Como quando
quebramos algo e o estrago torna-se irreversível, vejo-nos assim.
Porém,
tratando-se de algo que nos inspira afeto, é quase que impossível livrarmo-nos
do objeto danificado, e seguimos.
É visível
que já não somos os mesmos.
Carregamos
os cacos do relacionamento em uma sacola apertada junto ao peito. Machuca,
sangra, mas não abrimos mão.
Fomos tanto
e esse tanto já foi tão belo que não conseguimos admitir que jamais voltaremos
a forma original.
Houve tantas
falhas, tantos tropeços, que, aos poucos, fomos lascando o amor até que este se
tornasse apenas lembrança. Lembrança tão doce que nos permitimos viver nela.
Talvez fosse
tempo de adquirirmos força para jogar os restos no lixo e pormos o lixo para
fora.
Talvez fosse
tempo de seguirmos apenas com o funcional, com o que permanece intacto.
Contudo, quando as ações necessárias envolvem
libertar um ao outro e desvincular nossos nomes e vidas, nossos esforços são
inexistentes.
Habituamo-nos
assim, com o menos, com o incompleto. E acabamos por esquecer que merecemos
desfrutar do mais. Mais do que podemos ofertar um ao outro.
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