De certa forma, ele era meu único vínculo com aquele lugar.
Eu bem sabia que não permaneceria ali na sua ausência bem como ele não suportaria a minha. Por isso encontrávamos ali, não sei se fortes, mas firmes. E enquanto sua fragilidade se mostrava a cada dia mais, eu seguia disfarçando. Era um belo de um disfarce, capaz de enganar muitos, todos, menos a ele.
Fitava-me nos olhos e desvendava minha alma.
Se não compreendia minhas palavras, conhecia-me como ninguém. Chegava perto, deitava ao lado, e eu tinha certeza: “ele sabe das minhas fraquezas.”
Tenho certeza de que em algumas noites o vi chorar. Ele chorava por mim, pela minha dor, fosse ela física ou emocional. Em segredo chorávamos juntos.
Foi o único que encontrei cujo pranto era tão silencioso quanto o meu.
Foi o único que encontrei que não julgou, não culpou e soube perdoar sempre.
Por vezes ignorei sua presença, não lhe dirigi a palavra, lhe neguei afeto. Ele perdoou. Sempre.
Nunca o chamei de amor, hoje sei que ele daria sentido a tal palavra. Nunca o negou, nunca o poupou. Tenho a certeza de que ele sabia amar.
Se disse que o vi chorar posso também dizer que o vi sorrir. Muitas, tantas vezes! Todo despertar da manhã ou chegar da noite. Eu abria a porta e lá estava o seu sorriso. Tinha o sorriso mais sincero de que tenho notícias. Se minha dor era sua lágrima, meu existir era seu sorriso. Me via e sorria.
Não encontrarei outro assim.
Não pretendo procurar.
Queria que apenas um dia pudéssemos ter um diálogo.
Queria calar um pouco para ouvi-lo, mesmo que não tivesse nada a dizer.
Queria estancar toda sua dor, arrancá-la, bani-la.
Queria vê-lo correndo uma última vez, sorrindo em sua melhor forma.
Nessas horas se percebe o desperdício. Desperdício de tempo, de momentos. Tudo era tão simples. Era não, poderia ter sido. O desperdício foi tão simples.
Eu queria vê-lo novamente. Tomá-lo nos braços. Pedir perdão.
Seria novamente um desperdício. Ele estaria sorrindo, me fitando os olhos e através deles me contando sobre o amor que por mim sente.
Ele compreenderia tudo, não as palavras, mas todo o resto. Sempre o fez dessa forma, e faria mais uma vez.
Ele sabia que era hora de eu partir, por isso decidiu ir antes, me pediu para ir antes.
Fomos quatro uma vez. Eu e ele éramos como um. Um fosse, o outro ia. Fomos juntos, não para o mesmo lugar, mas fomos. Dos quatro restaram dois. Eles refazem os mesmos caminhos que fizemos todos os dias, na nossa ausência. Marcamos suas vidas e, mesmo na nossa ausência, eles sentem nossa presença. Dois dos quatro permanecem ali, já os outros dois, eu e ele, sabíamos que era hora de partir. E fomos.
Espero que haja um belo canil no céu.
"Afinei os meus ouvidos pra escutar suas chamadas
Sinais do corpo eu sei ler nas nossas conversas demoradas
Mas há dias em que nada faz sentido
E os sinais que me ligam ao mundo se desligam.." ♪
ps: Para o melhor cachorro que eu já tive ou possa vir a ter. Aguentou firme os piores momentos ao meu lado hein Bóbinho! ;)
sexta-feira, 29 de julho de 2011
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Pele, vísceras e voz (10/05/11)
Dessa vez não há pressa. Antes houve, à tarde. Mas não agora, momento em que a lua se faz dona do céu.
A pressa foi banida, foi junto com o sonho que transformei em pele, vísceras e voz. Sonho que me tocou o corpo, a alma. Sonho que disse adeus sem pestanejar, sem que eu percebesse ou permitisse. Mas foi
E foi sem olhar para trás, foi ficando, foi apenas ausentando-se, mas permanecendo aqui.
O toque antes digno de desejo aos poucos se tornou rotineiro, comum.
Eu fui me esvaindo, me apagando, desaprendendo a sorrir. Fui deixando, abandonando.
Abandonei pessoas e lugares. Me abandonei em algum lugar, não reencontrei. Não procurei. Eu não quis. Não sozinha. Caso houvesse o sonho – leia-se “O” e não “UM” – procuraria e, certamente, encontraria. Sim, casou houvesse o sonho eu me encontraria. Meu riso ecoaria e eu retomaria o meu lugar.
O velho lugar.
Aquele lugar ao lado do bar, pertencente a mim e ao meu sonho.
Lembrando: falo do meu sonho de pele, vísceras e voz. Quanta voz!
Ali, ao lado do bar, os drinks na mão. Drinks negros, pela noite que vem. Negros. Seus cabelos, que mais tarde serão presos.
São os drinks, ou o suor. São as vísceras. Ou a pele. Sim, a pele.
Não é mais a lua que dá o tom claro à noite. É a pele, minha pele. “a pele branca...” O som, a voz.
Depois a voz desperta. Amanhã, mais tarde.
Agora eu sonho. Mais um pouco.
Estico o tempo ao máximo. Não há mais tempo. Nem pressa. Nem nada.
Tudo porque não há mais sonho de pele, vísceras e voz. Principalmente voz.
