Ela havia crescido um bocado nos últimos anos. Não falo de corpo, mas de espírito.
Cada tombo acabou sendo tão ou mais importante do que as vitórias, trazendo consigo amadurecimento difícil de obter.
E agora a menina sente-se fora do lugar, depara-se com a necessidade de partir. Porém sabe que a partir do momento em que puser seus pés no mundo este irá perder a pouca beleza que lhe resta, que as coisas tendem a piorar.
Contudo, ela sempre foi assim. Nunca deu o devido valor ao comodismo, de nada valeria coisa alguma se não tivesse conquistado com seu próprio esforço. E sabemos, eu e ela, que não demora para que ela se vá.
Engraçado, muitos poderiam dizer que ela é realista demais, materialista ao extremo, mas ao contrário, quem desvenda sua essência sabe que é, como Shakespeare disse, “feita do tecido de que são feitos os sonhos”. E é justamente isso que vai fazer com que ela siga seu próprio caminho: sua capacidade de sonhar, de acreditar na vida apesar de todas evidências dizerem-lhe para fazer o oposto.
Então a mim, impotente perante suas escolhas, nada mais resta do que desejar-lhe sorte. E que o mundo não seja assim um lugar tão ruim.
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