Evitou o toque, a fala e evitaria estar ali, naquelas circunstâncias, se fosse possível.
O desconforto era visível mas, engraçado, ela não destruía nada.
Tentava acreditar que aquilo tudo nada mais era do que um "até logo" porém, tinha cara de "adeus".
E seus pensamentos, caso pudessem ser ouvidos, diriam: "Vai embora dor, vai embora dor, vai embora dor..."
Olhou uma única vez para trás e pôde vê-lo observá-la, depois disso seguiu em frente, não porque queria, mas porque era necessário.
Necessário, necessário, sempre esse maldito "necessário"!
"É necessário que eu me vá."
"É necessário que eu fique."
Mas e agora, qual é a necessidade?
Ela cansou.
E toda aquela aparente força e certeza de um futuro ao lado daquele que acabara de partir havia acabado.
Ela desabou.
Agora de nada adiantaria desviar os olhos para o lado, para cima ou para baixo, as lágrimas haviam a encontrado.
Ela quis gritar, consigo mesma, com o mundo, com o nada ou com ele. É, melhor com ele, mais uma vez.
Quis ter mais tempo.
Mais tempo para perder, para errar, para tentar. Quis ter mais tempo para ter.
Querer, querer, sempre esse maldito "querer"!
"Quero ficar."
"Quero ir."
E agora, o que é que se quer?
Ela fechou os olhos.
Era muito pra pensar e ela queria apenas esquecer. Queria?
Amanhã seriam os mesmos lugares, mas por onde andariam os passos que a acompanhava?
Depois de amanhã seriam os mesmos lugares, até quando faria aquele caminho sozinha?
Ela quis não pensar e conseguiu apenas recordar.
Era um presente que tornava-se passado, um passado que tornava-se cada vez mais presente.
Os pensamentos continuam: "Vai embora dor, vai embora dor, vai embora dor..."
E ela espera que a dor se vá.
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