabe que é, como Shakespeare disse, “feita do tecido de que são feitos os sonhos”. E é justamente isso que vai fazer com que ela siga seu próprio caminho: sua capacidade de sonhar, de acreditar na vida apesar de todas evidências dizerem-lhe para fazer o oposto.
Então a mim, impotente perante suas escolhas, nada mais resta do que desejar-lhe sorte. E que o mundo não seja assim um lugar tão ruim.
Cada tombo acabou sendo tão ou mais importante do que as vitórias, trazendo consigo amadurecimento difícil de obter.
E agora a menina sente-se fora do lugar, depara-se com a necessidade de partir. Porém sabe que a partir do momento em que puser seus pés no mundo este irá perder a pouca beleza que lhe resta, que as coisas tendem a piorar.
Contudo, ela sempre foi assim. Nunca deu o devido valor ao comodismo, de nada valeria coisa alguma se não tivesse conquistado com seu próprio esforço. E sabemos, eu e ela, que não demora para que ela se vá.
Engraçado, muitos poderiam dizer que ela é realista demais, materialista ao extremo, mas ao contrário, quem desvenda sua essência sabe que é, como Shakespeare disse, “feita do tecido de que são feitos os sonhos”. E é justamente isso que vai fazer com que ela siga seu próprio caminho: sua capacidade de sonhar, de acreditar na vida apesar de todas evidências dizerem-lhe para fazer o oposto.
Então a mim, impotente perante suas escolhas, nada mais resta do que desejar-lhe sorte. E que o mundo não seja assim um lugar tão ruim.
Coragem e Força (20/01/11)
Às vezes acabamos por nos sentir sem nada, ninguém, desleixo do mundo e, para ser sincera, acredito que tais sentimentos sejam tão comuns quanto a felicidade, pelo menos por aqui.
Não raro, tudo o que resta sou eu e eu, e me obrigo, mesmo em frangalhos, a refazer todo o caminho, procurando por falhas e erros tão graves que possam ter feito com que me abandonassem sem explicação alguma.
Não me posto feito vítima diante do mundo, aliás, sempre me desesperou o fato de poder parecer uma. Porém há quem diga que aproveito dos momentos em que o mar se mostra em meus olhos para conquistar carinho, aconchego. Longe disso, meu amigo! Longe disso!
Acontece que em certo ponto a arrebentação faz-se tão forte, a maré está tão alta, que não há pedra capaz de conter a água, que acaba por invadir aquilo que desejar, seja olhos, mente... coração. E acabamos fracos, apesar de toda força que gostaríamos de demonstrar.
Mas siga-se a dança do vento. Pois não me sinto pronta. Não pronta para parar.
E eu sei que olhando o espelho, em um determinado local, posso encontrar tudo aquilo de que necessito agora.
É só coragem. Coragem e força.
Não raro, tudo o que resta sou eu e eu, e me obrigo, mesmo em frangalhos, a refazer todo o caminho, procurando por falhas e erros tão graves que possam ter feito com que me abandonassem sem explicação alguma.
Não me posto feito vítima diante do mundo, aliás, sempre me desesperou o fato de poder parecer uma. Porém há quem diga que aproveito dos momentos em que o mar se mostra em meus olhos para conquistar carinho, aconchego. Longe disso, meu amigo! Longe disso!
Acontece que em certo ponto a arrebentação faz-se tão forte, a maré está tão alta, que não há pedra capaz de conter a água, que acaba por invadir aquilo que desejar, seja olhos, mente... coração. E acabamos fracos, apesar de toda força que gostaríamos de demonstrar.
Mas siga-se a dança do vento. Pois não me sinto pronta. Não pronta para parar.
E eu sei que olhando o espelho, em um determinado local, posso encontrar tudo aquilo de que necessito agora.
É só coragem. Coragem e força.
Atualizando...
Como fiquei um bom tempo sem atualizar o blog, acabei acumulando alguns textos no meu caderno (sim, eu gosto mesmo é de papel e caneta). Sendo assim, pretendendo "deixar tudo em dia" vou postar coisas mais antigas, esperando chegar nos dias atuais haha
quinta-feira, 21 de julho de 2011
O que poucos percebem e valorizam é o significado de cada gesto, de cada pausa, de cada marca
Em sua maioria apressados e desinteressados pouco ligam para os ‘bom dias’ recebidos e acabam superestimando o que de menos valioso encontram no decorrer do caminho.
Detenha-se aos detalhes apenas alguns segundos.
