quinta-feira, 26 de abril de 2012

Quando, na verdade, era o começo.


Confesso que começamos com o pé errado
E acertar o passo não foi tarefa nada fácil.
Vezes eu me adiantava e te deixava observando meus atos,
Minhas falhas,
Outras tu corrias e mostrava-me que também havia aprendido a errar.
Contudo, aos poucos, fomos pegando o ritmo,
Percebendo que, quanto mais perfeitas fossem as pessoas
Menos as queríamos.
Aprendemos a amar o que de pior havia no outro.
E seguimos...
Houve momentos em que derrubamos um ao outro,
Um tropeço seria simples demais,
Gostávamos mesmo do exagero!
Vimos sangue, choro, ira!
Mas também sorrisos incontáveis e impagáveis.
Criamos nossa própria essência,
Que poucos foram capazes de compreender,
Por vezes nós mesmos não pudemos!
Tentei te afastar muitas vezes,
Tentastes fugir também,
Porém vinha a lembrança, mais vívida e resplandecente do que nunca,
Atormentava, incomodava, enlouquecia,
Até que voltávamos, com aqueles olhos de ‘cachorros-pidões’
Ao ponto em que nos conhecemos e esquecíamos o que havia se passado,
Mesmo sabendo que era tanto!
E havia tanto perdão em nós,
Tanto amor!
Que me ligava as duas, três, cinco da manhã!
Fizesse sol, chuva, caísse o mundo em forma de flocos de neve...
Pouco importava!
Dirigia-se ao telefone público, com meia dúzia de unidades no cartão telefônico
E, quando eu atendia, dizia: “Como é bonita, essa tua voz...”
Agora, relembrando tudo,
Somando todos nossos esforços,
Revivendo todas nossas dores,
Ainda não encontro resposta.
Tento, juro, e não encontro.
Não há forma de compreender o motivo de termos declarado,
Através de um consenso,
Que aquele era o nosso fim,
Quando, na verdade, está na cara de que se tratava do começo.

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