A pressa foi banida, foi junto com o sonho que transformei em pele, vísceras e voz. Sonho que me tocou o corpo, a alma. Sonho que disse adeus sem pestanejar, sem que eu percebesse ou permitisse. Mas foi
E foi sem olhar para trás, foi ficando, foi apenas ausentando-se, mas permanecendo aqui.
O toque antes digno de desejo aos poucos se tornou rotineiro, comum.
Eu fui me esvaindo, me apagando, desaprendendo a sorrir. Fui deixando, abandonando.
Abandonei pessoas e lugares. Me abandonei em algum lugar, não reencontrei. Não procurei. Eu não quis. Não sozinha. Caso houvesse o sonho – leia-se “O” e não “UM” – procuraria e, certamente, encontraria. Sim, casou houvesse o sonho eu me encontraria. Meu riso ecoaria e eu retomaria o meu lugar.
O velho lugar.
Aquele lugar ao lado do bar, pertencente a mim e ao meu sonho.
Lembrando: falo do meu sonho de pele, vísceras e voz. Quanta voz!
Ali, ao lado do bar, os drinks na mão. Drinks negros, pela noite que vem. Negros. Seus cabelos, que mais tarde serão presos.
São os drinks, ou o suor. São as vísceras. Ou a pele. Sim, a pele.
Não é mais a lua que dá o tom claro à noite. É a pele, minha pele. “a pele branca...” O som, a voz.
Depois a voz desperta. Amanhã, mais tarde.
Agora eu sonho. Mais um pouco.
Estico o tempo ao máximo. Não há mais tempo. Nem pressa. Nem nada.
Tudo porque não há mais sonho de pele, vísceras e voz. Principalmente voz.
Tão perto, tão longe (06/05/11)
Acho injusto falar “dela” quando, na verdade, falo de mim. Por esse motivo há folhas e mais folhas amassadas no canto do quarto.
Me pergunto quanto tempo mais vou precisar para adquirir toda coragem necessária para admitir e partir.
Toda vez que me toca, e não falo de toques promíscuos, mas comuns, vejo que já é passada a hora.
Eu quero mais, quero de volta.
E não me basta conversas rotineiras, almoços rápidos e lembranças que aparecem por brechas que surgem.
Se é pra ficar que seja intenso, como foi no princípio. Que hajam brigas que me enlouqueçam, mas nunca tanto quanto as noites, reclamações excessivas, sendo a maioria em relação a distância e que eu possa ver nos gestos, em todo e qualquer, o carinho que me guia, me mantém.
Mas se não for, que me permita partir. Que não relembre o que se passou e que esqueça os meus gostos, que não sorria do outro lado da rua e que não liguem meu nome ao teu.
Que esqueça, apague.
Que eu esqueça, apague.
Eu não queria mais.
Queria nunca ter tido.
“Eu sei que eu não posso mais viver essa vida de beira de abismo, tão perto do seu lado, tão longe do seu carinho, querendo você cada vez mais, cada vez mais... sozinho.”
Me pergunto quanto tempo mais vou precisar para adquirir toda coragem necessária para admitir e partir.
Toda vez que me toca, e não falo de toques promíscuos, mas comuns, vejo que já é passada a hora.
Eu quero mais, quero de volta.
E não me basta conversas rotineiras, almoços rápidos e lembranças que aparecem por brechas que surgem.
Se é pra ficar que seja intenso, como foi no princípio. Que hajam brigas que me enlouqueçam, mas nunca tanto quanto as noites, reclamações excessivas, sendo a maioria em relação a distância e que eu possa ver nos gestos, em todo e qualquer, o carinho que me guia, me mantém.
Mas se não for, que me permita partir. Que não relembre o que se passou e que esqueça os meus gostos, que não sorria do outro lado da rua e que não liguem meu nome ao teu.
Que esqueça, apague.
Que eu esqueça, apague.
Eu não queria mais.
Queria nunca ter tido.
“Eu sei que eu não posso mais viver essa vida de beira de abismo, tão perto do seu lado, tão longe do seu carinho, querendo você cada vez mais, cada vez mais... sozinho.”
Quando o que se tem não sacia (06/05/11)
Não basta o toque, a presença. Tudo isso agora faz-se pouco, ela precisa de mais. Há a necessidade de saber se rodeia seus sentimentos, se os toca mesmo que de leve.
Aos poucos ela decide afastar-se e isso dói. É como arrancar um pedaço de si, deixar para trás a parte mais doce da vida. É necessário.
E ao partir (ou enquanto tenta) não deixa de imaginar a presença dele em sua nova vida.
Não é agora tão menina, talvez ele saiba, talvez não.
Pode mostrar tanto, ensinar tanto a ele.
Contar sobre amor, sobre esperança.
Relembrar todo dia o que soube desde o começo, o que ele foi para ela desde o princípio.
Toda vez que ela pretende ir é assim, as lembranças vêm e ela desiste.
Só o queria aqui, agora, sempre.
Aos poucos ela decide afastar-se e isso dói. É como arrancar um pedaço de si, deixar para trás a parte mais doce da vida. É necessário.
E ao partir (ou enquanto tenta) não deixa de imaginar a presença dele em sua nova vida.
Não é agora tão menina, talvez ele saiba, talvez não.
Pode mostrar tanto, ensinar tanto a ele.
