Teus instintos
fazem-te querer fugir.
É que, além
de homem, és bicho,
E, ao
contrário do que pensam,
És bicho
pequeno e frágil
Quando comparado
ao tamanho e força da tormenta que está por vir.
Teu suor é
tua lágrima contida que encontrou forma de escapar,
Teu tremor é
o desespero que tua calma forjada tenta camuflar.
És também
bicho,
E apesar da
capacidade que tua parcela homem tem de inventar,
Teu lado
selvagem não mente,
Tampouco pode
criar um jogo no qual saibas jogar e reinar.
E o bicho
que há em ti emite sinais os quais desconhece estar enviando,
Teu lado
bicho exibe tudo aquilo que tentas ocultar.
Teus olhos
de homem são agora olhos de rato assustado, apavorado,
Que tenta
sobreviver ao invés de viver.
Tuas pernas
de homem são patas de um cão surrado, maltratado,
Que tenta,
mesmo manco, correr para qualquer lugar.
E teu peito,
teu peito de homem, agora é o peito de um gato traído,
Abandonado pelo
dono em um terreno qualquer.
És também
bicho,
E quando
este te domina, tu já não raciocinas.
Torna-te
dependente dos reflexos,
Dos medos ou
então das ações de outrem.
És também
bicho,
Bicho que em
tempos difíceis há de imperar.
Então,
mova-te homem,
E adestra o
bicho que mora em ti!
Ensina-o a
atacar para não ser atacado,
Ensina-o a suportar
para não ser aniquilado.
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