Havia se passado tanto tempo. Do passado não trazia boas lembranças.
Ele a machucara demais, a apunhalara pelas costas não uma, nem duas, mas diversas vezes.
Aquela era apenas mais uma vez que ele a acusava. Acusações inescrupulosas, vindas sabe-se lá de onde. Ela preferia pensar que não vinha do peito. Racionalmente talvez ele planejasse tudo, mas ela mantinha em si a certeza de que ele a amava.
Ele havia a gerado e agora, postados um em cada lado daquela mesa estranha, observados por tantos, ela percebia pela primeira vez que nada sabiam um sobre o outro. Talvez o nome, a cidade por onde andavam e só.
Quantas noites os olhos dela marejados procuraram a primeira estrela do céu. Disseram que se pode fazer pedidos. E ela pediu. Pediu por ele. Tantas, quantas vezes! Pediu que ele se interessasse, se arrependesse, fosse o que nunca foi.
A verdade, nunca antes assumida, é que ela sentia falta.
Ao vê-lo nada mais queria do que carinho, aconchego. Apesar do tempo que havia se passado ela nada mais era do que uma menina. Meninas esquecem, relevam.
Incrível, tanta mágoa não foi capaz de acabar com sua capacidade de perdoar.
E ele, poderia mudar?
Ela estaria disposta a arriscar, mais uma vez.
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