Contar sobre amor, sobre esperança.
Relembrar todo dia o que soube desde o começo, o que ele foi para ela desde o princípio.
Toda vez que ela pretende ir é assim, as lembranças vêm e ela desiste.
Só o queria aqui, agora, sempre.
Sobre alguém (04/05/11)
Ele voltou. E veio com força inigualável.
Eu bem queria saber explicar, entender se é saudade ou solidão, mas não sei.
A velha banda voltou a tocar, trazendo imagens familiares. É o som que lhe agrada.
Tenho vontade de pedir que fique, que vá. Eu realmente não sei.
Se eu lhe contasse tudo haveria a possibilidade de melhorar, um desabafo sempre cai bem, mas a verdade é que provavelmente tudo pioraria. Possibilidades são pequenas demais, busco certezas.
E saber que as desperdicei...
Eu queria adormecer em braços alheios, mas não qualquer braço, hoje eu queria aqueles braços.
Parece que o ouço dizer para não jogar tudo fora, que a reconstrução não se faz na hora que me convém.
Revivo o “até logo” que desde sempre eu soube que seria um adeus.
Só queria me perder na imensidão daqueles olhos azuis novamente. Uma vez só, que fosse.
Eu bem queria saber explicar, entender se é saudade ou solidão, mas não sei.
A velha banda voltou a tocar, trazendo imagens familiares. É o som que lhe agrada.
Tenho vontade de pedir que fique, que vá. Eu realmente não sei.
Se eu lhe contasse tudo haveria a possibilidade de melhorar, um desabafo sempre cai bem, mas a verdade é que provavelmente tudo pioraria. Possibilidades são pequenas demais, busco certezas.
E saber que as desperdicei...
Eu queria adormecer em braços alheios, mas não qualquer braço, hoje eu queria aqueles braços.
Parece que o ouço dizer para não jogar tudo fora, que a reconstrução não se faz na hora que me convém.
Revivo o “até logo” que desde sempre eu soube que seria um adeus.
Só queria me perder na imensidão daqueles olhos azuis novamente. Uma vez só, que fosse.
02/05/11
Me encanta e apavora a capacidade que tenho de eternizar pessoas.
Basta um olhar, uma confidência, por mais breve ou tola que seja, para que mente e coração trabalhem juntos com o único intuito de não deixar cair no esquecimento.
Quis tanto que me vissem dessa forma. Que meu nome remetesse a um sorriso e que lembranças fossem incontáveis.
Quis não ser eu por alguns instantes. Que os papéis se invertessem para que minhas manias e sonhos fossem relembrados por aquele com quem os compartilhei.
Mas, talvez, se o jogo fosse oposto, eu seria o canalha.
Doce canalha que habita os pensamentos de outrem, lhe tira o sono, a razão e, por vezes, a alegria. Tudo tão disfarçadamente ciente. O problema é que eu não saberia disfarçar. Então deixaria de ser doce para tornar-me simplesmente canalha. Talvez lhe dissesse que sua presença não me agrada, mas que seu corpo me é útil. Lhe arrancaria a esperança, diria que foi o que foi e fim. E só diria se me perguntasse, caso não o fizesse, esqueceria.
Não, eu não saberia ser doce. Saberia apenas ser canalha. Pode ser que por isso tudo seja assim.
Eu me encanto, ele esquece.
Eternizo no peito meu doce canalha.
Basta um olhar, uma confidência, por mais breve ou tola que seja, para que mente e coração trabalhem juntos com o único intuito de não deixar cair no esquecimento.
Quis tanto que me vissem dessa forma. Que meu nome remetesse a um sorriso e que lembranças fossem incontáveis.
Quis não ser eu por alguns instantes. Que os papéis se invertessem para que minhas manias e sonhos fossem relembrados por aquele com quem os compartilhei.
Mas, talvez, se o jogo fosse oposto, eu seria o canalha.
Doce canalha que habita os pensamentos de outrem, lhe tira o sono, a razão e, por vezes, a alegria. Tudo tão disfarçadamente ciente. O problema é que eu não saberia disfarçar. Então deixaria de ser doce para tornar-me simplesmente canalha. Talvez lhe dissesse que sua presença não me agrada, mas que seu corpo me é útil. Lhe arrancaria a esperança, diria que foi o que foi e fim. E só diria se me perguntasse, caso não o fizesse, esqueceria.
Não, eu não saberia ser doce. Saberia apenas ser canalha. Pode ser que por isso tudo seja assim.
Eu me encanto, ele esquece.
Eternizo no peito meu doce canalha.
terça-feira, 26 de julho de 2011
Não é 1° de abril, sendo assim, tudo perde a graça (23/04/11)
Você encontra-se ali, pronta para sair, só então percebe que não há companhia. O erro não foi dos outros, mas seu. Observei em silêncio enquanto você afastava um por um. Justificava com acontecimentos do passado, dizendo que não suportaria o abandono novamente e, ao invés de ver partir, partiu.
Pergunto agora: qual foi a diferença?
Encontra-se no ponto exato em que encontrava-se tempos atrás. Seu quarto, seu espelho e a companhia do seu reflexo, que lhe causa repugna.
Lembra-se de quando costumava arriscar-se e o riso vinha espontâneo e não por obrigação?
Veja bem, não foi minha intenção provocar suas lágrimas. Quis apenas lembrar-te quem realmente és.
