sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A falta


Acompanha-me a insaciedade. 
Algo me falta. Falta-me alguém.
Faltam teus olhos penetrados nos meus enquanto teu corpo retira-se devagar,
E teu riso ao ver meu franzir de sobrancelhas pela manhã, minha luta contra o fechar dos olhos na madrugada.
Minutos atrás faltou teu sermão, quando acendi meu quarto cigarro. E no quarto faltou teu aroma, tua organização.
Na festa passada faltou tua insensatez, sobrou bebida por faltar tua presença.
No almoço de domingo faltou o churrasco, faltavam motivos para celebrar.
Quando peguei o ônibus faltou o toque discreto e ardente das tuas mãos,
Quando liguei na novela faltou teu discurso contra tal.
E faltou as horas aprenderem a tiquetaquear mais depressa,
as semanas organizarem-se para que passem sem serem vistas.
Faltou tanto, um bocado de coisas. 
Coisas tão simples que falta aprenderem a falta que faz.
Mas, em meio a tanta falta, há amor de sobra. 
Sorrio, certa disso 
Então, adormeço bem.

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