Doe uma pequena parcela do seu tempo.
Questione. “Para onde foi teu sorriso?” Mostre que um dia soube que ali ele esteve.
Tanta falta vai ser sentida, tanto tormento virá no momento em que perceber os simples e indispensáveis atos que tens deixado para trás.
E quando sentir medo, quando não puder sequer falar e começar a atropelar as palavras de tanto desespero, será tão tarde!
Não haverá mão alguma para impedir tua queda, pois tu não foste capaz de secar uma lágrima, de atrasar um minuto.
O tempo é apenas tempo. Não o conte, deixe-o correr e viva.
Quando menos se espera ele vai e não faz questão alguma de voltar. Aliás, nunca o vi voltar.
Ele vai e te deixa com todos teus erros e arrependimentos eternizados, atando tuas mãos para que não haja chances de desfazê-los.
E por fim, te resta o recomeço. Que implica em abandono, em reestruturar todo o teu emocional, fazer-se forte mais uma vez, se é que um dia chegaste a ser. Complica-se. Tudo se complica. O recomeço te detona, para que só depois possa te reconstruir. Normalmente dói. Dói tanto que chora, grita e desiste.
Quando desiste vem a metamorfose, a mudança.
Aí então tudo parecerá extremamente simples, bastava a coragem de deixa-se levar.
Apesar de belo, o recomeço pode também ser inútil. Toda mudança é inútil se não gerar melhoria. Então após o recomeço, se necessitar chegar tão longe, aprecie o som do riso, o aroma da grama após a chuva, a paixão que exala após horrendas discussões.
E evite. Evite todo o tormento de um novo recomeço. Antes pequenas mudanças do que uma total reconstrução. Além de mais rápidas, pequenas mudanças não te trarão tanta dor.
Gradativamente abandone o tempo, os arrependimentos do que foi ou não feito e deixe soprar a brisa que vem da janela do coração.
Fácil não há maneira de ser, mas gratificante... Bom, Isso não há quem negue! A brisa que dali sopra é mais agradável do que a brisa beira-mar.
Detenha-se aos detalhes apenas alguns segundos.
Doe uma pequena parcela do seu tempo.
Questione. “Para onde foi teu sorriso?” Mostre que um dia soube que ali ele esteve.
Tanta falta vai ser sentida, tanto tormento virá no momento em que perceber os simples e indispensáveis atos que tens deixado para trás.
E quando sentir medo, quando não puder sequer falar e começar a atropelar as palavras de tanto desespero, será tão tarde!
Não haverá mão alguma para impedir tua queda, pois tu não foste capaz de secar uma lágrima, de atrasar um minuto.
O tempo é apenas tempo. Não o conte, deixe-o correr e viva.
Quando menos se espera ele vai e não faz questão alguma de voltar. Aliás, nunca o vi voltar.
Ele vai e te deixa com todos teus erros e arrependimentos eternizados, atando tuas mãos para que não haja chances de desfazê-los.
E por fim, te resta o recomeço. Que implica em abandono, em reestruturar todo o teu emocional, fazer-se forte mais uma vez, se é que um dia chegaste a ser. Complica-se. Tudo se complica. O recomeço te detona, para que só depois possa te reconstruir. Normalmente dói. Dói tanto que chora, grita e desiste.
Quando desiste vem a metamorfose, a mudança.
Aí então tudo parecerá extremamente simples, bastava a coragem de deixa-se levar.
Apesar de belo, o recomeço pode também ser inútil. Toda mudança é inútil se não gerar melhoria. Então após o recomeço, se necessitar chegar tão longe, aprecie o som do riso, o aroma da grama após a chuva, a paixão que exala após horrendas discussões.
E evite. Evite todo o tormento de um novo recomeço. Antes pequenas mudanças do que uma total reconstrução. Além de mais rápidas, pequenas mudanças não te trarão tanta dor.
Gradativamente abandone o tempo, os arrependimentos do que foi ou não feito e deixe soprar a brisa que vem da janela do coração.
Fácil não há maneira de ser, mas gratificante... Bom, Isso não há quem negue! A brisa que dali sopra é mais agradável do que a brisa beira-mar.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Renata
É só mais um daqueles dias em que chove demasiadamente, em que a água invade qualquer fresta que encontra e, por fim, acaba escorrendo sob tua face.
Sei que pensou que o tempo acalentaria tua dor, taparia o buraco, acabaria com o vazio. Antes fosse. Porém sei que carrega em ti, mais viva do que nunca, a lembrança de onde esteve dois Invernos atrás.
