Neblina baixa, clima denso.
Fim de mês, mais um fim de mês.
Montes de problemas, ausência de soluções.
Saudade.
Tanta saudade.
Sorriso perdido, mente perdida.
Velho amor desperdiçado, agora vê.
Falta. Falta algo.
Vem a brisa. Brisa não, vento.
E o vento leva, derruba, destrói.
Não há chance, nem volta.
Foi.
Reconstrução.
Atira-se, tenta.
Desiste.
Sozinha não, sozinha não dá.
Procura pelos olhos.
Olhos azuis, olhos profundos.
Procura por garrafas.
Garrafas nas mãos, garrafas quebradas por fúria.
Não há nada.
Lembra de tanto.
Sente ódio, carinho, compaixão e desprezo!
Sente tanto. Sente tudo.
Tanto por ter deixado tudo ir.
Sente tanto por não ter contido o vento.
Já é tarde.
Gosto de sal, vem dos olhos.
Não dos azuis, mas dos seus olhos.
Volta ano.
Volta, amor.
Já é tarde.
Não há tempo.
Fecha os olhos, pra que sequem.
Leva vento. Leva-me vento.
Pra lá, pra longe.
Mas pra perto dos olhos. Daqueles olhos azuis.
terça-feira, 30 de agosto de 2011
sábado, 27 de agosto de 2011
O encontro não foi planejado, nunca era
Havia algumas centenas de pessoas e eles.
Mais uma vez, eles.
Não poderiam, não deveriam, mas do acaso saiam faíscas.
Evitaram o quanto puderam.
Evitaram o ‘olá’, as ligações, o contato, até mesmo que os olhares se cruzassem.
Evitaram o quanto puderam, mas em determinado ponto não quiseram mais fazê-lo.
Iniciaram uma conversa. Uma inocente conversa.
Em meio à conversa os corpos gritavam, os sinais falavam mais do que as vozes. O desejo pesava.
Muita gente, muito barulho.
Saíram.
Reiniciaram a conversa em um novo lugar.
Assim é mais fácil, menos luz, menos gente, mais calor.
Não poderia, não deveriam, mas queriam tanto.
Nada ali era relacionado ao amor.
Na verdade ele disse que a odiava. Ela sorriu e pediu que ele repetisse. A frase não soava com fúria, era sussurrada. Era sussurrada quantas vezes ela pedisse que fosse. Ela pediu tantas vezes quanto quis ouvir, para gravar bem.
E no mais, ele não mentiu. Mentiu apenas quando ela pediu que ele o fizesse, não antes nem depois.
Ele era um tanto quanto obediente, porém o que fazia sem que ela pedisse também a agradava.
Ele sabia agradar.
E ela dizia que o odiava. E ele sorria todas as vezes em que ela dizia.
Ele pediu que ela não fizesse mais aquilo, ela disse que faria, ele hesitou e concordou.
Não havia algo que ele desejasse mais do que aqueles momentos, a presença dela em meio ao clima de aventura.
“Não me ofereça mais cafés, não me ofereça mais carinhos.” – Era o que ele dizia, sem convicção alguma.
“Da próxima trago cervejas.” – Agora sim, convicção, certeza.
Um tanto quanto desesperado ele sorria, assentia e esperava.
Apenas esperava, pois nunca sabiam quando seria “a próxima”.
Não marcavam.
Até porque não poderiam, não deveriam. Mas se o acaso queria tanto...
“Oh that boy's a slag, the best you ever had. ♪ ”
Mais uma vez, eles.
Não poderiam, não deveriam, mas do acaso saiam faíscas.
Evitaram o quanto puderam.
Evitaram o ‘olá’, as ligações, o contato, até mesmo que os olhares se cruzassem.
Evitaram o quanto puderam, mas em determinado ponto não quiseram mais fazê-lo.
Iniciaram uma conversa. Uma inocente conversa.
Em meio à conversa os corpos gritavam, os sinais falavam mais do que as vozes. O desejo pesava.
Muita gente, muito barulho.
Saíram.
Reiniciaram a conversa em um novo lugar.
Assim é mais fácil, menos luz, menos gente, mais calor.
Não poderia, não deveriam, mas queriam tanto.
Nada ali era relacionado ao amor.
Na verdade ele disse que a odiava. Ela sorriu e pediu que ele repetisse. A frase não soava com fúria, era sussurrada. Era sussurrada quantas vezes ela pedisse que fosse. Ela pediu tantas vezes quanto quis ouvir, para gravar bem.
