Noite passada pude
imaginar, fantasiar com um futuro há tanto prometido pra nós, tão bom.
Nenhum detalhe me escapou,
admito. Dos teus olhos me sorrindo pela manhã ao aroma que deixavas nos cômodos
pelos quais passava, tudo tão claro, tão vívido, tão real.
Noite passada era calmaria,
como se tua voz me soprasse boas novas ao pé do ouvido. Noite passada era paz.
E eu, noite passada, tinha a
certeza de que o tempo de espera que nos resta nada mais é do que os milésimos de
segundos de um piscar de olhos.
Como quando te vi partir,
noite passada foi embora antes que eu me considerasse pronta pra um novo dia,
antes que eu quisesse enfrentar de frente o por vir.
E nessa manhã não tive
certeza sobre a pressa do tempo.
Tratando-se de imagens não
há nenhuma, a não ser os resquícios daquelas dos dias em que tu estavas aqui.
Nessa manhã, se fez sol não
vi, se choveu não senti.
Foi uma daquelas manhãs que
surgem por simples dever, sem pretensões ou objetivos. Manhãs que devem ser
vividas mesmo que não saibamos como as viver.
E eu quis correr. Correr
pra qualquer lado que devolvesse os sentidos.
Correr pra longe, pra perto
de ti.
Quis ter a paciência que tu tens, quis ter a força que tu tentas me transmitir.
Mas nessa manhã nada mais
fez sentido.
Na maioria dos dias nada mais
faz sentido.
Tem sido assim, longe de
ti.
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