Havia algo naquele silêncio, algo a ser dito. Porém ambos evitaram a tentativa de conciliação, não porque não gostariam de alcançá-la mas por saber que não deveriam.
Pertenciam à mundos diferentes e o bem-estar que causavam um ao outro sabiam bem, desde o princípio, que seria temporário.
Diversas vezes ela havia imaginado como tudo aquilo acabaria, mas em ocasião alguma suspeitou do que de fato aconteceu.
Ele jamais imaginou que sentiria falta daquela voz, das expressões por eles usadas e da ingenuidade com que ela tocava sua mão.
A ironia da vida mais uma vez se fez presente e, em questão de mês, fez questão de marcá-los com fervor.
Agora, cada qual no seu devido lugar, questionam-se quanto tempo levará para que as lembranças se apaguem, para que as imagens se dissipem e para que não desejem estar perto, para que então possam seguir como se suas vidas nunca houvessem se cruzado.
A verdade é que poderiam ser muito, se dez anos antes ou dez depois, mas agora, por pior que seja, a decisão mais sensata é esquecer.
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