quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Meu mais doce adeus

Eu tenho que ir.
Peço-te perdão, mas preciso sair daqui.
Preciso ver o sol, sentir o vento ou então atirar-me nos meus lençóis.
Não, aqui não é a mesma coisa.
Não posso me demorar mais cinco, três ou um dia sequer, não insista.
Tu me consomes.
E eu preciso ir antes de criar raízes e a locomoção tornar-se impossível.
Preciso dar-te as costas antes que eu não saiba mais te virar a face.
Não me leva a mal, mas preciso apagar o que aconteceu até aqui.
Vai, esquece aquele sanduba, o sorvete, os beliscões e todo o resto.
Por favor, me deixa esquecer!
A entrega deveria ser recíproca, tu falhaste, deu-te menos.
Ou então eu que exagerei, me apressei.
Eu vou, antes que seja tarde, antes que escureça.
Atravesso a porta antes que tu decidas me pedir para fazê-lo.
Não faz isso, não tenta ler meus olhos.
Eles dizem apenas que eu não estou querendo tomar tal decisão.
Escolhas são assim, meu amor, difíceis,
E esta eu fiz pelo meu bem.
Se eu volto? Fazemos assim... Se tiveres saudade, me procura.
Vais descobrir em um segundo se volto ou não.
Não é nada semelhante a orgulho não, meu querido,
Trata-se da minha última tentativa de preservar teu afeto por mim,
Antes que eu o veja morrer por completo.
Sendo assim,
Espero que sinta minha falta hoje à noite,
Amanhã pela manhã
E em todos os momentos em que eu permanecer ausente.

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