O vermelho a envolve, é visível, se não a todos, a boa parte das pessoas.
Não falo do vermelho brutal, de sangue, ódio ou fúria, mas do vermelho da paixão.
Ela vinha num cinza incessante. Era fumaça e neblina.
Não mais.
Respira, vive paixão.
Não sei se deveria dizer paixão, amor talvez seja mais correto.
Dali, deles, sai bem mais que desejo.
Vejo cumplicidade e um pouco de azul.
O azul me diz que não é apenas carnal.
O azul me mostra que há pureza, brilho nos olhos.
É uma mistura tão bela... Ah! Queria eu que todos, sem exceção, pudessem ver!
Eles flutuam nesse misto de cores que acaba os unindo apesar dos caminhos distantes que suas vidas levam.
Apavora-me todo esse poder das cores e o encanto que estas provocam neles.
Apavora-me o encanto que um causa no outro.
Admito que há tempos não via algo sequer similar a isso.
Há tanto entrosamento que um encontro provoca em ambos as mesmas sensações: pernas bambas, mãos trêmulas e o desejo de jamais sair do local onde se encontram, seja lá qual for.
E o até logo, jamais tido como adeus pouco importando quão grande será o espaço de tempo que se fará entre o mais recente e o próximo “olá”, causa em ambos a mesma dor, deixa em ambos o mesmo peso da saudade, que carregam diariamente junto com as cores.
Passam então a olhar para o azul e lembrar-se dos olhos e de todo carinho, para o vermelho recordando o corpo e todo ardor que a proximidade provoca.
É intensidade demais para que eu ou quem quer que seja venha a narrar.
E essa história não termina aqui, nem em lugar algum.
Na verdade, essa história não termina.
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