segunda-feira, 25 de março de 2013


Fecho os olhos. Não é hora nem local, mas eu fecho.
Preciso olhar pra dentro, preciso sentir-me aqui.
Do mundo exterior só ouço os ruídos, deixo de fazer parte.
Procuro insistentemente por minha paz.
Esqueço que aqui não é onde gostaria de estar, esqueço que as vozes que ecoam não são as que eu gostaria de ouvir, esqueço que o clima não é o que me agrada.
Eu respiro fundo. Respiro fundo, preenchendo meus pulmões. Faço-o uma, duas, cinco vezes. Vou fazendo-o até perder a conta. Respiro fundo como se fosse natural esse meu respirar.
A lágrima que beira meus olhos eu prendo. Foco no escuro, foco em esquecer. E esqueço os motivos que a fazem querer escorrer, esqueço o princípio e o ápice da dor.
Eu esqueço. Eu digo a mim mesma que esqueci.
Talvez eu pudesse adormecer agora. Quem sabe eu quisesse adormecer agora. Quem dera eu pudesse adormecer agora...
Os ruídos... Que ruídos?
Ouço o vento. Tem canção tocando sem instrumentos, sem voz. Tem árvores, pássaros, tem um rio. Meus pés molham, meus ombros molham, eu ameaço afogar. Mas tem algo que me salva. Tem alguém que faz com que eu queira me salvar.
Respiro fundo. Aliás, continuo respirando.
Eu abro os olhos. Não que eu queira, mas, como disse, não é hora nem local.
E eu vejo o caos.
Seguro firme.
Seguro firme, pois sem quem sou.
Sou minha força, meu equilíbrio.
Seguro firme, e vou.

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