Dentre tantas alternativas, escolheu justo a que lhe desagradava. Talvez fosse a forma de pagar por cada plano largado antes mesmo de ser concluído, quando a possibilidade de fazê-lo era grande.
Dentre tantas vozes, muitas agradáveis aos ouvidos, a única que fez-se presente foi a que sabia irritar com um simples "olá". Talvez fosse a forma encontrada de mantê-la calada.
Então a ví caminhar de volta à casa após um cansativo dia de trabalho. Por mais que parecesse calma e leve feito brisa, em sua mente bilhões de pensamentos lhe enlouqueciam. Eram fatos inacreditáveis, problemas insolucionáveis, intensa covardia.
Sentia-se ingrata, sentia-se injusta.
E a imagem que lhe perseguia era de ferimentos físicos que expunham toda a dor de um espírito.
Sentiu-se tudo para alguém e nada para si. Viu que no caminho havia perdido toda sua crença na vida, e toda sua ação em relação a que se quer ou não fazer.
Sentiu-se inútil em suas buscas, lembrou-se não saber por onde começar para que pudesse, enfim, concertar tudo aquilo que havia estragado.
Sentiu-se nada.
Não era ninguém.
E toda e qualquer decisão ou ato necessário fez-se ausente. Hoje não seria capaz de dizer, nem ao menos de pensar.
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