Teria sido um dia como outro qualquer, não fosse o fato inesperado que fez-se tão cruel.
Conformismo nunca fez parte de seu caráter e vê-la daquela forma, calada e sem reação, fez com que meu olhos humidecessem.
Não estava pronta. Não haveria de estar. Tanta coisa por fazer, palavras por dizer, tal acontecimento não poderia, nem deveria, ser real.
Após ver, tocar e gelar-se ao fazê-lo, duvidou que ali realmente estava aquela que, algum tempo atrás, aquecia feito fogo. Experimentou uma pequena parcela de revolta, que mostrou-se de extrema sutileza.
Quão livre está alguém de passar por tamanho sofrimento? Não está...
Teria sido um dia como outro qualquer, não fosse o resplandescente céu azul e o fato de a saudade lhe apertar forte o peito. Observando-a pude reparar a dor que se expunha em sua face, e seu suplício, quase que imperceptível aos ouvidos, pedia por mais um dia, mais um abraço.
Caso eu soubesse como fazê-lo, realizaria seu singelo e sincero desejo, dessa forma a pouparia, ao menos em parte, do ferimento que sangra em seu peito. Apesar da consciência das verdades, nega-se a acreditar. E lá se vai um ano...
Teria sido um dia como outro qualquer, não fosse o fato de ela continuar a esperar o som do familiar timbre de voz, que sempre soube acalmar como nenhum outro, a pronunciar que tudo não passou de um sonho ruim. O suplício é esquecido, pois agora ela acredita que em breve irá perder-se no velho e aconchegante abraço, acredita que logo poderá adormecer com agradáveis e conhecidas carícias nos fios de cabelo. E na cama feita carinhosamente ao lado do local onde sua querida repousava, estaria livre novamente de todo e qualquer medo.
Ela acredita que teria sido um dia como outro qualquer, onde talvez nem por telefone teriam se falado, mas o simples saber que ainda a veria entrar pela porta se faria de extrema importância.
Mas não foi um dia como outro qualquer, pois não a tem mais por perto e sabe que agora é tarde, ela não voltará..
(vive-se então em companhia à saudade. eu te amo, Rê.)
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