Os corredores brancos, o homem desabado ao canto, o consolo que não vem de parte alguma.
A imagem parece ter sido fotografada, pois se lembra de cada detalhe da pele amarelada e dos olhos entreabertos quanto são possíveis existir. Deixou cair a mão pelos cabelos já sem vida, e da forma que se mantinha ao seu lado no pior dos momentos, digo ‘forma’ pois naquele momento não podia dizer que via gente ou coisa alguma além dos detalhes e dos monitores já desligados, ouvia desespero do qual jamais havia ouvido falar.
É impossível apagar. O mal-estar lhe toma o corpo novamente. Por quanto tempo mais isso vai lhe atingir com tamanha intensidade?
Não consegue ouvir resposta alguma. O físico mal conta. O que de fato dói é a alma, a falta.
Olha para o lado, após dois anos ainda guarda em si a esperança de que tudo tenha sido apenas um pesadelo, dos piores. Procura. Desde o início fingiu estar bem, forjou até mesmo armadura de aço para que demonstrasse força inexistente.
Mas não hoje. Hoje foi como um banho de água fria. Deu-se conta de que é tudo tão real quanto temia que fosse. Nada voltará, nada será desfeito. Precisa desabar.
Ela se foi, não por uns tempos, mas para sempre.
Não pronunciará mais uma palavra sequer e não opinará acerca das recentes mudanças.
Encara a saudade e larga o temor.
Gravou-se tanto de ruim do qual não consegue esquecer, tranquiliza-se então. Também não será capaz de esquecer as caminhadas beira-mar, o afago que ela lhe fazia antes do adormecer, sua forma direta e nada sutil de expor suas opiniões, sua voz a cantarolar enquanto o sol lhe dourava a pele e, principalmente, o amor que sentiam uma pela outra, que agora carrega todo no teu peito, a herança que deixou em ti.
Leva a saudade, as boas lembranças e esquece a dor.
Acredito que chegará o dia em que ao lembrar-se dela não será capaz de fazer nada além de sorrir.
(Que tua morada aí em cima esteja boa pra caramba Rê, eu te amo!)
Sei que pensou que o tempo acalentaria tua dor, taparia o buraco, acabaria com o vazio. Antes fosse. Porém sei que carrega em ti, mais viva do que nunca, a lembrança de onde esteve dois Invernos atrás.
Os corredores brancos, o homem desabado ao canto, o consolo que não vem de parte alguma.
A imagem parece ter sido fotografada, pois se lembra de cada detalhe da pele amarelada e dos olhos entreabertos quanto são possíveis existir. Deixou cair a mão pelos cabelos já sem vida, e da forma que se mantinha ao seu lado no pior dos momentos, digo ‘forma’ pois naquele momento não podia dizer que via gente ou coisa alguma além dos detalhes e dos monitores já desligados, ouvia desespero do qual jamais havia ouvido falar.
É impossível apagar. O mal-estar lhe toma o corpo novamente. Por quanto tempo mais isso vai lhe atingir com tamanha intensidade?
Não consegue ouvir resposta alguma. O físico mal conta. O que de fato dói é a alma, a falta.
Olha para o lado, após dois anos ainda guarda em si a esperança de que tudo tenha sido apenas um pesadelo, dos piores. Procura. Desde o início fingiu estar bem, forjou até mesmo armadura de aço para que demonstrasse força inexistente.
Mas não hoje. Hoje foi como um banho de água fria. Deu-se conta de que é tudo tão real quanto temia que fosse. Nada voltará, nada será desfeito. Precisa desabar.
Ela se foi, não por uns tempos, mas para sempre.
Não pronunciará mais uma palavra sequer e não opinará acerca das recentes mudanças.
Encara a saudade e larga o temor.
Gravou-se tanto de ruim do qual não consegue esquecer, tranquiliza-se então. Também não será capaz de esquecer as caminhadas beira-mar, o afago que ela lhe fazia antes do adormecer, sua forma direta e nada sutil de expor suas opiniões, sua voz a cantarolar enquanto o sol lhe dourava a pele e, principalmente, o amor que sentiam uma pela outra, que agora carrega todo no teu peito, a herança que deixou em ti.
Leva a saudade, as boas lembranças e esquece a dor.
Acredito que chegará o dia em que ao lembrar-se dela não será capaz de fazer nada além de sorrir.
(Que tua morada aí em cima esteja boa pra caramba Rê, eu te amo!)