E no mais, ele não mentiu. Mentiu apenas quando ela pediu que ele o fizesse, não antes nem depois.
Ele era um tanto quanto obediente, porém o que fazia sem que ela pedisse também a agradava.
Ele sabia agradar.
E ela dizia que o odiava. E ele sorria todas as vezes em que ela dizia.
Ele pediu que ela não fizesse mais aquilo, ela disse que faria, ele hesitou e concordou.
Não havia algo que ele desejasse mais do que aqueles momentos, a presença dela em meio ao clima de aventura.
“Não me ofereça mais cafés, não me ofereça mais carinhos.” – Era o que ele dizia, sem convicção alguma.
“Da próxima trago cervejas.” – Agora sim, convicção, certeza.
Um tanto quanto desesperado ele sorria, assentia e esperava.
Apenas esperava, pois nunca sabiam quando seria “a próxima”.
Não marcavam.
Até porque não poderiam, não deveriam. Mas se o acaso queria tanto...
“Oh that boy's a slag, the best you ever had. ♪ ”
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Pra quem nunca vai ler.
Não é carência nem solidão, hoje tive a prova de que se trata mesmo de saudade.
Eu vinha sorrindo, por nada e por tudo. Fazia sol e a brisa agradava.
Eu via sinais de um belo dia, foi então que escureceu.
Tuas lembranças arruinaram tudo.
É saudade, da pior que pode haver.
Te desejei por perto, para conversar, sorrir, brincar. Não para brigar. Brigas eu evitaria.
Lembro que no começo eu disse que evitaria. No começo eu tinha certeza que te amava. Agora tenho tal certeza novamente.
Aliás, tenho tantas certezas.
E tive tantas dúvidas. Dúvidas em momentos inadequados, indesejados. Fosse hoje... Hoje eu me ajoelharia aos teus pés, me privaria de tanta coisa, e pouco me importaria com o resto. Mas me preocuparia. Contigo, com mais nada, com mais ninguém.
Temeria. Temeria te perder, e mais nada, temeria por mais ninguém.
Como as coisas mudam. O jogo vira. Tudo se vai.
Mas espero que tu venhas. Uma hora terá de vir.
Não faço ideia de qual será a minha, a tua reação quando nos encontrarmos por aqui.
E se eu disser que eu quero ir embora, largar tudo, deixar a minha pra viver a tua, a nossa vida?
Se eu disser que a cada instante teu nome rodeia minha mente e que mesmo distante sigo teus passos, calculo teus atos?
Se eu disser que já não sou eu longe de ti, que perdi toda minha essência, toda minha vivacidade, toda a minha alegria?
Se eu disser, se eu te disser, que te amo desde o instante que te vi, em frente ao bar, com a lata na mão, com o amigo ao lado, com o sorriso no rosto, nos dias tranquilos ou presa no trânsito, mudaria algo?
Ainda há tempo para mudar algo?
Seria capaz de retomar, de refazer?
Eu espero. Espero ansiosamente que tu venhas.
Espero porque... Porque eu “te conheço!”
Te conheço e confio em ti, acredito em ti, acredito em nós.
E ainda não deixei tudo para trás.
Eu vinha sorrindo, por nada e por tudo. Fazia sol e a brisa agradava.
Eu via sinais de um belo dia, foi então que escureceu.
Tuas lembranças arruinaram tudo.
É saudade, da pior que pode haver.
Te desejei por perto, para conversar, sorrir, brincar. Não para brigar. Brigas eu evitaria.
Lembro que no começo eu disse que evitaria. No começo eu tinha certeza que te amava. Agora tenho tal certeza novamente.
Aliás, tenho tantas certezas.
E tive tantas dúvidas. Dúvidas em momentos inadequados, indesejados. Fosse hoje... Hoje eu me ajoelharia aos teus pés, me privaria de tanta coisa, e pouco me importaria com o resto. Mas me preocuparia. Contigo, com mais nada, com mais ninguém.
Temeria. Temeria te perder, e mais nada, temeria por mais ninguém.
Como as coisas mudam. O jogo vira. Tudo se vai.
Mas espero que tu venhas. Uma hora terá de vir.
Não faço ideia de qual será a minha, a tua reação quando nos encontrarmos por aqui.
E se eu disser que eu quero ir embora, largar tudo, deixar a minha pra viver a tua, a nossa vida?
