Fecho os
olhos. Não é hora nem local, mas eu fecho.
Preciso olhar
pra dentro, preciso sentir-me aqui.
Do mundo
exterior só ouço os ruídos, deixo de fazer parte.
Procuro insistentemente
por minha paz.
Esqueço que
aqui não é onde gostaria de estar, esqueço que as vozes que ecoam não são as
que eu gostaria de ouvir, esqueço que o clima não é o que me agrada.
Eu respiro
fundo. Respiro fundo, preenchendo meus pulmões. Faço-o uma, duas, cinco vezes. Vou
fazendo-o até perder a conta. Respiro fundo como se fosse natural esse meu
respirar.
A lágrima
que beira meus olhos eu prendo. Foco no escuro, foco em esquecer. E esqueço os
motivos que a fazem querer escorrer, esqueço o princípio e o ápice da dor.
Eu esqueço. Eu
digo a mim mesma que esqueci.
Talvez eu
pudesse adormecer agora. Quem sabe eu quisesse adormecer agora. Quem dera eu
pudesse adormecer agora...
Os ruídos...
Que ruídos?
Ouço o
vento. Tem canção tocando sem instrumentos, sem voz. Tem árvores, pássaros, tem
um rio. Meus pés molham, meus ombros molham, eu ameaço afogar. Mas tem algo que me salva. Tem alguém que faz com que eu queira me salvar.
Respiro
fundo. Aliás, continuo respirando.
Eu abro os
olhos. Não que eu queira, mas, como disse, não é hora nem local.
E eu vejo o
caos.
Seguro
firme.
Seguro firme,
pois sem quem sou.
Sou minha
força, meu equilíbrio.
Seguro firme,
e vou.
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