Não que eu não lhe compreenda. Sei bem do que encontrou pelo caminho, das dores que vieram no teu percurso, mas não aceito tua derrota.
Era lembrada, sabe? Falavam de ti como falam da luz. Não posso admitir que isso se perca. Então eu peço, na verdade imploro: corre atrás do que há aí dentro. Acredito que possa te encontrar, mesmo em meio a tanto desespero.
Pergunto agora: qual foi a diferença?
Encontra-se no ponto exato em que encontrava-se tempos atrás. Seu quarto, seu espelho e a companhia do seu reflexo, que lhe causa repugna.
Lembra-se de quando costumava arriscar-se e o riso vinha espontâneo e não por obrigação?
Veja bem, não foi minha intenção provocar suas lágrimas. Quis apenas lembrar-te quem realmente és.
Não que eu não lhe compreenda. Sei bem do que encontrou pelo caminho, das dores que vieram no teu percurso, mas não aceito tua derrota.
Era lembrada, sabe? Falavam de ti como falam da luz. Não posso admitir que isso se perca. Então eu peço, na verdade imploro: corre atrás do que há aí dentro. Acredito que possa te encontrar, mesmo em meio a tanto desespero.
Liberdade, ou a falta dela (28/03/11)
Ela resolveu, por breves momentos, simplesmente observar.
Os faróis foram vistos sob novos e mais belos nuances, agora inalcançáveis e relembrou as diversas vezes em que havia se imaginado só diante de uma estrada chuvosa que a levaria sabe-se lá até onde, mas que por fim seria exatamente o local que gostaria de estar.
Estes breves momentos pelos quais passou a fez repensar diversos fatores, entre eles a liberdade.
Sim, a liberdade! Não havia imaginado que seria ela um privilégio e não uma escolha, que esta viria a quem quisesse e não quem quisesse iria até ela.
Percebeu então que as dependências químicas eram grão de areia comparado ao que a vida lhe reservaria.
Seu direito de ir e vir, de certa forma, vetados.
Seu livre arbítrio, em parte, censurado.
E com tão pouca idade sentiu o gosto amargo da nostalgia.
Ousando desentranhar seus pensamentos e reflexões momentâneas (ou não), digo que ela se arrependeu de ter descoberto o problema no início. Também pudera, caso houvesse esperado que tudo explodisse, como acredito que teria acontecido, talvez ainda pudesse desfrutar de alegrias a ela antes pertencentes.
Dessa forma, um copo seria apenas um copo, uma noite mal dormida apenas uma noite mal dormida e não encontraria beleza alguma nas luzes dos faróis.
Os faróis foram vistos sob novos e mais belos nuances, agora inalcançáveis e relembrou as diversas vezes em que havia se imaginado só diante de uma estrada chuvosa que a levaria sabe-se lá até onde, mas que por fim seria exatamente o local que gostaria de estar.
Estes breves momentos pelos quais passou a fez repensar diversos fatores, entre eles a liberdade.
Sim, a liberdade! Não havia imaginado que seria ela um privilégio e não uma escolha, que esta viria a quem quisesse e não quem quisesse iria até ela.
Percebeu então que as dependências químicas eram grão de areia comparado ao que a vida lhe reservaria.
Seu direito de ir e vir, de certa forma, vetados.
Seu livre arbítrio, em parte, censurado.
E com tão pouca idade sentiu o gosto amargo da nostalgia.
Ousando desentranhar seus pensamentos e reflexões momentâneas (ou não), digo que ela se arrependeu de ter descoberto o problema no início. Também pudera, caso houvesse esperado que tudo explodisse, como acredito que teria acontecido, talvez ainda pudesse desfrutar de alegrias a ela antes pertencentes.
Dessa forma, um copo seria apenas um copo, uma noite mal dormida apenas uma noite mal dormida e não encontraria beleza alguma nas luzes dos faróis.
Covardia (21/02/11)
Não estou aqui falando de nenhum garoto, de nenhum menino com idéias infantis e desconexas, falo de homem feito que ao vê-la observa cada minúcia, cada mísero movimento, e deixa envolver-se...
E ela que adora todos os seus anos vividos e experiência adquirida traça linhas coloridas de planos mirabolantes para vê-lo cada vez mais próximo, enciumado e apaixonado.
São nada mais do que um homem e uma menina, sem qualquer tipo de relacionamento mas envolvidos em uma teia invisível de sentimentos não-declarados aparentemente indestrutível, ao menos eles a enxergam dessa forma.
São nada mais do que dois covardes que calam perante dificuldades e não permitem que o acaso torne seu casa algo tão maior, e poderia ser.
E ela que adora todos os seus anos vividos e experiência adquirida traça linhas coloridas de planos mirabolantes para vê-lo cada vez mais próximo, enciumado e apaixonado.
São nada mais do que um homem e uma menina, sem qualquer tipo de relacionamento mas envolvidos em uma teia invisível de sentimentos não-declarados aparentemente indestrutível, ao menos eles a enxergam dessa forma.
São nada mais do que dois covardes que calam perante dificuldades e não permitem que o acaso torne seu casa algo tão maior, e poderia ser.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Hoje eu lembrei. E quão errado é lembrar? (10/02/11)
De certa forma, ao citar teu nome e falar sobre acontecimentos, acabo revivendo sentimento que me fazia adormecer sorrindo.
