segunda-feira, 26 de março de 2012

Longe de ti...

Fecho os olhos com força,
Como que esperando que, ao apertá-los,
Esse aperto do meu peito passe.
É que dói.
Mesmo quando de leve, quase esquecido,
Machuca, maltrata.
E eu aqui, pensando em mil e uma soluções,
Elaborando planos que não tenho condições de pôr em prática.
Eu aqui, pensando e pensando e pensando e,
Quando não penso, quando sonho,
Sonho contigo, com isso,
Com nós.
Mas, quando vem o dia, vem dizendo que já foi,
Que passou, que assim é tão melhor...
Minto!
Quando vem o dia, amanhece com teu gosto, com teu cheiro,
E as sombras formam tuas formas,
E não há forma,
Haja o que houver, ajo como se tu estivesses a me observar.
E não há jeito.
O jeito é te trazer de volta,
Te ver voltar e fazer com que me queiras, com que queiras ficar.
Ou então me carrega contigo,
Carrega minha angustia, minha loucura pra perto de ti.
Me carrega contigo,
Carrega meu riso e sorriso, que são teus, sempre junto ti.
Que lidava tão bem, cuidava tão bem,
E relevava os atritos, como eu nunca soube fazer.
Lidava tão bem, cuidava tão bem,
Que me fez pensar que eu bem sabia me cuidar,
Podia ir pra longe, te deixar.
Como se eu pudesse deixar parte de mim pelo caminho,
Como se parte de mim pudesse pôr-se a andar sozinha por aí.
Não pode, não deve.
Deve voltar,
Voltar e ficar.
Aqui, bem perto,
E, de perto, escutar,
Pela milionésima vez, meu pedido de perdão.
Perdão!
Por pensar que, sem ti,
Eu ainda seria capaz de sentir,
E ser alguém.

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