sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Todo dia é dia de saudade. Mas em alguns deles ela parece pesar mais.
Todo dia a falta se faz presente. Porém em alguns momentos ela se faz sufocante.
Quis agradecer, mas não te encontrei. Quis dizer que sabia dos teus esforços pra que nada faltasse, que admirava a forma como se sacrificava, sorrindo, em prol do meu bem.
Nas pequenas tarefas cotidianas, a lembrança da leveza que a tua vida trazia para a minha. "O que quer pra janta? Diz que a mãe faz." E o silêncio de agora machucando.
Quis chorar, mas as lágrimas não vieram. Quis deitar do teu lado na cama, segurar tua mão e sentir todos os meus medos se afastando. Não deu.
Pensei no que estaríamos fazendo hoje, agora. Nos imaginei sentando na varanda, com um chimarrão. Pensei na calçada, agora arrumada, presenciando a dança da nossa pequena. E visualizei teu semblante, sereno e feliz.
Quis ver o tempo voltar, planejar nosso sábado, te levar ao cinema. Quis ver teu corpo em frente ao mar, deitado na areia, ao lado do meu. Quis te dizer que dessa vez eu não via motivos pra partir. Mas, quando ví, tu ja tinha ido.
E parece que o tempo passou tão depressa, há muitos "ontens" desde nosso último abraço. Tua última risada, gravada em minha memória, desabrochou de fatos agora tão passados. São quase três anos. Parecem três vidas.
E desde aquele dia, todo dia é dia de saudade. Mas hoje ela veio acompanhada da dor.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Os dias têm sido estranhos. Por mais que procure, não te encontro em lugar algum.
Desespero-me na busca por uma espécie de interruptor que afaste todo esse breu, não há.
Sento-me na tua cama e abro as portas do armário, tuas roupas estão ali, teu aroma as acompanha, porém teu corpo não as veste mais.
Em alguns momentos, pego-me falando contigo, aguardo resposta, conselho que não vem.
O que era essencial tornou-se lembrança, a dor agora presente não cabe em palavras, não cabe ao físico.
Dentre as maiores mentiras que já pronunciei, dizer que queria apenas mais um dia é de longe a maior. Queria-te pro resto da minha vida, queria não ter que suportar te ver partir.
Saudade.
Saudade do teu riso, dos teus olhos, do teu toque.
Saudade da tua voz, da tua caligrafia nas listas de afazeres, de te ver chegar.
Saudade das brigas, das pazes, do colo.
Daqui pra frente, tudo é saudade.

sábado, 2 de novembro de 2013

Repassei mentalmente tua imagem e trejeitos, pus pra tocar disco com o som do teu riso.
Bem melhor.
Que espécie de loucura é essa? Que pesadelo é esse e porque não consigo despertar?
Meus questionamentos talvez sejam os mesmo de muitos no dia de hoje: se eu tivesse te ligado naquela tarde vazia, teria te valido o dia, como diz a canção? E havia algo ao meu alcance? Havia forma de eu te mostrar que dividiria o peso que sentias nas costas, se assim quisesse, se me permitisse?
Imploro por fé cega, pra crer que tu te encontras agora em lugar melhor, mas não consigo. Não consigo sequer imaginar o que vem depois.  O que vem depois, pra mim e pra ti.
Como será perceber que tu não voltas a cada mês, que não divides os acontecimentos? Como será não ir aos lugares que vínhamos planejando e não te ter por perto nas grandes datas e comemorações?
Permito-me a raiva. Raiva de ti. Por ter rasgado nossos planos, não ter aberto o peito o suficiente. Por ter te tirado de mim.
Permito-me a raiva. Raiva de mim. Por, quem sabe, ter feito pouco do que pra ti era muito, do que estava prestes a estourar.
Parte minha vai contigo. Parte tua fica aqui.
E eu..
Eu repasso mentalmente tua imagem e trejeitos, ponho pra tocar disco com som teu riso. 
Porque assim é bem melhor,

porque é assim que eu quero lembrar.












sábado, 28 de setembro de 2013

A noite implorava por lágrimas, bem como meus lábios pelos teus.
Sussurrei uma prece sem jeito, quebrando o silêncio que só não se fazia mais cruel do que o inverno. 
Pedi que eu fosse capaz de encontrar forças, que eu não me permitisse desabar.
Lembrei, então, de uma dúzia de vozes. 
Vozes que diziam quão bela nossa história se fez, quão admiráveis havíamos nos tornado. 
Não quis beleza ou admiração.
Quis-te perto, pra já, pra ontem.
Que dói o peito tanto amor diante da ausência. 
Porém essa parte os que admiram parecem não compreender. 
Só conhece quem sente, compartilha quem vivencia. 

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Noite passada pude imaginar, fantasiar com um futuro há tanto prometido pra nós, tão bom.
Nenhum detalhe me escapou, admito. Dos teus olhos me sorrindo pela manhã ao aroma que deixavas nos cômodos pelos quais passava, tudo tão claro, tão vívido, tão real.
Noite passada era calmaria, como se tua voz me soprasse boas novas ao pé do ouvido. Noite passada era paz.
E eu, noite passada, tinha a certeza de que o tempo de espera que nos resta nada mais é do que os milésimos de segundos de um piscar de olhos.
Como quando te vi partir, noite passada foi embora antes que eu me considerasse pronta pra um novo dia, antes que eu quisesse enfrentar de frente o por vir.
E nessa manhã não tive certeza sobre a pressa do tempo.
Tratando-se de imagens não há nenhuma, a não ser os resquícios daquelas dos dias em que tu estavas aqui.
Nessa manhã, se fez sol não vi, se choveu não senti.
Foi uma daquelas manhãs que surgem por simples dever, sem pretensões ou objetivos. Manhãs que devem ser vividas mesmo que não saibamos como as viver.
E eu quis correr. Correr pra qualquer lado que devolvesse os sentidos.
Correr pra longe, pra perto de ti.
Quis ter a paciência que tu tens, quis ter a força que tu tentas me transmitir.
Mas nessa manhã nada mais fez sentido.
Na maioria dos dias nada mais faz sentido.

Tem sido assim, longe de ti.

domingo, 26 de maio de 2013

Dias como esses,
em que penso demasiadamente na vida,
fazem-me perceber que
de nada me valeriam mais trocentos dias sem compromissos inadiáveis
ou trabalhos desagradáveis,
a paz não me encontraria se tu ainda não te encontrasses por aqui. 

domingo, 28 de abril de 2013


Transcendendo os significados de amor e presença,
Ultrapassando todo e qualquer limite com qual outrora me deparei.
Eu vou além,
Faz-me ir além.
Tentei, dia desses, desvendar os porquês,
Nada feito.
Pra isso, pra nós, não há explicação.
Sinto-te como parte de mim tão essencial quanto um membro,
Sem o qual todo pequeno ato seria uma difícil adaptação.
Porém, tendo-te em mim, tudo flui tranquilamente,
Tudo parece estar – como de fato – no seu devido lugar.