Não nego que me vem o anseio do teu abraço e o desejo de dizer-te que terminei a leitura do livro de páginas azuis. Azuis da cor dos teus olhos, que me fitavam com um carinho que não encontrei em mais nenhum olhar.
Por onde andam teus passos agora? E teu peito?
Me questiono quais são as tuas questionações, certezas e incertezas. Me questiono se guarda lembranças, CD’s, e-mails.
Seriam oito meses. Seriam outros ou os mesmos lugares, velhas ou novas discussões, grandes ou pequenos empecilhos. Mas seria tudo tão nosso, tão perfeito em sua imperfeição.
Acredito que pela primeira vez eu vá usar a palavra “arrependimento”. E não a uso com o intuito de reverter situação alguma. Uso apenas para deixar claro que agora, no tal do “tarde demais”, sei bem que és tudo aquilo que eu nunca deveria ter deixado partir.
Não nego que me vem o anseio do teu abraço e o desejo de dizer-te que terminei a leitura do livro de páginas azuis. Azuis da cor dos teus olhos, que me fitavam com um carinho que não encontrei em mais nenhum olhar.
Por onde andam teus passos agora? E teu peito?
Me questiono quais são as tuas questionações, certezas e incertezas. Me questiono se guarda lembranças, CD’s, e-mails.
Seriam oito meses. Seriam outros ou os mesmos lugares, velhas ou novas discussões, grandes ou pequenos empecilhos. Mas seria tudo tão nosso, tão perfeito em sua imperfeição.
Acredito que pela primeira vez eu vá usar a palavra “arrependimento”. E não a uso com o intuito de reverter situação alguma. Uso apenas para deixar claro que agora, no tal do “tarde demais”, sei bem que és tudo aquilo que eu nunca deveria ter deixado partir.
Revelar (06/02/11)
É tudo tão estranho quanto poderia ser. Teria mais de mil motivos para chorar, gritar, espernear e fazer birra feito criança ao perder o brinquedinho de que mais gostava, mas ela simplesmente sorri.
Por mais que tente expressar raiva e cumprir promessa feita de que jamais voltaria a dedicar a ele todo seu afeto vê-se tão apaixonada que acaba impossibilitada de fazê-lo.
Na verdade mal pode esperar para que seus passos façam o trajeto até o local de costume para que, esquecendo os empecilhos surgidos, possa observá-lo novamente em tarefas cotidianas, interromper-lhe a par e despertar-lhe desejo.
E seja em um almoço ou em mais uma daquelas jantas de que tanto gosta e que ocasionalmente se repetem virá a oportunidade. Arregaçará as mangas, jogará as cartas sob a mesa e revelará cada um de seus truques.
Já é hora de contar-lhe sobre o amor.
Por mais que tente expressar raiva e cumprir promessa feita de que jamais voltaria a dedicar a ele todo seu afeto vê-se tão apaixonada que acaba impossibilitada de fazê-lo.
Na verdade mal pode esperar para que seus passos façam o trajeto até o local de costume para que, esquecendo os empecilhos surgidos, possa observá-lo novamente em tarefas cotidianas, interromper-lhe a par e despertar-lhe desejo.
E seja em um almoço ou em mais uma daquelas jantas de que tanto gosta e que ocasionalmente se repetem virá a oportunidade. Arregaçará as mangas, jogará as cartas sob a mesa e revelará cada um de seus truques.
Já é hora de contar-lhe sobre o amor.
02/02/11
Depois do que viu deveria desistir ou ao menos zangar-se, mas não há nada capaz de fazê-la reconhecer nele defeitos capazes de desfazer todo o encanto existente.
Enquanto a razão lhe mostra coisas que seriam óbvias até a uma criança o coração suplica que insista, que conquiste.
Fosse meses atrás talvez houvesse tempo para que eu a aconselhasse, porém agora a vejo tão entregue e apaixonada que não encontro meios de fazê-la frear, mesmo sabendo que encontra-se em rota de colisão.
Talvez quando tudo estiver destruído novamente, corpo, alma, coração, ela saiba recomeçar com calma, diminuir a velocidade e parar quando necessário.
Mas antes disso, enquanto nada acontece, enquanto ela ainda mede as palavras que dirá a ele, me permito torcer.
Torcer por ela, por ele, por eles.
E não me espantaria se os visse juntos mais uma vez.
Enquanto a razão lhe mostra coisas que seriam óbvias até a uma criança o coração suplica que insista, que conquiste.
Fosse meses atrás talvez houvesse tempo para que eu a aconselhasse, porém agora a vejo tão entregue e apaixonada que não encontro meios de fazê-la frear, mesmo sabendo que encontra-se em rota de colisão.
Talvez quando tudo estiver destruído novamente, corpo, alma, coração, ela saiba recomeçar com calma, diminuir a velocidade e parar quando necessário.
Mas antes disso, enquanto nada acontece, enquanto ela ainda mede as palavras que dirá a ele, me permito torcer.
Torcer por ela, por ele, por eles.
E não me espantaria se os visse juntos mais uma vez.
Sorte (20/01/11)
Ela havia crescido um bocado nos últimos anos. Não falo de corpo, mas de espírito.
Cada tombo acabou sendo tão ou mais importante do que as vitórias, trazendo consigo amadurecimento difícil de obter.
