Acompanha-me
a insaciedade.
Algo me falta. Falta-me alguém.
Faltam teus
olhos penetrados nos meus enquanto teu corpo retira-se devagar,
E teu riso
ao ver meu franzir de sobrancelhas pela manhã, minha luta contra o fechar dos
olhos na madrugada.
Minutos atrás
faltou teu sermão, quando acendi meu quarto cigarro. E no quarto faltou teu
aroma, tua organização.
Na festa
passada faltou tua insensatez, sobrou bebida por faltar tua presença.
No almoço de
domingo faltou o churrasco, faltavam motivos para celebrar.
Quando peguei o
ônibus faltou o toque discreto e ardente das tuas mãos,
Quando liguei na novela faltou teu discurso contra tal.
E faltou as
horas aprenderem a tiquetaquear mais depressa,
as semanas
organizarem-se para que passem sem serem vistas.
Faltou
tanto, um bocado de coisas.
Coisas tão simples que falta aprenderem a falta que
faz.
Mas, em meio
a tanta falta, há amor de sobra.
Sorrio, certa disso
Então, adormeço bem.
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