Caso hoje eu fuja de mim, peço-te que compreenda.
Tudo tem ficado denso demais, complexo demais, difícil demais.
Preciso de sossego.
Caso eu me afaste de ti em uma rua qualquer, saibas que o problema não se encontra em ti, tampouco em mim, está no clima, na vida.
Eu tive tempo pra sonhar e não o desperdicei.
Chamaram-me de tola, louca, ingênua. Juro, nunca liguei.
Mas agora o tempo escorre por entre meus dedos. Ele se esvaiu.
A realidade é tão mais cruel.
Seria hipocrisia pedir-te pra ficar.
Seria bobagem adiar e adiar e adiar sofrimento que sabemos que, mesmo que tarde, virá.
Sendo assim, junto forças, sei lá eu de onde – tu adivinhaste certa noite que eu teria força – e te peço: Vá!
Não fique um segundo a mais, não confesse mais um segredo sequer , não pronuncie belas ou picantes palavras.
Vá enquanto ainda há a possibilidade de esquecermos o caminho que fizemos até aqui. Enquanto as lembranças ainda são doces e o ciúme saudável.
Se tu te demoras um pouco mais não sorriremos ao recordar e teremos ódio do som que nos embalava.
É tudo tão diferente, aqui e aí.
Guardemos então apenas o amor e levemos a certeza de que, se assim se fez, culpadas foram as circunstâncias e não a falta de querer.
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