O papel entregue à ela, com as palavras já borradas devido às lágrimas que por ele rolaram, trazia uma nova decepção.
Ele não poderia ter feito isso, não deveria ter falhado mais uma vez. Tudo ia tão bem...
A hipocrisia fazia com que ele agisse de forma natural em meio a todos acontecimentos. Tachado bom moço, sabia exatamente o que fazer para esconder sua face obscura.
Era quase natal, será que ele tinha consciência do presente horrível que dera à ela?
E aos pouco ela, antes tão crédula, ia perdendo a fé não na vida, mas nas pessoas.
Desejou calar-se, reprimir cada ingênuo sentimento e jamais acreditar novamente.
Ele havia jogado fora o que havia de mais belo entre eles, ele havia jogado fora toda a esperança de um recomeço.
Restava apenas a lembrança do curto mês em que ele soube ser pai.
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