quinta-feira, 17 de maio de 2012

B A S T A !


Basta!
Dessas lembranças e locais,
desses locais que trazem aquelas lembranças.
As ruas são as mesmas,
o clima me é familiar,
contudo, o tempo é outro.
E eu,
eu tenho que seguir,
eu devo seguir.
Me esforço, tento, procuro,
e não consigo.
Acontece que minha mente, meu peito,
ficaram presos a ti,
entrelaçados às lembranças que deixastes,
que formastes.
E eu quis, desde o princípio,
ter a capacidade de manter-te aqui,
de ser tudo aquilo que te manteria firme caso te arrancassem o chão.
Eu quis, desde o primeiro dia,
ser tua primeira lembrança, quando ausente,
teu primeiro pensamento ao despertar,
e o último antes que adormecesses.
Quis ser feito sonho e,
em determinados momentos,
fiz-nos viver nossos piores pesadelos.
Perdi o controle.
Como costumavas dizer,
minhas palavras não correspondiam aos fatos,
e jamais fui capaz de provar o contrário.
Acontece que eu fazia e, em seguida, dizia não querer ter feito,
e o que não dizia, o que deixava nas entrelinhas,
era justamente o essencial.
Que te amava, te adorava.
Que tinha medo.
Medo de te deixar, de seguir contigo.
Que tinha medo!
Que me deixasses,
que ficasses por tempo curto demais,
que estivesses mentindo.
E, por ter sido covarde,
tão covarde como nessa vida nunca vi alguém ser,
perdi o controle.
E perdi.
Perdi o pulso, o que sabia me fazer feliz.
Mas eu realmente te amava, te adorava.
E o passado não deve ser empregado na frase anterior.

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