O ciúme gela
meu sangue e me petrifica.
Não que eu
tema que encontres alguém melhor que eu,
Temo é que te
habitues à presença de alguém pior.
Pois podes
sair e deparar-se com o simples, com o fácil,
E então
decidir que não voltas,
Talvez por
preguiça ou indisposição de enfrentar minhas manhas,
Minhas
manhãs.
Pois sempre
dissestes que meu despertar, além de belo,
É amargo,
Tanto quanto
o fruto que ainda não amadureceu.
Mas
prometestes que aguardaria,
Que, com
paciência, esperaria pelo momento certo,
Esperaria que
o fruto caísse do pé para que o juntasse,
O abrigasse,
o consumisse.
Prometestes
que permaneceria,
Apesar da falta
do doce.
Que, relevando
o franzir das sobrancelhas, ficaria.
Dissestes que
saberia lidar,
Que saberia
cuidar,
Que se
manteria firme, forte.
Mas te vejo
ausentar-se, afastar-se,
Aproximar-se
daquilo que dizia considerar fútil.
Vejo-te
partir.
E,
petrificada que estou,
Não consigo
mover minhas pernas para caminhar em tua direção
Para pedir-te
que voltes, que te demores mais um pouco.
Meu doce
perfume ainda é fraco,
Incapaz de
ser exalado até o ponto em que chegastes,
Acontece que,
como sabes,
O fruto ainda
não amadureceu, apenas amanheceu,
Mas tu já não
estás aqui pra socorrê-lo.
E eu temo.
Temo minha
queda diante da solidão.
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