E agora a menina sente-se fora do lugar, depara-se com a necessidade de partir. Porém sabe que a partir do momento em que puser seus pés no mundo este irá perder a pouca beleza que lhe resta, que as coisas tendem a piorar.
Contudo, ela sempre foi assim. Nunca deu o devido valor ao comodismo, de nada valeria coisa alguma se não tivesse conquistado com seu próprio esforço. E sabemos, eu e ela, que não demora para que ela se vá.
Engraçado, muitos poderiam dizer que ela é realista demais, materialista ao extremo, mas ao contrário, quem desvenda sua essência sabe que é, como Shakespeare disse, “feita do tecido de que são feitos os sonhos”. E é justamente isso que vai fazer com que ela siga seu próprio caminho: sua capacidade de sonhar, de acreditar na vida apesar de todas evidências dizerem-lhe para fazer o oposto.
Então a mim, impotente perante suas escolhas, nada mais resta do que desejar-lhe sorte. E que o mundo não seja assim um lugar tão ruim.
Cada tombo acabou sendo tão ou mais importante do que as vitórias, trazendo consigo amadurecimento difícil de obter.
E agora a menina sente-se fora do lugar, depara-se com a necessidade de partir. Porém sabe que a partir do momento em que puser seus pés no mundo este irá perder a pouca beleza que lhe resta, que as coisas tendem a piorar.
Contudo, ela sempre foi assim. Nunca deu o devido valor ao comodismo, de nada valeria coisa alguma se não tivesse conquistado com seu próprio esforço. E sabemos, eu e ela, que não demora para que ela se vá.
Engraçado, muitos poderiam dizer que ela é realista demais, materialista ao extremo, mas ao contrário, quem desvenda sua essência sabe que é, como Shakespeare disse, “feita do tecido de que são feitos os sonhos”. E é justamente isso que vai fazer com que ela siga seu próprio caminho: sua capacidade de sonhar, de acreditar na vida apesar de todas evidências dizerem-lhe para fazer o oposto.
Então a mim, impotente perante suas escolhas, nada mais resta do que desejar-lhe sorte. E que o mundo não seja assim um lugar tão ruim.
Coragem e Força (20/01/11)
Às vezes acabamos por nos sentir sem nada, ninguém, desleixo do mundo e, para ser sincera, acredito que tais sentimentos sejam tão comuns quanto a felicidade, pelo menos por aqui.
Não raro, tudo o que resta sou eu e eu, e me obrigo, mesmo em frangalhos, a refazer todo o caminho, procurando por falhas e erros tão graves que possam ter feito com que me abandonassem sem explicação alguma.
Não me posto feito vítima diante do mundo, aliás, sempre me desesperou o fato de poder parecer uma. Porém há quem diga que aproveito dos momentos em que o mar se mostra em meus olhos para conquistar carinho, aconchego. Longe disso, meu amigo! Longe disso!
Acontece que em certo ponto a arrebentação faz-se tão forte, a maré está tão alta, que não há pedra capaz de conter a água, que acaba por invadir aquilo que desejar, seja olhos, mente... coração. E acabamos fracos, apesar de toda força que gostaríamos de demonstrar.
Mas siga-se a dança do vento. Pois não me sinto pronta. Não pronta para parar.
E eu sei que olhando o espelho, em um determinado local, posso encontrar tudo aquilo de que necessito agora.
É só coragem. Coragem e força.
Não raro, tudo o que resta sou eu e eu, e me obrigo, mesmo em frangalhos, a refazer todo o caminho, procurando por falhas e erros tão graves que possam ter feito com que me abandonassem sem explicação alguma.
Não me posto feito vítima diante do mundo, aliás, sempre me desesperou o fato de poder parecer uma. Porém há quem diga que aproveito dos momentos em que o mar se mostra em meus olhos para conquistar carinho, aconchego. Longe disso, meu amigo! Longe disso!
Acontece que em certo ponto a arrebentação faz-se tão forte, a maré está tão alta, que não há pedra capaz de conter a água, que acaba por invadir aquilo que desejar, seja olhos, mente... coração. E acabamos fracos, apesar de toda força que gostaríamos de demonstrar.
Mas siga-se a dança do vento. Pois não me sinto pronta. Não pronta para parar.
E eu sei que olhando o espelho, em um determinado local, posso encontrar tudo aquilo de que necessito agora.
É só coragem. Coragem e força.
Atualizando...
Como fiquei um bom tempo sem atualizar o blog, acabei acumulando alguns textos no meu caderno (sim, eu gosto mesmo é de papel e caneta). Sendo assim, pretendendo "deixar tudo em dia" vou postar coisas mais antigas, esperando chegar nos dias atuais haha
quinta-feira, 21 de julho de 2011
O que poucos percebem e valorizam é o significado de cada gesto, de cada pausa, de cada marca
Em sua maioria apressados e desinteressados pouco ligam para os ‘bom dias’ recebidos e acabam superestimando o que de menos valioso encontram no decorrer do caminho.
Detenha-se aos detalhes apenas alguns segundos.
Doe uma pequena parcela do seu tempo.
Questione. “Para onde foi teu sorriso?” Mostre que um dia soube que ali ele esteve.
Tanta falta vai ser sentida, tanto tormento virá no momento em que perceber os simples e indispensáveis atos que tens deixado para trás.
