sábado, 24 de dezembro de 2011

Retrospectiva

Apesar de estranho, este se fez um ano de valor indiscutível.
Atrevo-me a tentar, sem detalhes, explicar...
No princípio podiam ver-me ao chão, beirando abismo.
Fosse o mais singelo sonho que eu houvesse tido, ele fez questão de arrancar,
Como quem dissesse: “Daqui pra frente tudo muda.”
E eu, bem... Eu não aceitei.
Vi-me sem muito do qual gostava, não sabia lidar com tais fatos.
Veio a revolta,
o desespero.
Aprendi a magoar e permitir que me magoassem profundamente.
Quando veio o maior baque já era metade,
Junho pra ser exata, e eu considerava fim.
Foi o momento em que a vida jogou-me diante de mim mesma.
Exigiu força, coragem,
Exigiu ação.
Eu tinha que ir, tinha que agir.
Não sabia como, muito menos pra onde ou o que fazer.
Nesse momento, veio apoio e eu reaprendi a confiar.
Reaprendi a aceitar ajuda
E a ver tudo sob outro ângulo,
Sob o ângulo mais inesperado.
E assim, não tão simples quanto as palavras fazem parecer,
Admirei as diferenças e criei vínculos afetivos inusitados.
Daquele ato, grandes mudanças.
Bastou a audácia para que eu visse novamente
aqueles dois velhos sorrisos que haviam desaparecido.
Fazendo por mim, acabei fazendo pelos outros, por eles.
Os momentos de fúria agora estavam mil vezes mais controlados
Já os de carinho vinham à tona, sem que o orgulho pudesse os vetar.
Houve até instantes em que me senti plena,
Esses instantes se fizeram graças a determinado reencontro.
Prêmio pelas dificuldades enfrentadas, acho eu.
O mais belo prêmio.
Eu já havia sorrido com lágrimas nos olhos,
Chegara a hora de chorar com um sorriso na alma,
E assim o fiz.
Não disse “adeus”, mas “até logo”,
Da forma correta dessa vez, acreditando, confiando,
e assim se fez.
Ele ia e voltava.
Aprendi a confiar no tempo,
No destino.
Poderia sim ter tudo sido tão mais simples,
Poderia o ano ter anulado perdas, dores, frustrações.
Poderia pular distâncias, trazer certezas,
Vir com dias mais amenos, mais inverno, menos verão.
Contudo, foi neste e em mais nenhum outro que eu caí da árvore.
O tombo dói, contudo, é o preço que deve ser pago para se amadurecer.
E de outra forma, mais sutil, não que não fosse acontecer,
Mas poderia vir a demorar um tempo tão mais extenso
Que seria quase que um pecado passar por tudo que há de vir
Correndo o risco de ainda não saber dar o valor merecido.
Sendo assim,
Obrigada 2011, por ter sido comigo tão cruel
E apressado muito do meu aprendizado.
A ti dedico as alegrias do meu 2012.

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