Se eu disser que a cada instante teu nome rodeia minha mente e que mesmo distante sigo teus passos, calculo teus atos?
Se eu disser que já não sou eu longe de ti, que perdi toda minha essência, toda minha vivacidade, toda a minha alegria?
Se eu disser, se eu te disser, que te amo desde o instante que te vi, em frente ao bar, com a lata na mão, com o amigo ao lado, com o sorriso no rosto, nos dias tranquilos ou presa no trânsito, mudaria algo?
Ainda há tempo para mudar algo?
Seria capaz de retomar, de refazer?
Eu espero. Espero ansiosamente que tu venhas.
Espero porque... Porque eu “te conheço!”
Te conheço e confio em ti, acredito em ti, acredito em nós.
E ainda não deixei tudo para trás.
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Quantos perdões se devem dar? (21/06/11)
Havia se passado tanto tempo. Do passado não trazia boas lembranças.
Ele a machucara demais, a apunhalara pelas costas não uma, nem duas, mas diversas vezes.
Aquela era apenas mais uma vez que ele a acusava. Acusações inescrupulosas, vindas sabe-se lá de onde. Ela preferia pensar que não vinha do peito. Racionalmente talvez ele planejasse tudo, mas ela mantinha em si a certeza de que ele a amava.
Ele havia a gerado e agora, postados um em cada lado daquela mesa estranha, observados por tantos, ela percebia pela primeira vez que nada sabiam um sobre o outro. Talvez o nome, a cidade por onde andavam e só.
Quantas noites os olhos dela marejados procuraram a primeira estrela do céu. Disseram que se pode fazer pedidos. E ela pediu. Pediu por ele. Tantas, quantas vezes! Pediu que ele se interessasse, se arrependesse, fosse o que nunca foi.
A verdade, nunca antes assumida, é que ela sentia falta.
Ao vê-lo nada mais queria do que carinho, aconchego. Apesar do tempo que havia se passado ela nada mais era do que uma menina. Meninas esquecem, relevam.
Incrível, tanta mágoa não foi capaz de acabar com sua capacidade de perdoar.
E ele, poderia mudar?
Ela estaria disposta a arriscar, mais uma vez.
Ele a machucara demais, a apunhalara pelas costas não uma, nem duas, mas diversas vezes.
Aquela era apenas mais uma vez que ele a acusava. Acusações inescrupulosas, vindas sabe-se lá de onde. Ela preferia pensar que não vinha do peito. Racionalmente talvez ele planejasse tudo, mas ela mantinha em si a certeza de que ele a amava.
Ele havia a gerado e agora, postados um em cada lado daquela mesa estranha, observados por tantos, ela percebia pela primeira vez que nada sabiam um sobre o outro. Talvez o nome, a cidade por onde andavam e só.
Quantas noites os olhos dela marejados procuraram a primeira estrela do céu. Disseram que se pode fazer pedidos. E ela pediu. Pediu por ele. Tantas, quantas vezes! Pediu que ele se interessasse, se arrependesse, fosse o que nunca foi.
A verdade, nunca antes assumida, é que ela sentia falta.
Ao vê-lo nada mais queria do que carinho, aconchego. Apesar do tempo que havia se passado ela nada mais era do que uma menina. Meninas esquecem, relevam.
Incrível, tanta mágoa não foi capaz de acabar com sua capacidade de perdoar.
E ele, poderia mudar?
Ela estaria disposta a arriscar, mais uma vez.
Seda (20/06/11)
Senti tanta saudade.
De lugares, pessoas, da vida que levava um tempo atrás.
Acredito que senti saudade até de coisas que não vivi.
Havia tantos incentivos, estímulos.
Até mesmo discussões me impulsionavam.
A canção me diz que “saudade é felicidade futura, abafada”.
Não cabe a mim saber do futuro, mas no presente sei que dói, corrói e maltrata.
Saudade é falta. E falta alguma me faz bem.
Me falta a amizade, o aconchego, a companhia.
Me faltam as carícias, os sabores, os aromas.
Me faltam os sons, as vozes, as palavras.
É, me faltam as palavras.
E a saudade vem, de forma tão intensa que eu não lembrava ser capaz.
De lugares, pessoas, da vida que levava um tempo atrás.
Acredito que senti saudade até de coisas que não vivi.
Havia tantos incentivos, estímulos.
