Aquilo que pensei que me faria querer viver me mata e enlouquece a cada dia que passa, esse tal do amor.
E, logo a mim, falta ousadia para dizer-lhe que o quero com fervor de tamanho incomparável, apesar das claras evidências de que ele o mesmo queira. Acontece que juntamente com o sentimento surgiu o receio até do toque, do envolver-se demasiadamente e da recusa, do descarte.
E eu cancelei-me.
Cancelei meus atos e tento a todo momento cancelar desesperadamente meus pensamentos.
Procuro por um transe, um estado vegetativo que seja, qualquer coisa que me afaste daquele que dominou meu peito sem que nada precisasse fazer e com menos de meia dúzia de palavras me atormenta toda e qualquer escolha. Me tomou a vida, a alma, o peito, sem licença, sem permissão, sem que me consultasse ou pedisse opinião. Pudera eu encarar como insulto, não fosse o sorriso que me estampou na face e as poucas e boas lembranças deixadas.
E não quero que vá, não posso deixar.
Não sei como dizer, como pedir que fique.
E o meu medo pode fazê-lo ir embora, para que jamais retorne.
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