E quando sentir medo, quando não puder sequer falar e começar a atropelar as palavras de tanto desespero, será tão tarde!
Não haverá mão alguma para impedir tua queda, pois tu não foste capaz de secar uma lágrima, de atrasar um minuto.
O tempo é apenas tempo. Não o conte, deixe-o correr e viva.
Quando menos se espera ele vai e não faz questão alguma de voltar. Aliás, nunca o vi voltar.
Ele vai e te deixa com todos teus erros e arrependimentos eternizados, atando tuas mãos para que não haja chances de desfazê-los.
E por fim, te resta o recomeço. Que implica em abandono, em reestruturar todo o teu emocional, fazer-se forte mais uma vez, se é que um dia chegaste a ser. Complica-se. Tudo se complica. O recomeço te detona, para que só depois possa te reconstruir. Normalmente dói. Dói tanto que chora, grita e desiste.
Quando desiste vem a metamorfose, a mudança.
Aí então tudo parecerá extremamente simples, bastava a coragem de deixa-se levar.
Apesar de belo, o recomeço pode também ser inútil. Toda mudança é inútil se não gerar melhoria. Então após o recomeço, se necessitar chegar tão longe, aprecie o som do riso, o aroma da grama após a chuva, a paixão que exala após horrendas discussões.
E evite. Evite todo o tormento de um novo recomeço. Antes pequenas mudanças do que uma total reconstrução. Além de mais rápidas, pequenas mudanças não te trarão tanta dor.
Gradativamente abandone o tempo, os arrependimentos do que foi ou não feito e deixe soprar a brisa que vem da janela do coração.
Fácil não há maneira de ser, mas gratificante... Bom, Isso não há quem negue! A brisa que dali sopra é mais agradável do que a brisa beira-mar.
Detenha-se aos detalhes apenas alguns segundos.
Doe uma pequena parcela do seu tempo.
Questione. “Para onde foi teu sorriso?” Mostre que um dia soube que ali ele esteve.
Tanta falta vai ser sentida, tanto tormento virá no momento em que perceber os simples e indispensáveis atos que tens deixado para trás.
E quando sentir medo, quando não puder sequer falar e começar a atropelar as palavras de tanto desespero, será tão tarde!
Não haverá mão alguma para impedir tua queda, pois tu não foste capaz de secar uma lágrima, de atrasar um minuto.
O tempo é apenas tempo. Não o conte, deixe-o correr e viva.
Quando menos se espera ele vai e não faz questão alguma de voltar. Aliás, nunca o vi voltar.
Ele vai e te deixa com todos teus erros e arrependimentos eternizados, atando tuas mãos para que não haja chances de desfazê-los.
E por fim, te resta o recomeço. Que implica em abandono, em reestruturar todo o teu emocional, fazer-se forte mais uma vez, se é que um dia chegaste a ser. Complica-se. Tudo se complica. O recomeço te detona, para que só depois possa te reconstruir. Normalmente dói. Dói tanto que chora, grita e desiste.
Quando desiste vem a metamorfose, a mudança.
Aí então tudo parecerá extremamente simples, bastava a coragem de deixa-se levar.
Apesar de belo, o recomeço pode também ser inútil. Toda mudança é inútil se não gerar melhoria. Então após o recomeço, se necessitar chegar tão longe, aprecie o som do riso, o aroma da grama após a chuva, a paixão que exala após horrendas discussões.
E evite. Evite todo o tormento de um novo recomeço. Antes pequenas mudanças do que uma total reconstrução. Além de mais rápidas, pequenas mudanças não te trarão tanta dor.
Gradativamente abandone o tempo, os arrependimentos do que foi ou não feito e deixe soprar a brisa que vem da janela do coração.
Fácil não há maneira de ser, mas gratificante... Bom, Isso não há quem negue! A brisa que dali sopra é mais agradável do que a brisa beira-mar.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Renata
É só mais um daqueles dias em que chove demasiadamente, em que a água invade qualquer fresta que encontra e, por fim, acaba escorrendo sob tua face.
Sei que pensou que o tempo acalentaria tua dor, taparia o buraco, acabaria com o vazio. Antes fosse. Porém sei que carrega em ti, mais viva do que nunca, a lembrança de onde esteve dois Invernos atrás.
Os corredores brancos, o homem desabado ao canto, o consolo que não vem de parte alguma.
A imagem parece ter sido fotografada, pois se lembra de cada detalhe da pele amarelada e dos olhos entreabertos quanto são possíveis existir. Deixou cair a mão pelos cabelos já sem vida, e da forma que se mantinha ao seu lado no pior dos momentos, digo ‘forma’ pois naquele momento não podia dizer que via gente ou coisa alguma além dos detalhes e dos monitores já desligados, ouvia desespero do qual jamais havia ouvido falar.
É impossível apagar. O mal-estar lhe toma o corpo novamente. Por quanto tempo mais isso vai lhe atingir com tamanha intensidade?
Não consegue ouvir resposta alguma. O físico mal conta. O que de fato dói é a alma, a falta.
Olha para o lado, após dois anos ainda guarda em si a esperança de que tudo tenha sido apenas um pesadelo, dos piores. Procura. Desde o início fingiu estar bem, forjou até mesmo armadura de aço para que demonstrasse força inexistente.