Até mesmo discussões me impulsionavam.
A canção me diz que “saudade é felicidade futura, abafada”.
Não cabe a mim saber do futuro, mas no presente sei que dói, corrói e maltrata.
Saudade é falta. E falta alguma me faz bem.
Me falta a amizade, o aconchego, a companhia.
Me faltam as carícias, os sabores, os aromas.
Me faltam os sons, as vozes, as palavras.
É, me faltam as palavras.
E a saudade vem, de forma tão intensa que eu não lembrava ser capaz.
Faltava algo, a peça chave (16/06/11)
Ao olhar parecia completo, mas sabia-se que faltava a peça principal do quebra-cabeça.
Sentia-se a ausência do doce ou do tempero, da pureza ou do pecado.
Mantinha-se muito comum, indiferente.
Havia cautela para que não transparecesse vulgaridade ou santidade, um equilíbrio que incomodava.
Não era hora de medidas, mas de excesso.
Que abusasse então, fosse disso ou daquilo, mas abusasse.
Era preciso destaque. Era preciso lembranças.
Não podia cair no esquecimento. Não podia apagar.
E faltava tão pouco para que a luz não pudesse mais ser vista...
Seus atos e passos já eram extremamente calculáveis. Não havia por vir, apenas uma sequência de repetições: os mesmos gestos, mesmas falas, mesmas reações.
Não havia surpresas.
Mas, por dentro, havia tanta inquietação.
Como, quando e onde tudo se perdeu?
Sentia-se a ausência do doce ou do tempero, da pureza ou do pecado.
Mantinha-se muito comum, indiferente.
Havia cautela para que não transparecesse vulgaridade ou santidade, um equilíbrio que incomodava.
Não era hora de medidas, mas de excesso.
Que abusasse então, fosse disso ou daquilo, mas abusasse.
Era preciso destaque. Era preciso lembranças.
Não podia cair no esquecimento. Não podia apagar.
E faltava tão pouco para que a luz não pudesse mais ser vista...
Seus atos e passos já eram extremamente calculáveis. Não havia por vir, apenas uma sequência de repetições: os mesmos gestos, mesmas falas, mesmas reações.
Não havia surpresas.
Mas, por dentro, havia tanta inquietação.
Como, quando e onde tudo se perdeu?
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Datas (12/06/11)
São sempre as datas reavivando lembranças e pessoas que já partiram, remoendo dores, reaparecendo com arrependimentos. E são sempre as mesmas questionações: quais seriam as consequências se seus atos houvessem sido outros? Estaria só?
Seria tempo de comemoração, não para todos, mas para eles. Relevariam o que no outro causa irritação e sorririam.
Sorririam fizesse sol ou chuva, houvesse trânsito ou não, se ou locais estivessem lotados ou vazios.
Sorririam.
Sorririam pelo simples fato de o dia de hoje ser mais um marco em suas vidas, mais uma página de sua história. Página esta que não seria virada, mas conservada, com cuidado e zelo jamais antes visto. Ficaria ali, exposta. Eles permaneceriam. Permaneceriam apaixonados após cada discussão ou resbalão, após cada música, cada lágrima, cada abraço. Permaneceriam igualmente apaixonados e encantariam fosse qualquer um.
Transbordariam amor, pelos olhos, pelas palavras e pelos atos.
Seria.
Seria uma data de comemoração e poderiam eles ter escrito belas linhas, mas não o fizeram.
Antes do tempo, ela tomou a decisão. Decisão errada. Adeus.
E essa noite, que seria de sorrisos, ela chorou, como há tempos não fazia.
Pudesse voltar... ela não sabe se voltaria.
Seria tempo de comemoração, não para todos, mas para eles. Relevariam o que no outro causa irritação e sorririam.
Sorririam fizesse sol ou chuva, houvesse trânsito ou não, se ou locais estivessem lotados ou vazios.
Sorririam.
Sorririam pelo simples fato de o dia de hoje ser mais um marco em suas vidas, mais uma página de sua história. Página esta que não seria virada, mas conservada, com cuidado e zelo jamais antes visto. Ficaria ali, exposta. Eles permaneceriam. Permaneceriam apaixonados após cada discussão ou resbalão, após cada música, cada lágrima, cada abraço. Permaneceriam igualmente apaixonados e encantariam fosse qualquer um.
Transbordariam amor, pelos olhos, pelas palavras e pelos atos.
Seria.
