Hoje o cinza deu lugar ao azul que cai das nuvens.
Poderia dizer que aquela era uma cena comum, mas não era.
Não pensamos que tal decisão seria tão difícil e doída de ser tomada.
Estávamos nós sentados lado a lado, o trânsito nos prendia como já havia feito, porém dessa vez não se ouviam risos e ninguém atreveu-se a assobiar. Estávamos simplesmente lado a lado e isso era tudo, não haviam mãos que se tocassem ou então olhares trocados. Não fosse a chuva que batia no pára-brisas apenas o silêncio teria sido ouvido. Havia ausência de palavras, não sabíamos o que dizer.
Pensei que traria alívio, faria mais fácil, mero engano!
Não que eu vá voltar os passos e refazer o que desfizemos hoje, mas admito que restou um vazio, com gosto de café.
Agora vejo de uma forma que não esperava ver, que não queria ver.
Suas lembranças encontram-se sobre a cômoda do meu quarto, e as páginas turquesa contém algo que sempre desejei ter. Contém histórias. Não falo de histórias quaisquer, mas das nossas, que em curto tempo, acredito eu que foram escritas.
Não me permito continuar pois a visão embaça e lembranças agradáveis até demais tomam conta de mim.
Não me permito continuar pois não devo me arrepender, não posso, e talvez seja tarde.
É tarde, isso foi tudo.
E os pingos continuam a cair.
Nenhum comentário:
Postar um comentário