Paz
Agora para e respira um pouco.
Falar, você já falou.
Agir, você já agiu.
Então para. Para e respira um pouco.
Deixa a calmaria se aproximar, não te apavora.
Alguns momentos são assim, silenciosos.
Não procure por palavras, desfruta a ausência delas.
Desfruta a ausência delas e deles.
Deles e de todos.
Aproveita a solidão para te auto-conhecer.
Há tanto em ti. Tanto que não conhece.
Tanto de bom que só os outros vêem.
Então dessa vez, ao invés de detonar o espelho,
percebe os poucos mas fortes pontos de luz ali existentes.
Não é tudo escuro. Não está tudo perdido.
Escuta o vento. Não liga o som. Te acalma...
Não é frieza que te invade, não precisa se preocupar.
É paz.
Vai, desvenda tua paz, descobre de onde ela vem. Não a perde.
Faça com quem ela permaneça por perto. Você precisa disso.
Precisa mais do que imagina.
Se tu mesma não fores suficiente pra ti, acredite, ninguém mais será.
Falar, você já falou.
Agir, você já agiu.
Então para. Para e respira um pouco.
Deixa a calmaria se aproximar, não te apavora.
Alguns momentos são assim, silenciosos.
Não procure por palavras, desfruta a ausência delas.
Desfruta a ausência delas e deles.
Deles e de todos.
Aproveita a solidão para te auto-conhecer.
Há tanto em ti. Tanto que não conhece.
Tanto de bom que só os outros vêem.
Então dessa vez, ao invés de detonar o espelho,
percebe os poucos mas fortes pontos de luz ali existentes.
Não é tudo escuro. Não está tudo perdido.
Escuta o vento. Não liga o som. Te acalma...
Não é frieza que te invade, não precisa se preocupar.
É paz.
Vai, desvenda tua paz, descobre de onde ela vem. Não a perde.
Faça com quem ela permaneça por perto. Você precisa disso.
Precisa mais do que imagina.
Se tu mesma não fores suficiente pra ti, acredite, ninguém mais será.
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Permita-me falar mais uma vez. Uma última vez. Um último pedido de perdão. Uma última tentativa. Mas não deixa, em hipótese alguma, que tudo se perca. Não apaga, não destrói. Se for pra apagar, apaga meus erros. Se for pra destruir, destrói a mágoa. E diz que ama. Diz que ainda me ama. Convence-me disso. Convence-te disso. E acredita que ainda o amo. Com força igual ou maior, sim, bem maior, do que da última vez que o disse. Acomoda-te. Não por aí, mas por aqui. É a última tentativa e essa eu prometo que faço valer. Eu prometo. Sei que prometi antes, mas não vê que agora soa tão mais sincero? Tão mais intenso? É porque te quero. Porque te espero. Então diz, pela última vez. Diz que ainda me esperas, que ainda me desejas e vem, fica. Diz que não pôs ninguém naquele que seria meu lugar. Diz que pensou em mim pelo caminho, sob todas as pedras, dentro de todo e qualquer riacho. Diz que ninguém seria capaz de suprir minha falta. Diz que volta e me trata com o zelo e carinho de costume. Porque, sinceramente, hoje sou eu que não suporto tua ausência. Não suporto os velhos lugares que te trazem de volta. E os olhos marejam. Diz? Eu preciso ouvir que és meu, que continuas sendo. E que me queres pra ti, que continuas querendo. Eu seria tão tua novamente, mais do que da última vez. Mais do que sempre fui. Eu seria só para te pertencer. Tua. Então vem, passa por onde for, mas acaba aqui. Chega sorrindo, pela última vez. E nunca mais vai. Porque é aqui, no meu peito, que teu amor repousa.
“Nobody said it was easy
It's such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be this hard
Oh take me back to the start...”
“Nobody said it was easy
It's such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be this hard
Oh take me back to the start...”
sábado, 4 de junho de 2011
Será exatamente dessa forma,
em alguns dias a saudade não irá bater
mas arrombar e invadir, alagando os olhos,
apertando o peito, abalando as estruturas
aparentemente fortes o suficiente para enfrentar novamente o por vir.
Já em outros você irá apenas sentir o temor do esquecimento
e repassará mentalmente as lembranças dos traços do rosto,
do aconchego do abraço, da suavidade da voz.
Mas o que não mudará, em dia algum, será o espaço deixado,
a falta, o vazio.
(É tempo de mudanças
que fazem com que não me reste nem ao menos tempo.
Mas um recomeço não requer abandono.