Seria uma data de comemoração e poderiam eles ter escrito belas linhas, mas não o fizeram.
Antes do tempo, ela tomou a decisão. Decisão errada. Adeus.
E essa noite, que seria de sorrisos, ela chorou, como há tempos não fazia.
Pudesse voltar... ela não sabe se voltaria.
Ainda é tudo tão estranho (09/06/11)
Tantas mudanças, tão pouco tempo.
Afinal, como é que se adquire uma vida estável?
Só quero as mesmas pessoas, os mesmos lugares, os velhos sabores.
Não me olhe com espanto, não espero milagres, apenas continuidade.
Cansa-me refazer, recomeçar.
Diariamente partem, somem, abandonam, e lá vou eu, mais uma vez, decorar trejeitos, habituar-me a manias, aprender o que agrada.
Sinceramente? Fico exausta!
E sei sempre, desde o princípio, que faço muito por algo temporário. Algo não, alguém. Logo ouço novamente: “sinto muito, mas já vou.” Pois que vá! Estou cansada demais para implorar que fique, para chorar ou expor meus argumentos, mesmo sabendo que estes são bons e relevantes.
Poxa... Eu queria algo fácil uma vez só. Nada de exigências, tão simples quanto poderia ser.
Então, me vê logo o constante e acaba com o provisório de uma vez, ok?
Depois disso, prometo não pedir mais nada.
Afinal, como é que se adquire uma vida estável?
Só quero as mesmas pessoas, os mesmos lugares, os velhos sabores.
Não me olhe com espanto, não espero milagres, apenas continuidade.
Cansa-me refazer, recomeçar.
Diariamente partem, somem, abandonam, e lá vou eu, mais uma vez, decorar trejeitos, habituar-me a manias, aprender o que agrada.
Sinceramente? Fico exausta!
E sei sempre, desde o princípio, que faço muito por algo temporário. Algo não, alguém. Logo ouço novamente: “sinto muito, mas já vou.” Pois que vá! Estou cansada demais para implorar que fique, para chorar ou expor meus argumentos, mesmo sabendo que estes são bons e relevantes.
Poxa... Eu queria algo fácil uma vez só. Nada de exigências, tão simples quanto poderia ser.
Então, me vê logo o constante e acaba com o provisório de uma vez, ok?
Depois disso, prometo não pedir mais nada.
Interrompendo o inverno (08/06/11)
Me vem em uma tarde fria de Junho e aquece. Retoma o peito, refaz velhos planos. Traz consigo poucas e intensas palavras que me levam o sono, me trazem desordem.
Pouco tempo que tanto tempo foi incapaz de apagar, mas por quê?
Não soube responder, eu não me atreveria tentar.
As canções... Se por breves momentos ofuscadas agora mostram-se tão claras, leves, sinceras.
Oscilação.
Deve-se ou não ousar novamente, perder-se e sonhar em meio a tal tormento?
A única certeza é a de que certezas vacilam, por vezes erram sua previsão. Então as abandono, e sigo.
Sigo minha vida, tão longe e ligada a tua que mal podemos imaginar. Mal podemos imaginar o por vir, mas aguardamos. Contudo a espera logo verá seu prazo final.
Não sabemos mais.
Não sabemos guardar saudade, reprimir desejo, contentar-nos com lembranças.
Corremos. Não pelos mesmos caminhos, mas em mesma direção. A direção alheia. O reencontro.
“-Tão bom te ver enfim, mais uma vez.”
Pouco tempo que tanto tempo foi incapaz de apagar, mas por quê?
Não soube responder, eu não me atreveria tentar.
As canções... Se por breves momentos ofuscadas agora mostram-se tão claras, leves, sinceras.
Oscilação.
Deve-se ou não ousar novamente, perder-se e sonhar em meio a tal tormento?
A única certeza é a de que certezas vacilam, por vezes erram sua previsão. Então as abandono, e sigo.
Sigo minha vida, tão longe e ligada a tua que mal podemos imaginar. Mal podemos imaginar o por vir, mas aguardamos. Contudo a espera logo verá seu prazo final.
Não sabemos mais.
Não sabemos guardar saudade, reprimir desejo, contentar-nos com lembranças.
Corremos. Não pelos mesmos caminhos, mas em mesma direção. A direção alheia. O reencontro.
“-Tão bom te ver enfim, mais uma vez.”
