segunda-feira, 10 de setembro de 2012


O mundo cala perante nós, ou então, quando “nós” volta a existir, diferença alguma faz o som do mundo. Existe apenas o teu, o meu som.
Os risos espalhados pelo quarto, feito aquela bagunça organizada, nos dá a sensação de aconchego, de “nosso lugar”.
Então observo tudo, dos gestos ao eco da tua voz, procurando por resquícios de um passado não tão feliz que ainda possa se fazer presente.
Prendo-me a cada detalhe, capturo-os e peneiro-os, livrando-me, livrando-nos de todo o breu que nos assolou.
E a manhã vem clara. Clara, ensolarada e sorridente.
Vem nova, marcando nossa nova fase, nosso recomeço.
E te olho, nos olho no espelho.
Ainda estamos, ainda existimos, resistimos e sobrevivemos.
Tão bonito nosso dia, nosso promissor bom dia.
Que se inicia com beijos acanhados, toques preguiçosos, e olhos entreabertos,
Mas logo incendeia e aquece. Aquece o corpo, aquece o peito.
E o gelo que tempo e distância formaram se vai tão fácil, tão rápido.
Não há motivos para relembrar o que passou.
E me olho espelho, nos olho no espelho.
Aqui ainda estamos. E é incrível que ainda existimos, que resistimos, porém, o bem querer assim quis, sobrevivemos!
Que, quando é pra ser, quando um ser é pra outro ser, simplesmente é.
E fim.

2 comentários:

  1. Li alguns textos teus e gostei muito. Transmites muito sentimente e eu me envolvi nas histórias de forma singular. Tens um dom especial. Parabens e nunca pares de escrever.

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