Quando vê tá
aí, chegou.
Quando vê já
foi, passou.
E quando vê
o passatempo vira vício,
o amuleto
preferido é esquecido.
Quando vê,
tem um fio de cabelo branco,
uma
gordurinha indesejável em algum lugar.
Ou então, de
repente, tu já não vê,
não vê com
tanta frequência,
com tanta
facilidade.
Quando vê,
tu nem sente mais falta,
não sente
mais falta de coisas pelas quais outrora tu chorou.
Quando vê o
álcool não é mais nada,
quando vê tu
nem faria nada diferente,
quando vê tu
percebe o lado bom de todas as situações.
E quando vê
tu aprecia mais tua casa,
tu aprende
que família é família,
que os
amigos acabam sendo sempre os mesmos
e que é o
orgulho que te faz não ter pra onde correr.
Quando vê,
tu põe o pé
no freio,
tu
desacelera teu coração.
Quando vê,
tu vê.
tu vê beleza
na simplicidade,
vê quão breve
podem ser as más situações.
E desvenda o
tempo,
e descobre que
tempo é na verdade nada,
tempo é, na
verdade, aqui.
Quando vê,
tu descobre que ver de nada vale,
o que vale
de fato é sentir.
E, quando
vê, tu fecha os olhos.
E, sem ver,
Sente com
tamanha intensidade que chegou a duvidar que existiria.
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