Quando trata-se de ti... (26/05/11)
Contentava-me com tão pouco. Sempre evitando excessos. O suficiente para suprir bastava. Meia dúzia de palavras, uma tarde na presença.
Já não suporto.
Um aceno e um sorriso não me alegram. Busco mais, preciso de mais. Presença constante, meu nome em tua mente.
Já não suporto a ideia do fim.
Talvez eu tenha fantasiado, criado tal situação, mas te encontrei sem graça. Teus olhos não suportaram o peso dos meus. Ignorou completamente. Ignorou as lembranças e todo o resto. Acredito que por fraqueza me fez não existir. Porém pude ouvir. Ouvi tua voz rouca, feroz. Havia mais fúria do que de hábito.
Preocupei-me.
Saberia ela cuidar de ti? Dividir toda a dor? Fazer-te esquecer?
Preferi pensar que não. Alguma hora voltará a si. Então eu poderei contar sem escrúpulos que um “olá” quando está só não me basta. Que um abraço não desfaz saudade. Que quero tanto, com tanta força, de ti.
Porque já não me contento em ouvir o som do lado de fora, de forma impessoal.
E eu contentava-me com tão pouco. Mas tratando-se de ti não desejo fragmentos, parcelas. Quero inteiro, quero mais, quero tudo!
Já não suporto.
Um aceno e um sorriso não me alegram. Busco mais, preciso de mais. Presença constante, meu nome em tua mente.
Já não suporto a ideia do fim.
Talvez eu tenha fantasiado, criado tal situação, mas te encontrei sem graça. Teus olhos não suportaram o peso dos meus. Ignorou completamente. Ignorou as lembranças e todo o resto. Acredito que por fraqueza me fez não existir. Porém pude ouvir. Ouvi tua voz rouca, feroz. Havia mais fúria do que de hábito.
Preocupei-me.
Saberia ela cuidar de ti? Dividir toda a dor? Fazer-te esquecer?
Preferi pensar que não. Alguma hora voltará a si. Então eu poderei contar sem escrúpulos que um “olá” quando está só não me basta. Que um abraço não desfaz saudade. Que quero tanto, com tanta força, de ti.
Porque já não me contento em ouvir o som do lado de fora, de forma impessoal.
E eu contentava-me com tão pouco. Mas tratando-se de ti não desejo fragmentos, parcelas. Quero inteiro, quero mais, quero tudo!
sábado, 6 de agosto de 2011
O prenúncio do adeus (23/05/11)
A cada manhã o clima tem se tornado mais pesado. Eu sinto no silêncio, vejo nos olhares.
Tudo tem me empurrado, mas não tenho sequer lugar para desabar, não encontro palavras para desabafar.
Talvez muitos desejariam fugir, porém tudo que desejo é ficar. Mas é tarde demais. Tarde demais para um recomeço, para reaprender a conviver.
Posso me ver partir.
Levo comigo nada mais do que o peito encharcado e uma canção para cada momento.
Sempre repugnei hipocrisia por isso a verdade deve ser dita, caso eu pudesse voltar eu cometeria os mesmo erros, os mesmos pecados, que me levariam exatamente ao local e situação que me encontro.
Mente cheia, mãos vazias. E o recomeço ser fará longe daqui, em um novo lugar.
Não levo comigo felicidade, nem sabor de vitória. Da luta que travamos somos ambas derrotadas, fracas. Não soubemos superar diferenças nem empecilhos, por vezes nem do respeito pudemos lembrar. Mas, de forma irônica, conquistamos o amor alheio. Amor incondicional. Amor que não depende de presença ou carinho, mas do existir.
Afinal, ama-se “apesar de”, e não “por causa de”.
E, te amando refaço minha vida, longe da tua.
Tudo tem me empurrado, mas não tenho sequer lugar para desabar, não encontro palavras para desabafar.
Talvez muitos desejariam fugir, porém tudo que desejo é ficar. Mas é tarde demais. Tarde demais para um recomeço, para reaprender a conviver.
Posso me ver partir.
Levo comigo nada mais do que o peito encharcado e uma canção para cada momento.
Sempre repugnei hipocrisia por isso a verdade deve ser dita, caso eu pudesse voltar eu cometeria os mesmo erros, os mesmos pecados, que me levariam exatamente ao local e situação que me encontro.
Mente cheia, mãos vazias. E o recomeço ser fará longe daqui, em um novo lugar.
Não levo comigo felicidade, nem sabor de vitória. Da luta que travamos somos ambas derrotadas, fracas. Não soubemos superar diferenças nem empecilhos, por vezes nem do respeito pudemos lembrar. Mas, de forma irônica, conquistamos o amor alheio. Amor incondicional. Amor que não depende de presença ou carinho, mas do existir.
Afinal, ama-se “apesar de”, e não “por causa de”.
E, te amando refaço minha vida, longe da tua.
Expectativa ou sonho? (23/05/11)
Cometo, mais uma vez, o maior dos erros. Mas quem de nós não se atreve a criar expectativas? E quem de nós tem controle sob tais criações?
Fosse tempos atrás eu trataria tais expectativas por sonhos. Seriam sonhos falhos, assim que gerados. Antes uma nova frustração do que um novo sonho perdido. E foram tantos!
Me considero hoje, antes de tudo, um ser errôneo. Desprovido de certezas, de noções. Não tenho medo da falha. Temo todo o resto, menos a falha.
Já troquei tantas vezes o certo pelo duvidoso, o caminho estável pela emoção da surpresa, que hoje não escolho, simplesmente atiro-me e vou.
Contudo expectativas me perseguem. Eu tento, mas livrar-me delas tem se tornado a cada dia mais complicado. Consequentemente, tudo a minha volta deixou de ser fácil, simples.
Pode ser que a presença constante da falta tenha dificultado as coisas. Falta afeto, calor, animação. E volto à elas, às expectativas, que se mostram em abundância, que com frequência transformam-se em frustrações. Não lembro o que é dar certo.
Saudade.
Saudade dos tempos fáceis. Das pessoas, dos lugares, de ter coragem para admitir que não se tratam de expectativas, mas de sonhos que ainda existem dentro de mim.
Fosse tempos atrás eu trataria tais expectativas por sonhos. Seriam sonhos falhos, assim que gerados. Antes uma nova frustração do que um novo sonho perdido. E foram tantos!
Me considero hoje, antes de tudo, um ser errôneo. Desprovido de certezas, de noções. Não tenho medo da falha. Temo todo o resto, menos a falha.
Já troquei tantas vezes o certo pelo duvidoso, o caminho estável pela emoção da surpresa, que hoje não escolho, simplesmente atiro-me e vou.
Contudo expectativas me perseguem. Eu tento, mas livrar-me delas tem se tornado a cada dia mais complicado. Consequentemente, tudo a minha volta deixou de ser fácil, simples.
Pode ser que a presença constante da falta tenha dificultado as coisas. Falta afeto, calor, animação. E volto à elas, às expectativas, que se mostram em abundância, que com frequência transformam-se em frustrações. Não lembro o que é dar certo.
Saudade.
Saudade dos tempos fáceis. Das pessoas, dos lugares, de ter coragem para admitir que não se tratam de expectativas, mas de sonhos que ainda existem dentro de mim.
Banida (22/05/11)
A cada dia tem se tornado mais difícil. Perdi o fluxo e as palavras me expulsaram de seu mundo. Contudo, tenho tanto a dizer que não me dou ao capricho de calar.
Então que venham desordenadas, indecifráveis e desconexas, mas que registrem meus momentos.
É assim que deve ser, é assim que eu preciso que seja.
Então que venham desordenadas, indecifráveis e desconexas, mas que registrem meus momentos.
É assim que deve ser, é assim que eu preciso que seja.
Acordei e me disseram que não havia mais o que temer (22/05/11)
Pediram que eu considerasse a presença do sol.
Aos poucos tomei coragem, dirigi-me à janela de meu passado e abri uma fresta. Era preciso encarar tudo novamente. Era preciso superar para enfim seguir.
O problema é que talvez eu tenha aberto a fresta em lugar indevido. Vi tanto que tive e não voltarei a ter. Vi a parte que me prende não os passos, mas o peito.
A fartura era tanta. Transbordavam alegrias, companhias, sonhos. Eu não pude ver em que ponto tudo aquilo foi perdido, mas hoje sinto a falta. Não que não houvesse algo que não faltasse naquela época. Faltava sobriedade, angústias e incertezas. Mas afinal, que falta isso faz?
Resolvi então fechá-la. Fechá-la e focar no sol que hoje me prestigia com a sua visita. Mas apesar do calor que os raios transmitem me sinto fria. Tão fria quanto minhas mãos.
