domingo, 3 de janeiro de 2010

Azul

Imagens distorcidas de um já então passado e, na mente atormentada, perguntas que não cessam.
Até quando? Até quando?
Os olhos se fecham com tamanha força que pensou jamais ser possível abrí-los novamente, e nem queria fazê-lo.
Dessa forma, com os olhos fechados, as lágrimas desistiriam de cair.
Bobagem!
Rompiam a barreira imposta e continuavam a rolar em seu rosto.
Lembrou-se dos dias em que tinha mãos alheias entrelaçadas nas suas e da forma como o azul-celeste lhe trazia a imagem de alguém.
Lembrou-se da forma como a brisa de Primavera tornava agradável os passeios no parque.
Pôde quase que sentir-se novamente sentada nas escadarias e ouviu quase que perfeitamente o zumbido da abelha que os vinha visitar.
Era a chamada saudade.
A vontade que teve foi de dizer-lhe que já era esperada, que já sabia que sua presença cedo ou tarde viria, mas não pôde, pois não encontrou as palavras. Caso tivesse conseguido encontrá-las, de certo a saudade já teria a resposta preparada:
- Certamente sabia, mas não conhecia minha intensidade.

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