quinta-feira, 22 de abril de 2010

v

Deveria ter dito umas milhares de palavras, mas não pôde. Nunca havia imaginado que o encontraria em tal estado.
Questionou-se onde estaria o sorriso que um dia ele carregou. A resposta logo veio, havia sido substituído por um par de olhos, olhos que suplicam. Um suplício sincero, irrecusável, que pedia pra que ficasse.
Mas não havia mais tempo, e ela não ficou.
E a imagem que persiste em acompanhá-la é da sombra que caminhava para o lado oposto, um princípio de sonho perdido, mais um.
Fizeram-a prometer. Promessas das quais não gostava, promessas que agora devem ser cumpridas. Mal sabem que ela não o recusaria novamente, que por mais que queira não conseguiria cumprir tais promessas.
O desejo que desperta, a alegria que tráz, o corpo que aquece. Não queria perdê-lo. O perdeu.
E o que resta agora é o inconformismo, a inquietide causada pelo fato de tê-lo deixado partir, sem contar o quanto se importou.



(esse achei perdido no meio do caderno)

Nenhum comentário:

Postar um comentário