sábado, 28 de julho de 2012

Demorou, mas aprendeu a gostar da sua sobriedade,
a apreciá-la tanto quanto apreciaria, tempos atrás, a cerveja em sua mão.
Valorizou o fato de, ao entrar nos bares da cidade,
continuar com o peito à frente, ignorando a festa que os hormônios fazem à noite.
E se valorizou.
Dos pés a cabeça, mantinha total controle.
E há quem diga que já não é ela ali,
e ela diz que nunca foi tão ela quanto é agora.
Para a tristeza arrumou novas e melhores soluções,
boas companhias, bons livros, bons filmes.
Das comemorações guardou cada detalhe,
os risos, sorrisos, emoções.
Foi aos poucos que a menina adaptou-se a vida de mulher,
retomou o brilho nos olhos dignos da infância
e reaprendeu a viver,
de forma mais digna,
mais satisfatória.
Deixou então de simplesmente sobreviver.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Adentrou o quarto e procurou vestígios.
Procurou qualquer objeto capaz de me incriminar.
Não encontrou.
Decretou, então, que sua ausência não foi capaz de deixar-me escapar,
de lhe deixar.
E sorriu.
Sorriu aquele sorriso que diz "tu és minha!",
aquele sorriso de satisfação,
pensando-se insubstituível,
insuperável.
permiti que assim pensasse.
Leonino,
seguro, orgulhoso, independente.
Mal sabe o poder que uma geminiana pode ter.
Por baixo dos panos escondi minhas andanças,
o que sua ausência me proporcionou fazer.
E não disse que fui, sem que pudesse perceber,
não contei que voltei, antes que pudesse ver.
Deixei acreditar que aqui permaneci,
quieta, calada, inocente.
Deixei pensar que possui o controle da minha como não chega a possuir o controle da própria vida.
Pois assim sei que vai mas volta,
aventura-se mas acaba exatamente no mesmo lugar.
E, enquanto ausenta-se, me divirto.
Que prometi tempos atrás que já não paro por ninguém,
independentemente da falta que esse alguém me faz.
Não mais!

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Pensar, falar, agir.


"Muito bem, cá estamos nós novamente,
em frente ao portão.
Normalmente nos beijaríamos,
despediríamos,
e aguardaríamos que a semana trouxesse um novo encontro.
Acontece que hoje as coisas serão diferentes.
Devo te dizer que chegou aquele momento,
aquele momento chato de tomar decisões.
Esse nosso vai e vem,
mesmo agradando em muitos momentos - principalmente na cama -
em um quadro geral, me causa exaustão.
Apesar de nossos risos e sorrisos serem muitos,
do fato da tua presença me ser tão natural e agradável quanto respirar
e de termos, desde o princípio, esclarecido nossa situação,
cansei-me dessa nossa rotina maluca.
Madrugada não é hora de chegar,
seria bom se me ligasses apenas para saber como estou.
Pois é, cá estamos nós novamente,
eu deveria te deixar pensar um pouco nisso tudo,
dar-te um tempo para calcular se pesaria mais minha ausência ou presença,
mas não há mais tempo.
A partir de agora, ou é, ou não é.
Quero ter o direito de cobrar-te o que cobro,
quero ter o direito de sentir o ciúme que sinto.
Não, não é justo que eu seja tua sendo que tu, como sei, não és meu.
Exclusividade, meu bem, deve vir de ambas as partes.
Droga, ficou na cara que eu quis usar "fidelidade". Não nego, agora já foi.
Mas algo nessa história toda já não me soa bem.
É como uma música precisando de ajustes,
onde a letra é incrível,
porém, a melodia está descompassada, 
fui clara?
Eu sei, está começando a ficar confuso,
mas acredite, eu estou lutando para manter a coerência das palavras
e explicar-te tudo, tim-tim por tim-tim.
Ai não, teus olhos estão agora perdidos nos meus que,
aliás, eu sinto marejados.
Eu estou com aquela cara, não é?
Aquela cara de coitadinha, que faz com que tu brigue comigo...
Ok, parei. 
Até porque começo a achar que tu podes ler esses meus pensamentos.
E, além do mais, faz um bom tempo que estamos em silêncio.
Tu bem que podias ser mais esperto,
Pega no ar, garoto!
Está na cara, nem estou tentando esconder.
Não é preciso que tu leia meus pensamentos pra descobrir, ou é?
Inacreditável, eu gosto mesmo de ti.."

Então ela inclinou-se, beijou-lhe os lábio e, quebrando o silêncio,
pronunciou:


- Boa noite...



Que esse momento 'mimimi' não seja lembrado. hahaha


Pra não voltar


Estou indo embora.
Embora da tua vida.
Conseguistes maltratar-me tanto,
agredir-me tanto,
que hoje o que mais quero é estar longe,
tão longe que não possa ouvir resquícios da tua voz.
Pedi apoio,
implorei tua ajuda,
mas fingiu-te de cega e virou-me as costas.
Pois bem, eu fui
E ouça bem: nossos caminhos são opostos
e nossas estradas,
feliz ou infelizmente,
não hão de se cruzar.
Eu estou livre,
sinta-se assim também.
Levo o que é meu,
deixo o que é teu
e desfaço a tênue linha que mantinha-nos ligadas.
Eu fui,
sozinha e forte.
Sequei os olhos antes do primeiro passo.
Que por ti,
pelos velhos e sempre presentes motivos,
não derramo mais uma lágrima sequer.
Não faço mais parte do "nós",
a partir de agora sou eu por mim,
diante do mundo,
diante da vida.


E nada há de faltar!

terça-feira, 3 de julho de 2012


E tu, 
que no começo me soava estranho, esquisito,
de impensável passou a indispensável.
Que não sei o que somos,
mas sei que sou melhor contigo.

domingo, 1 de julho de 2012


Faltou o sono,

ou então o aconchego que meu corpo encontra no teu para que eu possa adormecer.
E eu espero.
Espero a ligação que vem sempre tarde,
tão tarde que faz-me pensar que nem é hora de vir.
Mas nada peço além de companhia nessa noite que fez-se demasiadamente cruel,
que multiplicou saudades,
exagerou na solidão.
Nada peço além de umas horas de sossego,
daquele teu carinho forjado,
e que amanhã, ao despertar, me desejes bom dia,                  
com um sorriso nos lábios.