Mas não hoje. Hoje foi como um banho de água fria. Deu-se conta de que é tudo tão real quanto temia que fosse. Nada voltará, nada será desfeito. Precisa desabar.
Ela se foi, não por uns tempos, mas para sempre.
Não pronunciará mais uma palavra sequer e não opinará acerca das recentes mudanças.
Encara a saudade e larga o temor.
Gravou-se tanto de ruim do qual não consegue esquecer, tranquiliza-se então. Também não será capaz de esquecer as caminhadas beira-mar, o afago que ela lhe fazia antes do adormecer, sua forma direta e nada sutil de expor suas opiniões, sua voz a cantarolar enquanto o sol lhe dourava a pele e, principalmente, o amor que sentiam uma pela outra, que agora carrega todo no teu peito, a herança que deixou em ti.
Leva a saudade, as boas lembranças e esquece a dor.
Acredito que chegará o dia em que ao lembrar-se dela não será capaz de fazer nada além de sorrir.
(Que tua morada aí em cima esteja boa pra caramba Rê, eu te amo!)
Sei que pensou que o tempo acalentaria tua dor, taparia o buraco, acabaria com o vazio. Antes fosse. Porém sei que carrega em ti, mais viva do que nunca, a lembrança de onde esteve dois Invernos atrás.
Os corredores brancos, o homem desabado ao canto, o consolo que não vem de parte alguma.
A imagem parece ter sido fotografada, pois se lembra de cada detalhe da pele amarelada e dos olhos entreabertos quanto são possíveis existir. Deixou cair a mão pelos cabelos já sem vida, e da forma que se mantinha ao seu lado no pior dos momentos, digo ‘forma’ pois naquele momento não podia dizer que via gente ou coisa alguma além dos detalhes e dos monitores já desligados, ouvia desespero do qual jamais havia ouvido falar.
É impossível apagar. O mal-estar lhe toma o corpo novamente. Por quanto tempo mais isso vai lhe atingir com tamanha intensidade?
Não consegue ouvir resposta alguma. O físico mal conta. O que de fato dói é a alma, a falta.
Olha para o lado, após dois anos ainda guarda em si a esperança de que tudo tenha sido apenas um pesadelo, dos piores. Procura. Desde o início fingiu estar bem, forjou até mesmo armadura de aço para que demonstrasse força inexistente.
Mas não hoje. Hoje foi como um banho de água fria. Deu-se conta de que é tudo tão real quanto temia que fosse. Nada voltará, nada será desfeito. Precisa desabar.
Ela se foi, não por uns tempos, mas para sempre.
Não pronunciará mais uma palavra sequer e não opinará acerca das recentes mudanças.
Encara a saudade e larga o temor.
Gravou-se tanto de ruim do qual não consegue esquecer, tranquiliza-se então. Também não será capaz de esquecer as caminhadas beira-mar, o afago que ela lhe fazia antes do adormecer, sua forma direta e nada sutil de expor suas opiniões, sua voz a cantarolar enquanto o sol lhe dourava a pele e, principalmente, o amor que sentiam uma pela outra, que agora carrega todo no teu peito, a herança que deixou em ti.
Leva a saudade, as boas lembranças e esquece a dor.
Acredito que chegará o dia em que ao lembrar-se dela não será capaz de fazer nada além de sorrir.
(Que tua morada aí em cima esteja boa pra caramba Rê, eu te amo!)
Paz
Agora para e respira um pouco.
Falar, você já falou.
Agir, você já agiu.
Então para. Para e respira um pouco.
Deixa a calmaria se aproximar, não te apavora.
Alguns momentos são assim, silenciosos.
Não procure por palavras, desfruta a ausência delas.
Desfruta a ausência delas e deles.
Deles e de todos.
Aproveita a solidão para te auto-conhecer.
Há tanto em ti. Tanto que não conhece.
Tanto de bom que só os outros vêem.
Então dessa vez, ao invés de detonar o espelho,
percebe os poucos mas fortes pontos de luz ali existentes.
Não é tudo escuro. Não está tudo perdido.
Escuta o vento. Não liga o som. Te acalma...
Não é frieza que te invade, não precisa se preocupar.
É paz.
Vai, desvenda tua paz, descobre de onde ela vem. Não a perde.
Faça com quem ela permaneça por perto. Você precisa disso.
Precisa mais do que imagina.
Se tu mesma não fores suficiente pra ti, acredite, ninguém mais será.
Falar, você já falou.
Agir, você já agiu.
Então para. Para e respira um pouco.
Deixa a calmaria se aproximar, não te apavora.
Alguns momentos são assim, silenciosos.
Não procure por palavras, desfruta a ausência delas.
Desfruta a ausência delas e deles.
Deles e de todos.
Aproveita a solidão para te auto-conhecer.
Há tanto em ti. Tanto que não conhece.
Tanto de bom que só os outros vêem.
Então dessa vez, ao invés de detonar o espelho,
percebe os poucos mas fortes pontos de luz ali existentes.
Não é tudo escuro. Não está tudo perdido.
Escuta o vento. Não liga o som. Te acalma...
Não é frieza que te invade, não precisa se preocupar.
É paz.
Vai, desvenda tua paz, descobre de onde ela vem. Não a perde.
Faça com quem ela permaneça por perto. Você precisa disso.
Precisa mais do que imagina.
Se tu mesma não fores suficiente pra ti, acredite, ninguém mais será.
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