Ela resolveu, por breves momentos, simplesmente observar.
Os faróis foram vistos sob novos e mais belos nuances, agora inalcançáveis e relembrou as diversas vezes em que havia se imaginado só diante de uma estrada chuvosa que a levaria sabe-se lá até onde, mas que por fim seria exatamente o local que gostaria de estar.
Estes breves momentos pelos quais passou a fez repensar diversos fatores, entre eles a liberdade.
Sim, a liberdade! Não havia imaginado que seria ela um privilégio e não uma escolha, que esta viria a quem quisesse e não quem quisesse iria até ela.
Percebeu então que as dependências químicas eram grão de areia comparado ao que a vida lhe reservaria.
Seu direito de ir e vir, de certa forma, vetados.
Seu livre arbítrio, em parte, censurado.
E com tão pouca idade sentiu o gosto amargo da nostalgia.
Ousando desentranhar seus pensamentos e reflexões momentâneas (ou não), digo que ela se arrependeu de ter descoberto o problema no início. Também pudera, caso houvesse esperado que tudo explodisse, como acredito que teria acontecido, talvez ainda pudesse desfrutar de alegrias a ela antes pertencentes.
Dessa forma, um copo seria apenas um copo, uma noite mal dormida apenas uma noite mal dormida e não encontraria beleza alguma nas luzes dos faróis.
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