quinta-feira, 14 de março de 2013


Quando vê tá aí, chegou.
Quando vê já foi, passou.
E quando vê o passatempo vira vício,
o amuleto preferido é esquecido.
Quando vê, tem um fio de cabelo branco,
uma gordurinha indesejável em algum lugar.
Ou então, de repente, tu já não vê,
não vê com tanta frequência,
com tanta facilidade.
Quando vê, tu nem sente mais falta,
não sente mais falta de coisas pelas quais outrora tu chorou.
Quando vê o álcool não é mais nada,
quando vê tu nem faria nada diferente,
quando vê tu percebe o lado bom de todas as situações.
E quando vê tu aprecia mais tua casa,
tu aprende que família é família,
que os amigos acabam sendo sempre os mesmos
e que é o orgulho que te faz não ter pra onde correr.
Quando vê,
tu põe o pé no freio,
tu desacelera teu coração.
Quando vê, tu vê.
tu vê beleza na simplicidade,
vê quão breve podem ser as más situações.
E desvenda o tempo,
e descobre que tempo é na verdade nada,
tempo é, na verdade, aqui.
Quando vê, tu descobre que ver de nada vale,
o que vale de fato é sentir.
E, quando vê, tu fecha os olhos.
E, sem ver,
Sente com tamanha intensidade que chegou a duvidar que existiria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário