sábado, 28 de julho de 2012

Demorou, mas aprendeu a gostar da sua sobriedade,
a apreciá-la tanto quanto apreciaria, tempos atrás, a cerveja em sua mão.
Valorizou o fato de, ao entrar nos bares da cidade,
continuar com o peito à frente, ignorando a festa que os hormônios fazem à noite.
E se valorizou.
Dos pés a cabeça, mantinha total controle.
E há quem diga que já não é ela ali,
e ela diz que nunca foi tão ela quanto é agora.
Para a tristeza arrumou novas e melhores soluções,
boas companhias, bons livros, bons filmes.
Das comemorações guardou cada detalhe,
os risos, sorrisos, emoções.
Foi aos poucos que a menina adaptou-se a vida de mulher,
retomou o brilho nos olhos dignos da infância
e reaprendeu a viver,
de forma mais digna,
mais satisfatória.
Deixou então de simplesmente sobreviver.

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