Eu não queria fechar a janela, mas adentrá-la. Retomar tudo aquilo que ficou para trás. Sentir o sangue pulsar novamente, aquecer-me. Trazer à tona toda e qualquer discussão, tocar e ser tocada, amar e ser amada. E ser lembrada. Principalmente lembrada.
O temor voltou.
Não havia meios, tudo já se foi. Todos já se foram. Até mesmo aqueles que contaram-me da presença do sol já haviam partido.
Percebi que não temo o futuro, temo que o presente torne-se demasiadamente rápido passado. E isso tem acontecido tanto de uns tempos pra cá!
Aos poucos tomei coragem, dirigi-me à janela de meu passado e abri uma fresta. Era preciso encarar tudo novamente. Era preciso superar para enfim seguir.
O problema é que talvez eu tenha aberto a fresta em lugar indevido. Vi tanto que tive e não voltarei a ter. Vi a parte que me prende não os passos, mas o peito.
A fartura era tanta. Transbordavam alegrias, companhias, sonhos. Eu não pude ver em que ponto tudo aquilo foi perdido, mas hoje sinto a falta. Não que não houvesse algo que não faltasse naquela época. Faltava sobriedade, angústias e incertezas. Mas afinal, que falta isso faz?
Resolvi então fechá-la. Fechá-la e focar no sol que hoje me prestigia com a sua visita. Mas apesar do calor que os raios transmitem me sinto fria. Tão fria quanto minhas mãos.
Eu não queria fechar a janela, mas adentrá-la. Retomar tudo aquilo que ficou para trás. Sentir o sangue pulsar novamente, aquecer-me. Trazer à tona toda e qualquer discussão, tocar e ser tocada, amar e ser amada. E ser lembrada. Principalmente lembrada.
O temor voltou.
Não havia meios, tudo já se foi. Todos já se foram. Até mesmo aqueles que contaram-me da presença do sol já haviam partido.
Percebi que não temo o futuro, temo que o presente torne-se demasiadamente rápido passado. E isso tem acontecido tanto de uns tempos pra cá!
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Reagindo ao dia
Acontece que em dias como esses, onde o céu encontra-se mais cinza e o clima pesa, quem mais sofre não somos nós, que vemos tudo pelo pior ângulo possível, mas quem se encontra a nossa volta, que acaba sustentado todo o peso de nossa revolta, recebendo todo mal-trato oriundo de nossas tristezas.
Não deveria, mas é exatamente dessa forma que os acontecimentos se procedem.
Precisávamos apenas de um carinho, de aconchego, mas basta a primeira tentativa alheia de aproximação para que voem esmurros para todas as direções. A agressão, por mais que não seja física, é capaz de causar ferimentos de profundidade absurdas, por vezes incuráveis.
Caso restem forças para que permaneçam ao seu lado, talvez tu te tornes fraco ao tentar olhar nos olhos daquele que tentou te acalmar enquanto tu esbravejavas todo o ódio, toda a ira.
Mas não há jeito, em algumas vezes as reações provocadas pelo ódio podem ser consideradas tão humanas quanto o amor. Se não naturais, da natureza. Incontroláveis, indecifráveis, imutáveis.
Vejo quão ridiculamente mesquinhos somos. Achamo-nos espertos, donos de si e do mundo e permanecemos incapazes de controlar nossos próprios atos e nossa própria voz.
Eu só queria ter dito que te amo ao telefone, antes de gritar.
Não deveria, mas é exatamente dessa forma que os acontecimentos se procedem.
Precisávamos apenas de um carinho, de aconchego, mas basta a primeira tentativa alheia de aproximação para que voem esmurros para todas as direções. A agressão, por mais que não seja física, é capaz de causar ferimentos de profundidade absurdas, por vezes incuráveis.
Caso restem forças para que permaneçam ao seu lado, talvez tu te tornes fraco ao tentar olhar nos olhos daquele que tentou te acalmar enquanto tu esbravejavas todo o ódio, toda a ira.
Mas não há jeito, em algumas vezes as reações provocadas pelo ódio podem ser consideradas tão humanas quanto o amor. Se não naturais, da natureza. Incontroláveis, indecifráveis, imutáveis.
Vejo quão ridiculamente mesquinhos somos. Achamo-nos espertos, donos de si e do mundo e permanecemos incapazes de controlar nossos próprios atos e nossa própria voz.
Eu só queria ter dito que te amo ao telefone, antes de gritar.
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