Te levo na pele e no peito com saudade, Rê.)
em alguns dias a saudade não irá bater
mas arrombar e invadir, alagando os olhos,
apertando o peito, abalando as estruturas
aparentemente fortes o suficiente para enfrentar novamente o por vir.
Já em outros você irá apenas sentir o temor do esquecimento
e repassará mentalmente as lembranças dos traços do rosto,
do aconchego do abraço, da suavidade da voz.
Mas o que não mudará, em dia algum, será o espaço deixado,
a falta, o vazio.
(É tempo de mudanças
que fazem com que não me reste nem ao menos tempo.
Mas um recomeço não requer abandono.
Te levo na pele e no peito com saudade, Rê.)
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
09/01/2010
Aquilo que pensei que me faria querer viver me mata e enlouquece a cada dia que passa, esse tal do amor.
E, logo a mim, falta ousadia para dizer-lhe que o quero com fervor de tamanho incomparável, apesar das claras evidências de que ele o mesmo queira. Acontece que juntamente com o sentimento surgiu o receio até do toque, do envolver-se demasiadamente e da recusa, do descarte.
E eu cancelei-me.
Cancelei meus atos e tento a todo momento cancelar desesperadamente meus pensamentos.
Procuro por um transe, um estado vegetativo que seja, qualquer coisa que me afaste daquele que dominou meu peito sem que nada precisasse fazer e com menos de meia dúzia de palavras me atormenta toda e qualquer escolha. Me tomou a vida, a alma, o peito, sem licença, sem permissão, sem que me consultasse ou pedisse opinião. Pudera eu encarar como insulto, não fosse o sorriso que me estampou na face e as poucas e boas lembranças deixadas.
E não quero que vá, não posso deixar.
Não sei como dizer, como pedir que fique.
E o meu medo pode fazê-lo ir embora, para que jamais retorne.
E, logo a mim, falta ousadia para dizer-lhe que o quero com fervor de tamanho incomparável, apesar das claras evidências de que ele o mesmo queira. Acontece que juntamente com o sentimento surgiu o receio até do toque, do envolver-se demasiadamente e da recusa, do descarte.
E eu cancelei-me.
Cancelei meus atos e tento a todo momento cancelar desesperadamente meus pensamentos.
Procuro por um transe, um estado vegetativo que seja, qualquer coisa que me afaste daquele que dominou meu peito sem que nada precisasse fazer e com menos de meia dúzia de palavras me atormenta toda e qualquer escolha. Me tomou a vida, a alma, o peito, sem licença, sem permissão, sem que me consultasse ou pedisse opinião. Pudera eu encarar como insulto, não fosse o sorriso que me estampou na face e as poucas e boas lembranças deixadas.
E não quero que vá, não posso deixar.
Não sei como dizer, como pedir que fique.
E o meu medo pode fazê-lo ir embora, para que jamais retorne.
Equilíbrio
Ela desfrutou, por algumas horas, de sensações antes jamais experimentadas. Era um misto de solidão e liberdade que lhe tomava a alma. Não que fosse certo, mas também não era ruim.
O silêncio não lhe incomodava, o escuro não lhe bloqueava a visão e o leve tremor do corpo não lhe assustava.
Momentos antes imaginou como seria ter suas veias invadidas pela felicidade, mal sabia que anos mais tarde obteria a resposta.
E havia tanto a ser feito, porém recusou-se a fazer. Não poderia permitir a presença da euforia em meio à tanta paz.
Até mesmo os pensamentos, naquele curto espaço de tempo, pareciam inexistentes. Permanecia distante de problemas, de responsabilidades, de presença de quem ou do que fosse.
Era um equilíbrio do qual pensou que jamais desfrutaria, como se o mundo houvesse parado apenas para que ela pudesse se encontrar.
O silêncio não lhe incomodava, o escuro não lhe bloqueava a visão e o leve tremor do corpo não lhe assustava.
Momentos antes imaginou como seria ter suas veias invadidas pela felicidade, mal sabia que anos mais tarde obteria a resposta.
E havia tanto a ser feito, porém recusou-se a fazer. Não poderia permitir a presença da euforia em meio à tanta paz.
Até mesmo os pensamentos, naquele curto espaço de tempo, pareciam inexistentes. Permanecia distante de problemas, de responsabilidades, de presença de quem ou do que fosse.
Era um equilíbrio do qual pensou que jamais desfrutaria, como se o mundo houvesse parado apenas para que ela pudesse se encontrar.
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