segunda-feira, 25 de março de 2013


Fecho os olhos. Não é hora nem local, mas eu fecho.
Preciso olhar pra dentro, preciso sentir-me aqui.
Do mundo exterior só ouço os ruídos, deixo de fazer parte.
Procuro insistentemente por minha paz.
Esqueço que aqui não é onde gostaria de estar, esqueço que as vozes que ecoam não são as que eu gostaria de ouvir, esqueço que o clima não é o que me agrada.
Eu respiro fundo. Respiro fundo, preenchendo meus pulmões. Faço-o uma, duas, cinco vezes. Vou fazendo-o até perder a conta. Respiro fundo como se fosse natural esse meu respirar.
A lágrima que beira meus olhos eu prendo. Foco no escuro, foco em esquecer. E esqueço os motivos que a fazem querer escorrer, esqueço o princípio e o ápice da dor.
Eu esqueço. Eu digo a mim mesma que esqueci.
Talvez eu pudesse adormecer agora. Quem sabe eu quisesse adormecer agora. Quem dera eu pudesse adormecer agora...
Os ruídos... Que ruídos?
Ouço o vento. Tem canção tocando sem instrumentos, sem voz. Tem árvores, pássaros, tem um rio. Meus pés molham, meus ombros molham, eu ameaço afogar. Mas tem algo que me salva. Tem alguém que faz com que eu queira me salvar.
Respiro fundo. Aliás, continuo respirando.
Eu abro os olhos. Não que eu queira, mas, como disse, não é hora nem local.
E eu vejo o caos.
Seguro firme.
Seguro firme, pois sem quem sou.
Sou minha força, meu equilíbrio.
Seguro firme, e vou.

quinta-feira, 14 de março de 2013


Quando vê tá aí, chegou.
Quando vê já foi, passou.
E quando vê o passatempo vira vício,
o amuleto preferido é esquecido.
Quando vê, tem um fio de cabelo branco,
uma gordurinha indesejável em algum lugar.
Ou então, de repente, tu já não vê,
não vê com tanta frequência,
com tanta facilidade.
Quando vê, tu nem sente mais falta,
não sente mais falta de coisas pelas quais outrora tu chorou.
Quando vê o álcool não é mais nada,
quando vê tu nem faria nada diferente,
quando vê tu percebe o lado bom de todas as situações.
E quando vê tu aprecia mais tua casa,
tu aprende que família é família,
que os amigos acabam sendo sempre os mesmos
e que é o orgulho que te faz não ter pra onde correr.
Quando vê,
tu põe o pé no freio,
tu desacelera teu coração.
Quando vê, tu vê.
tu vê beleza na simplicidade,
vê quão breve podem ser as más situações.
E desvenda o tempo,
e descobre que tempo é na verdade nada,
tempo é, na verdade, aqui.
Quando vê, tu descobre que ver de nada vale,
o que vale de fato é sentir.
E, quando vê, tu fecha os olhos.
E, sem ver,
Sente com tamanha intensidade que chegou a duvidar que existiria.

sábado, 9 de março de 2013


Tu tens nos olhos um brilho que me acalma
E que apaga o que quer que tenha acontecido de ruim entre nós.
Trazes na voz uma melodia aconchegante,
Uma familiaridade tão bonita que me enche o peito de bem-estar.
E me faz tão bem estar contigo, em qualquer lugar.
Que um segundo me vale feito hora,
E um sorriso me vale mais que ouro.
E eu, sendo data comemorativa ou não,
Te desejo todo bem, todo o amor.
Pois és nada menos do que o que me faz forte,
Do que o que me torna capaz.
Capaz de carregar toda dor do mundo nas costas,
Toda saudade existente nos ombros.
E, por ti,
Faria, faço e farei muito mais.